Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O Erik Sadao já trabalhou nas maiores publicações de viagens do Brasil, fundou o Sapiens Travel, DMC sediada em Amsterdam, e colabora para a revista Unquiet, a mais bacana que temos hoje para quem quer se aventurar pelo mundo. É tanta coisa que ele faz ao mesmo tempo, que nem a pandemia deixou ele parar de viajar. Como ele mesmo diz em seu Instagram, ele é um caçador-coletor de experiências. Com isso, ele também virou uma referência quando tentamos descobrir qual é afinal esse novo-normal no universo do turismo. Nós perguntamos para ele para onde ele pretende ir em 2022, e quem sabe assim descobrir quais são os destinos em alta pós-pandemia.
Me conte o que anda fazendo e seus planos pós pandemia
Continuo trabalhando em projetos relacionados ao turismo. Por causa deles, rodei desde junho por Suíça (2x), Dinamarca, Suécia, França, Inglaterra, Escócia, Portugal, Islândia, Itália e Alemanha. Estou escrevendo um ebook sobre a loucura que foi realizar esse monte de viagens após o trauma da pandemia. Meus planos pós pandemia incluem uma série de jornadas para grupos pequenos para lugares como a Lapônia, a Islândia, a Noruega e, se tudo der certo, para a Rússia e o Báltico, para o Japão e a Austrália. Além disso, pretendo curtir o verão – que havia sido prometido para este ano – em festivais e alugando uma cabaninha em alguma ilha não muito bombada na Europa.
Qual é o destino que está no seu radar, que você já está se organizando para ir no próximo ano, e porque escolheu esse destino?
Planejo Malta, por causa da nova cena queer. Tenho demanda de escrever sobre para um projeto da revista UNQUIET; a Coréia do Sul, porque estive somente em Seul rapidamente e estou completamente louco de vontade de retornar à Ásia; Groenlândia, depois de tanto rodar a trabalho pela Islândia e por outros lugares do Ártico, o coração está chamando para a ilha do gelo; e alguns lugares do centro da Europa que ainda não conheço como o Azerbaijão, a Armênia, a Geórgia e, por causa da Lalai, a Ucrânia.
Qual evento/festival/acontecimento você quer ou vai participar no próximo ano? O que ele tem de tão especial?
Depois do balde de água fria que foi o cancelamento da maioria dos festivais de Benelux, pedi reembolso de quase tudo. Estou refazendo a programação e ela inclui: o Primavera Sound, no primeiro finde, pra finalmente ver a volta do Massive Atack e matar saudade do Magnetic Fields e do National; o Down the Rabbit Hole, braço indie que utiliza parte da estrutura do gigante Lowlands e o Best Kept Secret, que é meu festival do coração aqui na Holanda. Vou mais por causa do cenário e do ritual de acordar todo dia, tomar café da manhã e nadar no lago/prainha do parque, antes de seguir para os palcos. Além destes, devo pegar alguns dias do Iceland Airwaves.
Qual é o lugar de desejo que você gostaria muito de ir? Pode ser um lugar novo que você descobriu, um lugar do coração, um lugar que tem uma história nova para você… e por que?
Meu sino anda batendo forte por lugares super abertos, com natureza implacável. Redescobri o amor pela Islândia e pelos países escandinavos nos últimos anos e pretendo voltar muitas e muitas vezes. Além da natureza, e dos espaços abertos, sou completamente fascinado pelos avanços sociais destes lugares. Visitá-los é, em si, uma viagem pela história de como os povos do norte foram obrigados a “se resolver”, criando constituições igualitárias e avançando em direitos que os colocam na vanguarda social mundial, sobrevivendo em alguns dos cenários mais inóspitos do mundo. Se a noção de respeito aos indivíduos que os países reformados da Europa, como a Alemanha e a Holanda, têm é fascinante, para nós, brasileiros, o extremo norte da Europa chega a ser uma viagem exótica.
Imagem de destaque: Malta – Karl Paul Baldacchino on Unsplash
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.