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Quando foi a última vez que você marcou um compromisso para as duas da manhã? O motivo é quase tão nobre quanto um booty call e perder algumas horas de sono é um preço pequeno a se pagar para ver o sol nascer do topo de um vulcão ativo. Veja aqui algumas dicas e saiba como é o trekking no Mount Batur, em Bali.
O Mount Batur é o segundo maior vulcão de Bali e fica em Kintamani, no norte da ilha e a uma hora e meia de Ubud. A região inclui outros vulcões como Mount Agung e Mount Agangv. A primeira erupção registrada do Batur foi em 1804 e a mais recente, em 2000.
O trekking à cratera do vulcão é vendido em qualquer agência de turismo de Bali e segue mais ou menos o mesmo roteiro em todas. Um motorista te busca no hotel entre 1h30 e 2h30 e às 3h45 começa a subida, que leva entre uma hora e meia e duas horas. Às 6h o sol nasce, meia hora depois é servido um café da manhã e às 7h você dá um rolé de mais ou menos uma hora pela cratera, para descer em seguida. Tem um banheiro pago no meio da trilha.
O guia vai contando histórias sobre a região. No começo da subida há plantações e pequenos templos. No topo do Batur rolam macaquinhos, lava de diferentes cores, cratera com e sem lago, vapor quente saindo da terra e tudo aquilo que você esperava de um vulcão em Bali. Com uma exceção: vento e frio. Fui desagasalhada e foi difícil curtir o vulcão como deveria.
Após a descida, a programação de cada tour é diferente. Alguns levam para um tchibum em Toya Devasya, fontes termais do Lago Batur e outros para degustar o exclusivo café Luwak, feito a partir as fezes de um animal (o civeta). Nós fomos a uma fazenda para experimentar uma infinidade de cafés e chás e em seguida, alimentar o Instagram com o lindo terraço de arroz Tegallalang. Voltamos meio dia ao hotel.
Pagamos cerca de 200 reais pelo tour, contratado no Airbnb. O preço era um pouco mais alto que a média, mas Bali é super barata e quisemos pegar um tour menor para fazer a trilha no nosso ritmo. Valeu a pena, pois vimos grupos de mais de 20 pessoas.
Dá para fazer o trekking sem guia credenciado? Sim, mas lembre-se que estará escuro e é necessário comprar um ingresso, que foi conferido por guardas armados em dois pontos. Se você não fez a trilha meia dúzia de vezes, contrate um guia. Eles sobem o Batur quatro ou cinco dias por semana.
É possível fazer a trilha durante de manhã ou à tarde? Sim, mas é uma péssima ideia por causa do calor acachapante.
Fizemos a trilha em uma hora e meia pois éramos apenas duas pessoas, mas a previsão conservadora é que a subida leve duas horas. Se você tem uma rotina ativa, não haverá problemas em subir o Mount Batur, que é bem mais fácil que esse trekking. Os tours programam tempo o suficiente para a trilha: pare e descanse quando precisar que vai dar certo. Na volta, viemos correndo porque achamos por lá mais fácil e foi ainda mais rápido.
Embora o trekking ao Mount Batour seja popular, Bali não é um destino de montanha e essa é provavelmente a única trilha que você fará por lá. Pode deixar o kit explorador em casa que a roupa de academia dá conta do recado. É recomendável levar um casaco relativamente quente, como um fleece e/ou um corta vento, pois no topo do vulcão a temperatura pode estar abaixo dos 10 graus. Uma capa de chuva descartável também é uma boa ideia. Dá para comprar no caminho – compramos a nossas numa vendinha de rua às 3h da manhã. A capa de chuva descartável é também um excelente life hack para quando você precisar se aquecer e não tiver levado casaco na viagem, o que pode ser o caso desse trekking mesmo com sol. Você vai vestir e tirar casacos algumas dezenas de vezes ao longo da manhã.
Água, claro. Mas não muita, teu guia vai te ajudar nisso.
Ele também empresta uma lanterna, mas uma headlamp teria caído muito bem. Não precisa comprar, mas se leve se tiver.
Ao fim da trilha, no topo da montanha, o guia prepara um desjejum básico, com frutas da região, sanduíche de banana e café instantâneo. Se você tem reservas quando a um café da manhã raiz desses, leve algo para comer.
E a melhor coisa de fazer trekking em Bali: depois de todo o esforço, beba um ótimo café javanês, entregue-se a uma massagem de corpo inteiro e relaxe na piscina do hotel. Já pode voltar?
*Foto destaque: Unsplash
Carioca da Zona Norte, hoje mora na Zona Sul. Já foi da noite, da balada e da vida urbana. Hoje é do dia, da tranquilidade e da natureza. Prefere o slow travel, andar a pé, mala de mão e aluguel de apartamento. Se a comida do destino for boa, já vale a passagem.
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