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Buenos Aires: vivendo como os porteños

Quem escreveu

Renato Salles

Data

22 de February, 2016

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Aquela temporada em que ir para Buenos Aires saía mais barato do que descer até o litoral acabou. A capital da Argentina viveu dias de paraíso de brasileiro lá para 2007 (saudades), quando o nosso câmbio fazia de qualquer um munido do 13º salário um rei do camarote em terras portenhas. De lá para cá, o Real levou umas porradas e a economia argentina afundou. Com a inflação a mil, compras já não são uma boa opção para nós. Mas os serviços, comparados aos nossos, ainda têm um preço honesto. Fora isso, a cidade continua charmosíssima, então não dá para evitar uma escapada vez ou outra por lá. Ou sempre.

LISTOS EN 3, 2, 1…

Quando for comprar sua passagem, veja em que aeroporto você vai descer. Se a escolha for Ezeiza saiba que você vai se perder pelo duty free local – na hora de voltar às terras brasileiras, vá com tempo: o lugar tem até açougue, caso você queira trazer um quê de carne argentina para o seu churrasco de final de semana. Mas um táxi de lá até o centro da cidade pode sair caro. Os taxistas credenciados (chamados remises) saem mais caro e geralmente tem preço tabelado por regiões, podendo  chegar a ser 100% do que um taxista comum cobra do lado de fora do aeroporto.

Uma boa opção para economizar é o Manuel Tienda León, um serviço de transporte que o leva de Ezeiza ao Centro e adjacências por um preço honesto em ônibus, que saem com certa frequência do aeroporto. O valor compensa apenas se você viaja sozinho, caso esteja acompanhado vale mais a pena pagar pelo táxi. Como os ônibus são fretados, eles têm um destino único, que é a região do Centro. De lá, outros táxis – da mesma rede – podem levá-lo, sem custo adicional, até a região você estará hospedado. Eles juntam pessoas que vão ao mesmo bairro, por exemplo, e o deixam pela redondeza.

A outra opção é o Aeroparque. Este fica ao lado de Palermo e o caminho demora menos de 20 minutos. A vantagem em escolher esse aeroporto é a facilidade entre ir e vir e a rapidez com a qual você chega até seu hotel, em outras palavras: dá para aproveitar melhor a viagem. Há voos diretos para lá saindo das principais cidades do Brasil e é por lá também onde saem todos os voos domésticos da região.

Caminito (foto: Shutterstock - Jess Kraft)
Caminito (foto: Shutterstock – Jess Kraft)

A moeda argentina é o Peso, que hoje custa menos de R$0,40. Por isso, o nosso dinheiro se multiplica por lá. Se conseguir, vale a pena tentar comprar alguns pesos por aqui antes de ir, que podem ser encontrados em algumas casas de câmbio. Isso ajuda na hora de pagar o táxi da chegada, sem ter que trocar dinheiro ainda no aeroporto, onde as taxas são pouco favoráveis. O melhor lugar para trocar seu dinheiro é o centro, nos arredores da Calle Florida e da Casa Rosada. Lá estão todos os bancos e você pode comparar taxas antes de se jogar, mas não perca os olhos da bolsa e nem o bom senso na hora de se adentrar por lugares meio clandestinos para fazer o câmbio, ok?

Outra forma de ter dinheiro é fazer saques diretos nos caixas eletrônicos. Alguns bancos brasileiros tem várias agências na cidade, e você pode sacar como se estivesse em casa. Mas fique esperto porque o banco cobra uma taxa por saque, então faça poucos saques grandes ao invés de muitos pequenos.

DE NORTE AL SUR

Circular em Buenos Aires é fácil. Até porque a cidade é praticamente plana, e não tem nada melhor do que andar por ela. Andar muito! Se preferir, você pode usar uma das bicicletas do governo, as EcoBici. O sistema foi implantado em 2013 e popularizou bem rápido. A cidade conta com várias ciclovias também, o que facilita – e muito – a locomoção através desse meio de transporte por lá.

Para quem não quer gastar as solas do pé, o sistema de metrô é uma boa opção. É barato e a rede, apesar de reduzida, atende bem os pontos mais interessantes da cidade. São 6 linhas, sendo que 5 delas passam pelo centro, nas imediações da Casa Rosada (sede do governo) e da Plaza de Mayo (palco dos muitos panelaços). Se for usar bastante, providencie um Sube, o cartão de transporte mais usado na cidade e que funciona também para os ônibus. São mais de 4000 postos que vendem o cartão na cidade e que fazem também a recarga do mesmo. No site dá para ter acesso a maiores informações.

Floralis Generica (foto: Shutterstock - sunsinger)
Floralis Generica (foto: Shutterstock – sunsinger)

E por falar em ônibus, o sistema é bem parecido com o brasileiro e muitos deles também estão em estado precário, como os nossos. Mas se quiser chegar a alguns lugares como a famosa Boca, não tem como fugir deles. Os pontos são sinalizados e a maioria mostra o itinerário das linhas que passam, o que ajuda bastante. Mas se ainda houver algum tipo de dúvida, use e abuse do Mapa Interativo da cidade, que é mantido pelo governo e traça a rota exata que você precisa usar de acordo com os transportes públicos que circulam por lá.

Por último, estão os famosos taxistas. Viajar de táxi em Buenos Aires é sempre uma experiência: podem ser loucos, falantes, inexperientes, mas sempre é uma experiência. O serviço já foi muito barato antes, mas hoje pode não ser a opção mais interessante. Fique de olho aberto, porque é também com eles que acontece o golpe mais comum em turistas: dinheiro falso. Tente sempre ter dinheiro trocado, porque eles adoram trocar notas grandes por algumas menores e falsificadas. Se achar qualquer coisa estranha com seu troco, reclame e peça outras notas. E importante: eles nunca aceitam cartão.

O Uber está previsto para chegar às terras portenhas em meados de março, portanto radar alerta.

MI CASA SU CASA

Estadia em Buenos Aires tem para todos os bolsos e gostos. O mais importante na hora de decidir onde ficar é definir qual a região mais interessante para as atividades que você vai fazer.

Quem quer viver a cidade como portenho verdadeiro, pode escolher as regiões de Villa Crespo ou do Barrio Norte.

A Villa Crespo é o bairro que mais vem surpreendendo nos últimos anos. A quantidade de restaurantes, bares e cafés se mistura com o comércio local, que é lotado de residentes fiéis que amam a redondeza. Por lá, a dica é ficar no Hotel Querido. De dona baiana, o lugar é pequenino e atende bem a turistas que curtem ficar em um lugar que remete à casa de família e que amam um café da manhã poderoso. Outro por perto, moderninho e super bem decorado, é o Home Hotel. Cada quarto tem um estilo próprio, mas todos lindos. A área da piscina é um charme e faz você se sentir no quintal de casa.

O Hotel Querido (foto: Amanda Mormito)
O Hotel Querido (foto: Amanda Mormito)

Se a ideia é não deixar o glamour de lado, a Recoleta é a pedida certa. São inúmeros os hotéis por lá, mas o mais histórico é sem dúvidas o Alvear. De décor imponente, não tem quem não goste da riqueza que a arquitetura de lá proporciona. Caso o orçamento não permita, vale a pena tomar um chá da tarde pela casa. Outra opção maravilhosa e tão linda quanto é o impotente Palácio Duhau da rede Hyatt. É um palácio com jardim que cruza as quadras das imediações. Famosos amam se hospedar por lá, mas de nuevo, caso o dinheiro não permita, vale muito a pena tomar um drink por lá ao final da tarde, no The Oak Bar.

Os descolados vão preferir a região de Palermo, reduto dos melhores bares e cafés da cidade (que amamos). As opções de AirBnb por lá são vastas. Mas um hotel bem gostoso de se hospedar a um preço legal é o Soho Point, bem no meio do burburinho do bairro, walking distance de vários lugares e suficientemente perto do metrô. E um lugar que foi uma boa descoberta também e que tem uma pegada mais romântica é o L’Hôtel. A entradinha para a casa remete a uma passagem secreta e o jardim é um convite maravilhoso a tardes preguiçosas, boa escolha para ficar entre primavera e verão. Nessa região ficam ainda os hotéis mais moderninhos e minimalistas, com propostas mais contemporâneas, mas sem esquecer o conforto, como é o caso do Vitrum.

Jardim do l'Hotel (foto: divulgação)
Jardim do l’Hotel (foto: divulgação)

Para quem gosta de tudo novo e moderno, Puerto Madero pode ser interessante. O bairro é o cenário de uma das revitalizações urbanas mais impressionantes dos anos 1990. A região, antes degradada e isolada, recebeu uma intervenção urbanística completa e hoje é cheia de arranha-céus, grandes restaurantes e museus, e claro, hotéis. Um dos mais conhecidos e arrojados por lá é o Faena. Com projeto do Phillipe Starck, tem uma decoração dramática (tipo tango), arrojada e preços salgados. Aqui também o bar, ao redor da piscina, vale pelo menos uma visita.

Mas se a ideia é ficar bem pertinho do epicentro turístico, as regiões do Centro e de San Telmo tem boas opções, como por exemplo, o Moreno e o Room Mate Carlos. Também é por aqui que se encontram a maioria dos hostels, para quem está com a grana curta. Alguns deles são os mais bem avaliados, como é o caso do America del Sur, o Elefante Rosa, o Ostinatto e o Milhouse Avenue.

A COMER!

Buenos Aires é mundialmente conhecida pela maravilhosa carne que tem. Culpe os pampas, pero es la verdad. Logo, exceto se você for vegetariano, vai ter que dar uma passadinha em alguma parilla. Aqui já listamos algumas que atendem a vários gostos. Complementando as recomendações, uma que faz sucesso é a Don Julio (peça a provoleta e o cordeiro), cujo local vive cheio, mas vale a pena a reserva. E outra que vive lotada de turistas, mas que não perde a pose é a Cabrera, que recentemente abriu uma filial no Rio de Janeiro.

Mas se você não faz parte do grupo acima não se preocupe, além dos restaurantes vegetarianos que tem por lá, há outros tantos que não são parrillas.

À Nos Amours: é um bistrô francês underground-escondido. Fica em uma região de Palermo longe da movimentação e tem um cozinheiro que, além de detestar ser chamado de chef, bebe vinho enquanto cozinha. Como não amar? Os pratos variam a cada semana e há poucas opções, mas todas deliciosas. O menu de vinhos é todo orgânico e quem atende é o próprio dono, um francês que desembarcou anos atrás em terras latinas (mas, se fossemos julgar pelo sotaque, diríamos que ele só leva dois meses na Argentina). Nas mesas, sempre tem algum livro antigo com cheiro a mofo, em francês, mas que faz toda diferença na hora de admirar a boemia que impera por ali.

Sarkis: é um árabe do coração. Além de ter comida gostosa e ser querido pela metade dos habitantes da capital portenha, o lugar tem preços gloriosos. É bem underground também e não é bonito. Fica na região da Villa Crespo e é daquelas dicas insiders das boas. Vá com calma e tenha paciência, o lugar não aceita reservas e independentemente do horário, rola uma fila.

Sarkis (foto: Amanda Mormito)
Sarkis (foto: Amanda Mormito)

i Latina: tem um menu degustação bem despretensioso. Parece que menu degustação e despretensioso não conversam bem na mesma frase, mas o i Latina é uma exceção de ouro. O restaurante ganhou destaque no último 50 Best Latin America Restaurants, não só pela experiência gastronômica inesquecível, mas também pela noite ambientada em uma casa linda. O lugar, meio speakeasy, funciona só com reserva (de verdade, caso contrário você não entra) e é comandado por três irmãos colombianos que desembarcaram na Argentina para disseminar, de vez, a culinária caribenha. Vá preparado para muitos pratos com frutos do mar, sobremesas leves e com frutas e uma seleção impecável de vinhos.

Burger Joint: A hamburgueria norte-americana proveniente de NYC faz muito sucesso em Buenos Aires e não é para menos: os lanches são fartos, com molhos gringos e com carne local. Não fosse só pela comida ridiculamente boa, a decoração é algo fora de lógica: paredes cheias de fotos, grafites, escritas e um apelo ao amor das Kardashians fazem do lugar um amontoado de tudo junto e misturado sem ordem nenhuma, que, à luz do dia, parece cômico, mas é trágico. O menu é bem enxuto também e lista apenas 5 opções de lanches, além das cervejas. Não tem muito segredo, não.

The Argentine Experience: Para quem procura um jantar diferente há a opção do The Argentine Experience. Que nada mais será do que uma das noites mais divertidas da sua estadia por lá. A ideia é fazer uma baita imersão na culinária argentina e você aprenderá a fazer não só empanadas, mas também alfajor, e ainda vai entender gestos e posturas dos argentinos em diversas situações do cotidiano. Tudo isso regado a vinho versão refil e acompanhado de pessoas do mundo todo, compartilhando à mesa boas risadas. Já falamos sobre ele aqui.

Olsen: Em uma casinha linda no fundo de um jardim aconchegante em Palermo, o Olsen foi por muito tempo o templo dos moderninhos, pela fusão da culinária local com a escandinava e pela vasta carta de vodkas para degustação. A novidade passou, mas a qualidade se mantém. No calor, tente pegar um lugar fora e, no inverno, procure as mesas ao redor da lareira central.

El Preferido: A casinha antiga destoa dos lugares cheios de design de Palermo, mas o El Preferido é parte da história do bairro. O famoso bodegón se mantém na mesma esquina há mais de 50 anos, sempre divido em dois espaços. O bar funciona para o almoço, e serve porções e sanduíches e o restaurante, à noite, serve pratos daqueles enormes que dá para dividir. Sem frescura e com bom preço.

El Preferido (foto: HalloweenHJB)
El Preferido (foto: HalloweenHJB)

Green Bamboo: Cansou dos bifes anchos e do chimichurri? Uma boa opção para fugir um pouco da comida argentina é esse restaurante vietnamita em Palermo que capricha em toda a experiência. O ambiente é elegante, a música preenche o espaço sem atrapalhar, a lista de drinks é vasta e a comida é um refresco no meio de tanto churrasco.

Mott: No meio do buchicho de Palermo, o Mott é um ótimo lugar para um sanduíche rápido de almoço. O cardápio é bem interessante, o ambiente é descolado e bem iluminado e tem uma boa carta de drinks e vinhos. Ótimo para quem não quer perder muito tempo na refeição.

Status: Circulando pelo Centro, é difícil achar um restaurante que tenha uma cara interessante e que não seja super turístico. O Status é um desses lugares que, sem aviso prévio, passaria batido. Aparentemente não tem nada de mais. Mas vale a pena ir um pouco além da Plaza de Mayo para comer um ceviche peruano tradicional (com choclo e tudo), com muita (muita!) pimenta e preços honestos.

Desnível: Nos arredores da feira de antiguidades de San Telmo, comer pode ser um drama. O Desnível é um restaurante bem clássico da região, com parilla bem tradicional, mas que cumpre bem o papel. O bacana é o clima, sempre animado, com grupos falando alto, tomando cerveja, no estilo botecão.

MUCHOS TRAGOS

Essa parte do post poderia poderia ir embora e não acabar nunca, mas vamos manter o foco. Buenos Aires tem uma quantidade tão invejável de bares bons que até mesmo São Paulo sai perdendo (e falo por experiência de campo própria). Há para todos os gostos, mas a coquetelaria local deveria ser patrimônio cultural da humanidade, assim como também seus vinhos.

Floreria Atlantico: é um dos mais famosos da cidade. Quem passa pela rua Arroyo, na Recoleta, não fala que no piso inferior da floricultura do número 872 tem um baita bar com apelo náutico e cheiro de parrilla. O bar fica escondido atrás de uma porta de frigorifico e dá entrada a um mundo paralelo e delicioso. Há drinks inspirados em ingredientes de vários países e todos são muito bem executados. Também rola comer por lá, uma boa combinação é pedir a porção de polvo e um drink que harmonize bem com o prato. Reserve antes de ir.

Nicky Harrison: outro bar escondido e não muito conhecido, mas que a vale a pena ao menos tentar conhecer. O Nick é dos mesmos donos de outro grande bar speakeasy da cidade, o Frank’s. Para entrar no Nicky rola uma estratégia: tem que ir jantar no restaurante Nicky Sushi e uma vez finalizada a comilança tem que pedir para visitar a bodega. Essa tentativa tem 90% de chances de dar certo entre terças e quintas, já às sextas e sábados é mais difícil e nós não nos arriscaríamos. Isso porque o bar tem um esquema que só membros com carteirinha podem entrar. Dito isso, uma vez que você conseguiu a aprovação para entrar na bodega, prepare-se para um dos bares mais legais da cidade. Você vai achar que voltou aos anos 1920 e que foi teletransportado para Paris, mas calma que é apenas Buenos Aires.

BASA: Dos mesmos donos do Danzón, é uma versão mais bar do lugar anterior. Fica pertinho da Floreria Atlantico, o que facilita um pub crawl caso essa seja a ideia. Os fortes aqui são os drinks da casa, elaborados por um dos melhores bartenders da cidade. Tem ares de bar nova-iorquino e música que agrada a qualquer ouvido.

Bar do BASA (foto: Amanda Mormito)
Bar do BASA (foto: Amanda Mormito)

Gran Bar Danzón: é um lugar clássico na cidade e Paola Carosella já foi uma das sócias do local. A casa existe há muito tempo e tem uma das caves de vinhos mais importantes da cidade. Levando-se então em conta que Argentina tem uma porrada de vinho, estamos falando de muitas variações. Jantar por lá é uma bela opção também e não tem erro jamais.

Victoria Brown e Isabel: Para quem estiver no pique, são dois bares que ficam bem animadinhos depois da meia noite. Victoria Brown é lindo, tem uma decoração milimetricamente planejada – ao mesmo tempo que se parece com uma fábrica é também um bar, mas lembra também a Inglaterra e tem também (ufa!) um dos maiores cardápios de drinks da cidade. Cada noite tem um DJ diferente, mas todos são bons. Na mesma linha, o Isabel é lindo demais. Amantes de fotografia vão pirar no banheiro (sim, aqui está permitido fazer selfie no banheiro) isso porque o lugar é todo coberto por espelhos criando uma visão infinita do espaço, meio louco. E eles tem um dos balcões de bares mais lindos, meio transparente, meio de vidro, meio amarelo, meio prateado… Lindo.

La Esperanza de los Ascurra: uma opção mais local, na Villa Crespo. Um bar para quem ama tapas madrileñas e jarras e mais jarras de sangrias. É daquelas opções gostosas, de comfort food mesmo, sabe?

La Esperanza (foto: Amanda Mormito)
La Esperanza (foto: Amanda Mormito)

Sky Bar: Se estiver aproveitando o verão, o hotel Pulitzer arma durante a estação esse bar temporário e que fica no topo do seu edifício. Não é lá muito alto, mas faz jus à proposta: um happy hour a céu aberto cheio.

Shout: E finalizando, se você estiver pelo Centro e quiser tomar algo, o Shout vem ganhando cada vez mais fãs pela região. A proposta é despretensiosa, mas deliciosa: drinks e brasas (frutos do mar e carnes são as pedidas por aqui).

UN CORTADO, POR FAVOR

Como boa cidade adepta do verbo flanar, BsAs é recheada de lugares para tomar um bom café. A atmosfera parisiense importada nos séculos 19 e 20, refletiu em alguns hábitos que se mantêm até hoje na cidade, como os cafés com mesinhas na rua, e aquela gente que passa horas matando o tempo com uma xícara apenas. O Café Tortoni é com certeza o mais famoso deles, e também o mais tradicional. No meio do caminho entre a Casa Rosada e o Congresso, virou um ponto tão turístico que chega até a dar preguiça. O lugar é enorme, o cardápio é enorme, o atendimento é rápido, porém nada simpático. Vale mesmo só para ver o lugar suntuoso em estilo art nouveau. Mas pela cidade toda existem lugares que prezam pelo ambiente, sim, mas também pelo atendimento, e óbvio, pela qualidade da bebida.

Entre os mais gostosos, o Oui Oui é o mais clássico deles. Foi pioneiro na hora de criar um ambiente gostoso de décor fofa, vá para café da manhã e peça medialunas (pequenos croissants levemente adocicados), recheadas de presunto e queijo.

Agora se você quer tomar café bom, não deixe de passar pelo Lattente ou pelo Full City Coffee House. Os baristas locais tem um cuidado especial com cada xícara que sai de seu balcão.

Se você prefere uma pegada mais boulangerie, a escolha deve ser a Cocu. De donos franceses, tem opções de bandejas semi-prontas e que vem recheadas de croissants e pães da casa, a especialidade.

Cocu (foto: divulgação)
Cocu (foto: divulgação)

Pelas redondezas da Villa Crespo, a padaria judaica La Crespo tem comidas maravilhosas que parecem saídas daquela casa da sua avó que cozinha bem à beça. O brownie é fabuloso, assim como a “fila” de queijo, a cheesecake, o sanduíche de pastrami etc. Ainda pelo bairro, o Malvón tem um dos brunches mais tradicionais da cidade, recheado de carboidratos e comidas que aquecem o corazón <3.

Como esses cafés, há outros tantos pela cidade e é obrigação também se deixar levar pela inspiração momentânea, coisa que deve fazer parte de qualquer viagem à Buenos Aires.

BAILANDOO, BAILANDO

Buenos Aires é uma cidade bem noturna. Além dos bares que reinam por lá, a galera ama sair para bailar durante la noche. Porém, antes de dar dicas de baladas, saiba que:

– Balada se chama boliche. Isso mesmo (boliche é bowling).

– Não tem balada que fique animada antes das 2h da manhã. E a galera aguenta o tranco até às 6h da matina.

As baladas de música eletrônica ficam na Avenida Rafael Obligado (a mesma do Aeroparque) e por lá é possível encontrar várias casas.

Um dos points mais badalados por gringos e locais é a casa Rosebar, de músicas variadas, que fica em Palermo Hollywood, há algumas regras de vestimenta para entrar, mas quem entra não quer sair.

Rosebar (foto: Amanda Mormito)
Rosebar (foto: Amanda Mormito)

Em temporada de verão existe uma festa que rola durante à tarde no complexo Punta Carrasco, chamada PM Open Air. Música eletrônica também, mas é uma pegada bem diferente, você passa a tarde em uma festa que poderia ser uma rave até! As pessoas amam e o visual é legal: a balada banha o Rio de la Plata.

Para quem quer algo diferente, as milongas são uma boa oportunidade para dançar e ouvir tango. É uma alternativa caso você não queira um espetáculo da Broadway para ouvir o clássico ritmo argentino. Umas das mais conhecidas são a La Viruta e a La Catedral. Você vai se sentir como se estivesse em uma roda de samba, só que, em vez de samba, é tango.

Buenos também ama Beatles e por lá tem também uma imitação do famoso The Cavern, que também se chama The Cavern. Vira e mexe tem tributo aos queridinhos britânicos por lá. Para quem é muito fã, by the way, o local abriga o maior museu beatle fora da Inglaterra.

Já os amantes do batuque tem também seu lugar na capital portenha, a banda La Bomba del Tiempo é um grupo de percussionistas que improvisa nos palcos a gosto da sua plateia – composta de todo tipo de gente e afinidades – e que vai à loucura. Mais de três milhões de pessoas já assistiram e o bom é que eles tem lugar fixo todas as segundas-feiras no complexo da Ciudad Cultural Konex. Uma baita experiência.

Para ouvir um jazz gostoso, a casa escondida chamada Thelonious e conta com apresentações de bandas ao vivo. Não se assuste se você vir os garçons pararem durante a apresentação para ouvir a banda convidada do dia.

Thelonius (foto: Amanda Mormito)
Thelonius (foto: Amanda Mormito)

No mais, se você não souber aonde ir, há três endereços para qualquer dia na cidade:

– Niceto Vega esq. Humboldt: uma esquina que tem de tudo e mais um pouco. Balada rock, balada de cumbia e eletrônica;

– Honduras 5300: reduto de várias baladinhas também,

– Rafael Obligado: outro epicentro de casas para bailar.

INSPIRACIONES

Nem só de vida noturna vive a boêmia Buenos Aires. Durante o dia, além da própria cidade, que é uma inspiração por si só, existe uma cena cultural agitada e muito interessante que vale muito a pena explorar. Além da descrição bem piegas de Buenos Aires ser a ‘Paris da América do Sul’, ela acabou importando também uma certa joie de vivre da cidade-luz, que se reflete na cultura. Alguns museus estão entre os mais importantes do continente e merecem uma visita entre um churrasco e outro.

Malba – O Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires virou o xodó dos amantes de artes por lá. Como o próprio nome diz, esse museu se dedica exclusivamente à arte produzida nas Américas do Sul e Central e tem um acervo poderoso, com obras de Diego Rivera, Fernando Botero, Frida Kahlo, León Ferrari, Julio Le Parc e António Seguí, entre tantos outros, incluindo o trabalho de muitos brasileiros como Portinari, Helio Oiticica, Lygia Clark, Mira Schendel, Nelson Leirner, Beatriz Milhazes, e por aí vai. Só a oportunidade de ver o famoso Abaporu, da Tarsila do Amaral, ao vivo, já vale a visita. E o museu ainda tem uma loja de design incrível e uma livraria para se perder por horas.

Malba (foto: Amanda Mormito)
Malba (foto: Amanda Mormito)

Fundación PROA – Sem tentar esconder a verdade, quem vai ao Caminito, na Boca, pode se decepcionar. O casario colorido tão famoso hoje parece apenas um cenário deixado lá para tirar selfies. Mas para não perder a visita ao bairro, a Fundación PROA pode ser uma ótima solução. Bem ao lado da entrada da ruela, esse edifício todo modernizado, de fachada envidraçada, guarda algumas das exposições mais interessantes que a cidade recebe. O foco é sempre na difusão dos movimentos artísticos do século 20, apimentados pelo intercâmbio que a fundação mantém com as maiores instituições culturais do mundo.

Colección Fortabat – María Amalia Lacroze de Fortabat era a presidente da maior produtora de cimento da Argentina. Com sua fortuna, ela montou uma das maiores coleções de arte privadas do país e que recebeu uma sede em 2008, em pleno Puerto Madero, com projeto arrojado do arquiteto uruguaio Rafael Viñoly. Entre Chagall, Dalí, Rodin e Klimt, ali fica também o retrato da própria Amalia, feito por Andy Warhol.

Museo del Bicentenário – Para a comemoração dos 200 anos da independência Argentina, foi inaugurado o Museo del Bicentenário exatamente atrás da Casa Rosada. O espaço, que, no período colonial, era a margem do rio, ocupou o espaço que antes era de um forte construído no século 18. Parte da construção original foi mantida e o museu recebeu uma exposição permanente que conta a história desses dois últimos séculos, abordando inclusive o período negro da ditadura.  A mostra ainda mistura objetos e arte dos presidentes argentinos com equipamentos multimídia, que ajudam a explicar os fatos.

Puente de la Mujer – Durante a execução do grande projeto urbanístico que revitalizou o Puerto Madero, o arquiteto espanhol Santiago Calatrava foi chamado para desenhar uma ponte de pedestres que cruza o canal exatamente atrás da Casa Rosada. A ponte resultante é uma das mais lindas e icônicas do continente. O desenho foi inspirado em um casal dançando tango e, rapidamente, a ponte se tornou um dos cartões-postais de Buenos Aires. A ponte é pivotante, ou seja, ela gira para abrir passagem às embarcações que passam no canal.

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COMPRITAS

Como falamos ali em cima, Buenos Aires foi feita para se caminhar e se deixar levar pela inspiração local e momentânea. Em outras palavras: relaxe. Como também comentamos ali em cima, a cidade já não é palco de diversas compras alucinantes, mas vamos citar alguns lugares, caso a mão coce de vontade de comprar, nem que seja um “fui para Buenos Aires e me lembrei de você”. Aproveite que algumas lojas fazem parte do sistema Tax Free. Não são muitas lojas que tem a vantagem, e não são todos os produtos que dão o benefício, mas se vir o selo na vitrine, você pode economizar até 21% do valor gasto.

Se você perguntar para quem foi a Buenos Aires há muito tempo, vai receber como resposta que o melhor lugar para compras é a Calle Florida, no Centro. Ela já teve seu momento auge, mas hoje ela é apenas um calçadão meio decadente, com muitos camelôs. Ali também fica a Galeria Pacífico. Ela nada mais é do que um shopping, que fica em um prédio muito bonito. Se não for a sua pegada, alguns lugares podem ser mais interessantes para gastar seus pesos.

A Avenida Santa Fé sai do Retiro e vai até Palermo. Sua parte que margeia a Recoleta é a mais agitada em termos de comércio. Lá você encontra um reduto de muitas e muitas lojas, desde redes grandes como Zara até outras pequenas e desconhecidas por aqui. Na altura do numero 1860 tem uma das livrarias mais lindas do mundo, a Ateneo. O lugar antes era um teatro, mas resolveram manter a forma e fazer do lugar uma livraria grandiosa. As horas passam voando por lá. Pertinho da Ateneo tem a Galeria Patio del Liceo. O espaço é um reduto de arte e desenho, com lojas lindas como a Monoblock e ateliês de pintura também de vez em quando. Outra galeria que merece uma visita é a Bond Street, no número 1670. Cheia de lojas de estilistas locais, de música, de skate, brechós, estúdios de tatuagem e piercing etc, ela é como a Ouro Fino em São Paulo. Sempre tem alguma coisa diferente e interessante para se descobrir.

Patio del Liceo (foto: Amanda Mormito)
Patio del Liceo (foto: Amanda Mormito)

Uma outra área legal para dedicar um dia completo é Palermo. O bairro é o maior da cidade e dá para dividi-lo em, pelo menos, 5 regiões, porém 3 delas são as mais interessantes: Palermo Soho, Palermo Hollywood e Palermo Chico. A parte do Soho tem esse nome justamente porque lembra o Soho de Nova Iorque. Por ali não tem erro: só passear pelas redondezas das ruas Gorriti, Jorge Luis Borges, Plaza Serrano ePlaza Armenia faz a gente se perder a cada instante. Aos sábados e domingos, a Plaza Serrano dá lugar a uma feirinha de roupas interessantes, que ficam alojadas dentro dos bares e restaurantes até às 18h, quando os adeptos de cervejas e drinques vão chegando para passar a noite. Já Palermo Hollywood é chamado assim porque por ali ficam os principais estúdios de gravação da cidade e onde também mora o ator mais amado, talentoso e arroz de festa do excelente cinema argentino, Ricardo Darín. As opções de restaurantes e bares aqui são variadas, mas o bairro ainda guarda um quê residencial.

Existem muitas lojas interessantes pelas praças do bairro (especialmente de roupas) e a maior parte dos cafés bacanas ficam por ali também. Um dos lugares mais incríveis é a belíssima combinação de loja de móveis-floricultura-café e loja de chás, a Paul French Gallery. Parece Provence, mas é Buenos Aires. Quem tem filho pequeno, ou um sobrinho para presentear, não pode deixar de ir na Sopa de Príncipe. Decorada como se fosse uma vendinha de comida, lá você pode comprar os bonecos de pano mais simpáticos do mundo. Até os adultos acabam levando um. Uma marca de óculos argentina chamada Infinit fica por ali. Eles tem produção própria, uma variedade absurda de modelos e você ainda consegue fazer customizações se quiser. Se o seu objetivo for levar mesmo só aquela lembrancinha para os amigos, nada de comprar imã de geladeira com ‘I <3 BsAs’. Na NoBrand, você encontra todo tipo de souvenir, de camiseta a caderno, de chaveiro a cuia para tomar um mate, tudo sem nada escrito, sem marca. As peças deles só tem desenhos de ícones da cultura argentina, como a vaca, a empanada, a Evita e a própria cuia. Se quiser decorar a casa (e isso é muito bom de fazer lá), a PicNic é uma das lojas mais bacanas que existem. Aquela sua amiga que trouxe um papel de parede lindo e umas almofadas coloridas da Argentina provavelmente comprou tudo lá.

Paul French Gallery (foto: Amanda Mormito)
Paul French Gallery (foto: Amanda Mormito)

A Tienda Palacio também é uma ótima pedida para decoração e presentes, pois reúne coisas da PicNic, da NoBrand, e mais um monte de coisas bacanas de outras lojas da cidade. Tem uma loja em Palermo e uma em San Telmo, pertinho da praça. Em San Telmo, não deixe de conhecer também a Cualquier Verdura. Essa loja é ambientada como uma casa comum, mas todos os cantos estão ocupados por todo tipo de bugiganga divertida, de bonecos antigos a produtos artesanais, passando por vinis, objetos de decoração e roupas. Os vendedores são super simpáticos e você perde horas descobrindo a história das coisas. E depois de tanto tempo em Buenos Aires, você não comeu nenhum alfajor? Então aproveite que um dos melhores alfajores artesanais estão por perto. A Panadería Cosas Ricas tem mais de 50 anos de tradição e o doce argentino deles é de comer de joelhos.

Último e não menos importante, o bairro da Villa Crespo vem ganhando cada vez mais adeptos, isso porque o bairro é hoje o hotspot da cidade e é o escolhido pela maioria dos novos empreendimentos gastronômicos para assentar negócios. Por ali também ficam os famosos outlets de marcas conhecidas na região da Avenida Corrientes e imediações das ruas Gurruchaga e Aguirre, e também lojas de couro que vem direto do fabricante (rua Murillo altura do número 600).

TURISTA PORTEÑO

Mesmo com tanta coisa boa para fazer, quem vai a Buenos Aires pela primeira vez não pode deixar de fazer o circuito básico. A cidade é bem organizada e dá para aproveitar bem sabendo dividir os dias. Dedique um, por exemplo, para fazer só a redondeza do bairro da Boca e Puerto Madero. Durante esse dia, percorra as ruas do bairro Caminito, conheça o famoso estádio da Bombonera e as casinhas coloridas que rodeiam o bairro. Por lá tudo tende a sair mais caro do que em outras regiões da cidade, porque é uma zona bem turística, mas lá você vai achar aquele ímã de geladeira para sua coleção, pode apostar. Algo que achamos bem fofo e serve para quem tem criança na família são os lápis de cor em tamanho gigante feitos de madeira. eles são icônicos pelas feirinhas de artesanato da cidade e a criançada ama.

Saindo de lá, dá para almoçar em Puerto Madero. Visite também os diversos pontos turísticos da região, como a Puente de la Mujer e o Museu Fragata Sarmiento. Vale a pena dar uma passada na parte nova do bairro, que fica na parte oposta a cidade, sentido Rio. Por lá, existe a Reserva Ecológica, que rende um belo passeio pelos verdes que rodeiam o lugar, pelos prédios novos e por uma Buenos Aires diferente. Uma dica bem local é provar o famoso lanche choripan, que alguns carrinhos oferecem na rua. É street food mesmo, mas vale a pena provar: pão, linguiça e chimichurri (molhinho increíble de alho, cebola, ervas e pimenta). Tem que comer pelo menos uma vez na vida!

O chorripan original (foto: Amanda Mormito)
O chorripan original (foto: Amanda Mormito)

Dedique outro dia ao Centro, a San Telmo e a Recoleta. Visite desde a famosa estátua da Mafalda até a Manzana de las Luces. Aos finais de semana, San Telmo é palco de uma feirinha de antiguidades super famosa. Tem gente que gosta, tem gente que não gosta, mas, se você está pela região, uma passadinha não vai fazer mal. O mercado do bairro também merece ganhar destaque, não é como nosso Mercadão em São Paulo, mas tem comidinhas locais e um estande de cafés especiais, o Coffee Town e que todo mundo adora. Embarcando pelo Centro, conheça a histórica Plaza de Mayo, Casa Rosada, calle Florida até chegar ao histórico Palácio Barolo, um edifício que faz referência e homenagem a Divina Comédia de Dante Alighieri. Mais adiante, depois de passar pelo famoso Obelisco na Avenida 9 de Julio, você vai encontrar o poderoso Teatro Colón e, ao lado, você também vai ver as charmosas embaixadas da França e do Brasil.

Dali em diante se jogue pelo bairro mais europeu da América Latina: a Recoleta. A região esconde em cada rua uma magia. Há quem goste de visitar o cemitério do bairro, cheio de mausoléus decoradíssimos e onde fica o túmulo da Evita. Caso não seja o seu estilo, o local tem muito para oferecer também como suas famosas vielas, em especial a Rue des Artisans e a Pasaje del Correo. Desça até as imediações da avenida Libertador, visite a Floralis Generica, conheça a Faculdade de Direito e visite o Museo de Bellas Artes. Por ali também, aos finais de semana, existe uma feirinha de artesanatos bem fofa para passear. As melhores sorveterias ficam ao redor da Plaza Francia (onde rola a feirinha, de fato): Freddo, Volta e Persicco. Pela redondeza, tem uma loja de vinhos e destilados bem legal, chamada Winery. A variedade de uvas e bodegas é bem grande e dá para se perder em meio a tantas garrafas. No mais, Recoleta é uma delícia para passeios a pé, daqueles que você vai se encantando a cada rua, prédio e loja diferente.

Recoleta (foto: Amanda Mormito)
Recoleta (foto: Amanda Mormito)

Descendo de Palermo em direção ao rio fica a parte de Palermo Chico. É onde se encontram os parques da região. Sugerimos uma visita ao Jardin Japonés e ao Parque Tres de Febrero e seu Rosedal, sim um parque de flores – lindo por sinal. O Museo Evita, que fica pertinho do Malba, também vale uma visita. É um ótimo jeito de passar o dia relaxando.

PASSAR O DIA FUERA DA CIDADE

Há quem sugira visitar o Uruguai caso exista um dia vago na sua agenda de viagens à Buenos Aires. Pode até ser, mas a grande Buenos Aires vale muito uma visitinha, em especial a região norte. E é bem mais fácil de chegar, convenhamos.

Há um passeio de trem bem gostoso que sai da região de Olivos, chamado Tren de la Costa. Esse trem é tão e apenas turístico com paradas que valem fotos ao decorrer do seu trajeto. Ele percorre a costa da província de Buenos Aires banhada pelo Rio de la Plata e é estilo hop-on/ hop-off: você desce e sobe quando e o quanto quiser. Uma das paradinhas mais charmosas é a de Barrancas, na cidade de Acassuso. Remete a uma estação de trem inglesa e tem opções de cafés e restaurantes ao redor. A sugestão aqui é entrar no complexo do Peru Beach e se deixar encantar pela praia improvisada que instalaram ali: tem um bar, um gramadinho com cadeiras de madeira que reclinam e a opção de fazer esportes náuticos.

Outra estação legal para turistar é a de San Isidro, que fica na cidade de mesmo nome. Aproveite para passear pela praça local e visitar a feirinha de artesanatos da região.

A última estação da linha é na famosa cidade de Tigre, que contém um delta onde rolam vários passeios. Por ali uma visitinha ao Puerto de Frutos é uma opção interessante, além de uma volta de barco pelas ilhas da região – dá até para voltar à Buenos Aires a bordo de um deles. O passeio deve durar o dia todo e é recomendado fazê-lo nos finais de semana, onde tudo estará aberto.

Delta do Tigre (foto: Shutterstock - Christian Saez)
Delta do Tigre (foto: Shutterstock – Christian Saez)

Esse guia contou com a colaboração da Amanda Mormito, que é metade paulista, metade portenha. Vive explorando as cidades que passa para poder inspirar e compartilhar dicas e lugares com as pessoas que gostam de seguir seus passos. Sempre arranja um tempo para um café (se for em algum lugar fofo, melhor ainda) e um bom drink (ou taça de vinho) e sempre se encanta com cantinhos inesperados e escondidos.

Se quiser buscar mais informações sobre Buenos Aires, 3 sites que indicamos são:

Aires Buenos –  de um brasileiro que mora lá e tem uns tours bacanas;

Aqui Me Quedo – de uma brasileira que mora lá e é especializada em tango,

Pick Up The Fork – de uma americana que só come, escreve em inglês e tem uns textos super engraçados.

 

Foto do destaque: T photography / Shutterstock.com

 

Quem escreveu

Renato Salles

Data

22 de February, 2016

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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Comentários

  • Conheço a cidade, mas suas dicas são maravilhosas, dá vontade de conhecer todos os points e bares sugeridos. Muito bom!

    - Sol

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