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Phil me pegou de surpresa. Saia eu de um ranço dessa série famosa que fala sobre opressão da mulher, poder político abusivo e tudo mais. Uma versão televisiva pré-matura do que a gente pode acabar se tornando. Aquela da roupa vermelha, sabe? Sim, eu sei que é uma aula sobre a nossa realidade para a qual às vezes fechamos os olhos. Mas tanto sofrimento, cansa! Se a realidade é quase isso, ela já me basta por si só. Admito que não tenho estômago para longas doses desse tipo de sadismo. Meu estômago serve pra outra coisa muito melhor: comida! muita comida!
Foi então que graças à minha amiga e fiel companheira na gula, Camila Campolina, me veio à tona essa série que já estava na minha listinha, mas mofava lá enquanto meus momentos ociosos – que são poucos atualmente – eram dedicados a outras bobagens e para meu reencontro com a Cozinha Confidencial do meu saudoso ídolo-mestre Bourdain. Gostando ou não de comida ou gastronomia, leia!
Bom, mas quem é Phil e qual é a dele? Philip Rosenthal é um escritor e produtor americano conhecido pela série do começo dos anos 2000 ‘Everybody Loves Raymond‘, e que desde o começo deste ano tem uma série na Netflix que se chama “Somebody Feed Phil“. Na série, que já está em sua segunda temporada, Phil viaja mundo afora colhendo o que há de melhor nas cozinhas e culturas locais, cheio de simpatia e bom humor.
De Bangkok à Buenos Aires, Phil prova das comidas mais tradicionais aos mais conceituados restaurantes do momento de cada cidade. Desde a barraquinha de rua com o melhor noodle de Chang Mai, até as preparações extraordinárias de chefs como os do Noma ou de Massimo Bottura em Módena, ele não deixa escapar o que há de melhor em cada bocada. Prepare-se para ouvir muito: “One of the most delicious things I ate in my life!”
E a interação dele não para por aí, não! Além da comida, Phil explora as conexões culturais, históricas, sociais e arquitetônicas dessas cidades. Em Copenhagen, por exemplo, além de se deliciar com os smørrebrøds, o cara bate um super papo com ninguém menos que Bjarke Ingels, um dos maiores e mais respeitados arquitetos da atualidade. Em Buenos Aires, rola até aula tango.
Além da comida, das paisagens e dos encontros, um dos pontos mais interessantes de Somebody Feed Phil é a maneira como ele comunica suas experiências. Cheio de simplicidade, sinceridade e sorrisos, muitos sorrisos. Phil é simpático pra caramba! Sem falar nos pais dele, um casal de velhinhos que aparece ao final de todo episódio via Skype para falar sobre as experiências de Phil naquela cidade. É sensacional!
Somebody Feed Phil, querendo ou não, me faz lembrar de Sem Reservas, o programa de viagem e gastronomia do Bourdain. É diferente, mas ao mesmo tempo muito parecido. Pra mim, quando alguma coisa une comida, viagens e simplicidade, cativa mesmo.
Recomendo! Recomendo muuuuito!
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.