Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Em agosto acontecem alguns dos melhores festivais de música eletrônica do mundo. Mas eles não são os únicos. Quem quer mesmo cair numa pista de rock, opções ao redor do planeta não faltam. Entre eles há o Way Out West, um dos meus favoritos da vida. Já quem segue mesmo o dancererê, quem abre o mês é o Dekmantel, na sua edição mãe, em Amsterdã.
A lista para este mês traz uma seleção de festivais para quem gosta de arriscar se embrenhando no universo da música eletrônica experimental. Ela nem sempre é fácil, o festival nem sempre é dançante. Ele é muito mais contemplativo. Em novos tempos de profusão de festivais, como em nenhuma outra época, por que não se aventurar em novas sonoridades?
Vamos lá?
O Dekmantel Festival nasceu em 2013 e hoje está nas maioria das listas de melhores festivais de música eletrônica do planeta. Tem o tamanho na medida certa. Não é grande, não é pequeno. Tem durante o dia, tem à noite. Acontece em meio a bosques e jardins. O line-up é sempre impecável. Coloca headliner no horário de abertura e em palco com o estilo diferente pelo qual ele é conhecido. Um exemplo é a Nina Kraviz ,que toca às 13h em plena sexta-feira no palco Selectors, que tem sonoridades com mais suíngue do que o UFO, dedicado ao techno, e onde ela se apresentou em 2016.
Link: dekmantelfestival.com
Para quem busca um festival que mistura várias coisas, como gastronomia, yoga, oficinas diversas, arte, muita música, contato intenso com a natureza, e ainda acontece num lugar lindo de morrer, o Wilderness pode ser o que você está procurando. Tocam Two Door Cinema Club, Grace Jones, Bonobo (live!!), Michael Kiwanuka, Aurora, entre outros.
Link: www.wildernessfestival.com
O Berlin Atonal é um festival difícil de explicar. É dedicado à música eletrônica experimental, as obras são, na maioria, comissionadas e criadas especificamente para o festival. O line-up é sempre cheio de nomes que a gente não conhece, mas que tem trabalho consolidado para estar lá. Ele rola no Kraftwerk, um galpão de 8 mil metros quadrados com pé direito altíssimo, onde outrora foi uma usina elétrica. É cabeçudo, mas inspirador e está longe do mainstream. Já a madrugada acontece na pista do Tresor, um dos principais clubes de techno do mundo, e aí aguarde por DJs com nomes mais conhecidos e música mais “acessível” para dançar como se não houvesse amanhã.
Link: berlin-atonal.com
Quem procura por um festival de música eletrônica à beira mar em praias paradisíacas e areia branca, o Selectors é a escolha perfeita. O festival é filhote do Dekmantel e reúne grandes nomes da música eletrônica por cinco dias em festas com o pé na areia e em barcos em pleno Mar Adriático. Durante o dia, a festa rola solta no The Garden Resort. À noite, no Barbarella, um clube outdoor. Tocam nesta edição Lena Willikens, Nobu, Optimo, Ben UFO, Joy Orbison, Antal, Motor City Drum Ensemble e até nossos conterrâneos Gop Tun Djs.
O Flow Festival tem o tamanho na medida certa e não tem a intenção de ser um festival gigante. Por lá passam cerca de 60 mil pessoas nos três dias em que acontece. O Flow rola no meio da cidade, em Suvilahti, uma área industrial de Helsinki. Ele reúne música, arte, VR (!!!) e gastronomia, com um line-up dedicado a ela. Os headliners desta edição são The XX, Ryan Adams, Aphex Twin, Moderat, Flume, London Grammar e mais um monte de bandas desconhecidas que você vai amar conhecer. O Flow é também um festival de vanguarda, trazendo também uma programação dedicada à realidade virtual. Antes mesmo do Primavera Sound estrear seu palco 360º, o Flow já tinha saído na frente um ano antes e feito o seu. E além de tudo isso, ele acontece em Helsinki, na Finlândia, um ótimo motivo para se aventurar pelo norte do planeta.
Link: flowfestival.com
O Way Out West está há tempos na minha lista de festivais favoritos. Ele acontece num parque no meio da charmosa Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia (isso não quer dizer que ela seja grande). É um festival vegetariano, no line-up tem sempre grandes nomes e outros menores que ainda vão dar o que falar. Tem sempre um restaurante montado em meio aos bosques do parque Slottsskogen apresentando menu de alta gastronomia, bar de cervejas artesanais e de champagne, uma ótima seleção de filmes com alguns lançamentos exclusivos (no ano passado foi a série The Get Down, do Netflix), programação diurna e noturna, que se espalha por vários clubes, bares, igrejas e cinemas da cidade. Nesta edição tocam The XX, Frank Ocean, Major Lazer, Lana Del Rey, Mø, Feist, The Shins, Flume, entre outros.
Link: www.wayoutwest.se
O Mutek é um festival de experimentações. Nele, arte digital e música eletrônica se reúnem para apresentações únicas. O festival não tem fins lucrativos, porque é dedicado à disseminação e desenvolvimento da criatividade no som, na música e nas artes audio visuais. É a escolha perfeita para quem gosta de explorar novas sonoridades e inovação. Além do Canadá, o Mutek tem edições em outros cidades, como Cidade do México (11 a 15 de outubro), Buenos Aires (22-24 de agosto), Tóquio (não tem data ainda) e Barcelona.
Link: www.mutek.org
O Afropunk aos poucos entra na lista dos festivais mais legais do planeta. Ele nasceu com a alma punk, mas hoje abraça várias vertentes musicais. Ali, a cultura negra é o centro. O festival multicultural cresceu tanto, que hoje acontece em várias cidades do mundo em edições especiais. Nesta edição tocam Michael Kiwanuka, Kaytranada, Sza, Raphael Saadiq, Anderson .Paak, Gary Clark Jr., Soul II Soul, entre outros. O Afropunk é também um festival em que o público esbanja estilo como em nenhum outro. Além de rolar nos Estados Unidos, o festival tem também edições em várias cidades do mundo, como Londres, Paris e Johannesburgo.
Link: afropunkfest.com
O Burning Man é pai dos festivais transformativos, que tem se espalhado mundo afora, nesse momento em que as pessoas buscam algo muito além da música em festivais. O festival cria uma cidade temporária no meio do deserto, a Black Rock City, onde por uma semana 80 mil pessoas “moram”. Nele não há economia, apenas troca; não há espectadores, todos os participantes ajudam a construir o festival; não há headliners e a programação vai muito além da música, com yoga, palestras e workshops. É um festival que exige preparativos, afinal você precisa levar tudo que irá consumir durante uma semana, incluindo água, assim como também levará de volta tudo o que produziu de lixo no tempo em que ficou por lá. A única garantia é que quem vai, volta outro.
Link: burningman.org
Quer mais? Aí vai uma lista com mais festivais legais que rolam em agosto:
Osheaga (4-6 Agosto, Montreal, Canadá), Nachdigital (5-7 Agosto, Olganitz, Alemanha), Sziget Festival (9-16 Agosto, Budapeste, Áustria), Sunfall (12 de agosto, Londres), Paredes de Coura (16-19 Agosto, Paredes de Coura, a 100km do Porto, Portugal), Lowlands (18-20 Agosto, Biddinghuizen, Holanda), Festival Forte (24-26 Agosto, Montemor-o-Velho, Portugal), Rock in Seine (25-27 de Agosto, Paris, França), Reading & Leeds Festival (25-27 de Agosto, Reading e Leeds, Inglaterra), Dimensions (30-Ago a 3-Setembro, Pula, Croácia).
Já quer se planejar para outros meses? Espia nosso guia de festivais 2017 aqui.
*Foto destaque: Burning Man por Sarah Duff
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsTem o Pukkelpop também, na Bélgica, de 16 a 19 de agosto https://www.pukkelpop.be/en/ :)
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.