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Um guia para surfar e trabalhar como nômade digital no norte do Peru
Resolvi passar uma temporada curta no Peru com o foco no surfe. Por isso, arrumei as malas e parti rumo ao norte do país, conhecido pelas suas esquerdinhas mágicas e demasiado longas.
Se você busca um roteiro inusitado, seja para aprender a surfar ou para fazer uma surf trip mágica, aqui vão algumas dicas essenciais para garantir que você planeje uma viagem diferente e incrível.
Chicama é conhecida por ser a onda mais comprida do mundo e é de fato uma experiência incrível conhecer essa onda. A onda funciona o ano inteiro, sendo mais consistente de maio a putubro, porque o swell vem predominantemente de sul e tem menos areia na bancada.
Para chegar em Chicama de Huanchaco se leva uma hora, por isso, vale mais a pena fazer esse bate-volta do que ficar hospedado na cidade, porque o sweel não costuma durar muitos dias.
Se mesmo assim você quiser ficar em Chicama, aqui vai uma dica de acomodação de uma proprietária brasileira que fica na frente da onda: Chicama Surf House.
Para chegar em Chicama, você consegue facilmente alugar um carro ou negociar um transporte de van ou táxi para a cidade de Puerto Malabrigo.
A minha recomendação é se conectar com uma escola de surfe local, porque eles costumam organizar essas viagens nos momentos certos, quando tem previsão de boas condições.
Com isso, além de você conhecer mais pessoas e conseguir uma carona, você também vai entrar na onda com o suporte dos locais, quer coisa melhor do que isso? Recomendo conversar com a Koa Surfe School, o pessoal é super gentil por lá.
Punta Huanchaco é a principal onda de Huanchaco. Tive o privilégio de alugar uma casinha para passar o mês na frente dessa onda, que não é muito cavada e, quando conecta, te permite surfar por muitos metros.
Dependendo da variação da maré, a corrente pode ficar bem intensa. Um cuidado que recomendo se ter é com as redes de pesca. A pescaria na região é uma atividade bem intensa, onde os locais utilizam os icônicos caballitos de totora para pescar.
La Punta é uma onda muito consistente durante o ano inteiro, sendo o início da manhã e final de tarde os melhores períodos para surfar, porque normalmente nesses momentos não tem vento.
A primeira sessão de La Punta tem uma direita que quebra mais em pé, onde os surfistas mais avançados ficam. Mas a medida que a onda corre na praia na esquerda, ela quebra em outras quatro ou cinco sessões, sendo cada sessão é diferente uma da outra. A segunda e terceira sessão são perfeitas para o longboard.
La Curvita é o final da onda de La Punta, passando o pier no final da praia. É uma onda perfeita para quem está aprendendo a surfar e também para quem quer se divertir de longboard. Aluguei alguns dias um longboard para curtir também essa onda e recomendo muito fazer isso.
Também é possível conhecer outras ondas incríveis na região norte do Peru, como Pacasmayo, Cabo Blanco e Lobitos. Surfe e boas ondas com certeza não vai faltar.
Acredito que eu fiz uma boa escolha em escolher Huanchaco como base para ficar mais tempo. Isso porque a cidade tem uma boa estrutura ao mesmo tempo que fica bem localizada caso entre um sweel, permitindo que você conheça outros picos e se locomova com facilidade.
Como sempre costumo fazer, cheguei na cidade em um Airbnb primeiro e depois parti em busca de uma casa, pois o plano era fazer um aluguel mensal e ficar no mínimo um mês trabalhando e surfando.
Encontrei uma casinha na frente da onda de Huanchado (La Punta), o que me permitiu acompanhar a condição o dia inteiro. Isso é super possível de se conseguir em Huanchaco, já que é a cidade tem um longa orla com muitas casas, hotéis e hostels.
Nos meus guias não podem faltar comida, e no Peru não seria diferente. Os destaques da comida peruana para mim são os ceviches, chicarrones de pescado, papas rallenas, picarones e humitas.
Uma das comidas que você não vai se arrepender de comer, ainda mais se estiver em Lima, são as fusões peruana-japonesas. Os sushis de rua no Peru são super incríveis, pode confiar. Bons restaurantes em Lima não vão faltar.
Mas, se você quiser subir a barra e ter uma experiência refinada, pode experimentar um restaurante como o Osaka. Eu fui conhecer o restaurante no dia de Natal e foi uma experiência fantástica, super recomendo.
E, para reforçar a experiência gastronômica, não deixe de experimentar a Chicha Morada, uma bebida que parece uma sangria feita de milho roxo e as cervejas locais peruanas, como a Cusqueña.
Se você pensa em trabalhar durante a viagem, assim como eu, é importante já pensar sobre a internet. Não recomendo que você confie somente no Wi-Fi, pois ele deixa um pouco a desejar no Peru.
A fibra ótica chegou recentemente em Huanchaco, então o otimismo é de que a internet vai melhorar na cidade. Mas como um bom plano B, recomendo você adquirir uma internet 4G, que normalmente é vendida em várias lojinhas pela cidade.
Estrangeiros não tem muitas opções de operadoras para escolher, na verdade, sem um peruano para autorizar e fazer a compra com você, é possível apenas comprar o chip da Bitel.
A parte engraçada disso é que o compartilhamento 4G não é permitido com outros dispositivos, ou seja, você ainda assim fica dependente de utilizar a internet apenas no celular, pois não dá para rotear para o computador. Bizarro, eu sei.
A minha dica é ficar em um local onde a internet Wi-Fi não é dividida entre muitas pessoas e quartos. Isso pode ser um divisor de águas se você precisa ter uma internet de qualidade.
Mas e aí Angela, você não foi para Machu Picchu? Cuzco? Amazônia Peruana? Não, ainda não consegui viver essas experiências, mas pretendo voltar apenas para isso. Faltou tempo? Depende.
Para quem viaja devagar como eu, um mês e meio no Peru não foram o suficientes para conciliar esses roteiros com o surfe. Mas não tenho pressa, nem medo de ter perdido algo em relação ao que escolhi viver aqui.
Se você quiser planejar outros roteiros para a sua viagem, não se esqueça de ver nossos outros guias no Peru para Machu Picchu, Cuzco, Ollantaytambo e Vale Sagrado. Boas ondas e boa viagem!
Foto em Destaque: Unsplash.
Designer, especialista em perrengues, comida de rua, gestão de marcas e trabalho remoto. Come, dorme e se teletransporta por aí no jeitinho simples da vida local. Radicada em Bali e procurando sempre a próxima ilha para ancorar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.