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O que fazer 48 Horas em Bangkok: Guia para entendidos

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

26 de October, 2018

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Esse guia ára para aqueles que se apaixonaram por  Bangkok e querem voltar. Ou ainda para quem tem mais de 3 dias na cidade, que já fez o circuito básico e está pronto para passar de nível. Mas como uma grande megalópole você sabe que ela pode te engolir, estou certa? É por causa disso que nesse guia você vai descobrir tudo o que você pode fazer em 48 horas para desfrutar do lado B de Bangkok e sair de lá como se tivesse praticamente conhecido outra cidade.

 

Nunca é demais lembrar algumas premissas básicas para a sua viagem de Bangkok:

 

Ao chegar

Para quem chega pelo Aeroporto Internacional Suvarnabhumi, a dica é comprar um chip 3G (entre US$ 7 e US$ 16, dependendo do tempo contratado) logo na saída e pedir um Uber para ir até a cidade. Se quiser ir  de transporte público, acesse aqui para ver as possibilidades de transporte que saem do aeroporto;

É bom ter sempre a moeda local (Bahts), que em 2018 está valendo R$0,155, mas para variar o aeroporto é o pior lugar para conversão. Interessante que nos aeroportos também é ruim para tirar dinheiro pela taxa de conversão, no centro é melhor: tire só o necessário para os dois primeiros dias.  O cartão de crédito é aceito em praticamente todos os lugares, com exceção de barracas de rua e transporte público.

Transporte

Evite andar de tuk tuks  se você não for escolado, você sabe que eles tem todo aquele esquema de tentar te levar para as lojinhas de compras. Táxi é o mesmo perrengue: poucos topam ligar o taxímetro (e muitas vezes parece barato, mas é quatro vezes mais do que deveriam cobrar. Uber está naquele vai-não-vai, depende do mês funciona, mês não – pode testar ao chegar – se estiver funcionando é a melhor opção.

O melhor para o transporte é o Skytrain e o metrô, que em 2018 custam entre R$1,68 a R$4,22 dependendo do lugar que você queira ir. Para isso, certifique-se de reservar um hostel ou hotel que fique perto de uma estação dessas para percorrer a cidade sem ter que passar pelo trânsito caótico.

Vista do Sheraton Orchid – Vanessa M

Passadas essas considerações iniciais, vamos ao que interessa: Bangkok como você (ainda) não viu!

48 Horas em Bangkok – 1º Dia

Manhã

Golden Temple – Vanessa Ml

O Golden Mount Temple (ou Wat Saket) é como se fosse um oásis no meio de Bangkok. A cidade, que é onde eu mais passei calor na minha vida, tem o seu refresco logo quando você começa a subir uma pequena floresta para alcançar o templo. É uma subida bem bonita, e o templo fica bem no meio da montanha, fornecendo uma imagem inesquecível antes mesmo de você chegar lá. Preste atenção aos sinos que ficam tocando por lá. Ouvi-los pode parecer realmente mágico. Separe toda uma manhã para visitar esse local e eu aposto que pelo menos o seu Instagram vai te agradecer!

Wat Saket (Golden Mountain Temple)
Endereço: Entre Boriphat Road e Lan Luang Road, saindo da Ratchadamnoen Klang Road – +66 02 621 2280
Horários: diariamente, das 9 às 20h.

Após o Golden Mountain Temple, uma das visitas que você ainda não tenha feito é o Flower Market. O mercado de flores de Bangkok (Pak Klong Talad) é o maior mercado de flores frescas de atacado e varejo em Bangkok (e dizem por aí que no mundo). Eles fazem à mão coroas e todas as espécies de arranjos, e os preços são incrivelmente baratos.

Flower Market – Vanessa Mathias

Isso faz parte da cultura tailandesa, que fazem oferendas a Buda, decoram suas casas, escritórios, templos, além de festas e casamentos – todos abençoados pela natureza.  O mercado fica ao sul de Wat Pho (Templo do Buda Reclinado) e tem acesso a um píer do Rio, por isso é uma ótima viagem de um dia quando combinada com outras atrações históricas da Cidade Velha. Ah, ele fica aberto 24 horas, e o horário de pico mesmo é de madrugada!

Pak Khlong  Talat
Chakkraphet Rd, Khwaeng Wang Burapha Phirom
Lhong 1919 – Vanessa M.

A sugestão é um lugar super novo que você não vai se arrepender de ir. O culturalmente histórico píer chinês Huo Chuan Laung Steamer, construído sobre o Chao Phraya em 1850 renasceu em 2017 como Lhong 1919. O charme da arquitetura chinesa original e murais em paredes de 167 anos foram preservados, e já é um destino turístico cotidiano de Bangkok, onde os moradores relaxam e tiram fotos. Esse é um lugar onde você vai poder respirar (e comer) cultura chinesa.

Almoço  & Tarde

Foto Vanessa M.

No Lhong 1919, a comida de rua é valorizada, e você vai ter várias opções para almoçar nesse berço cultural. A minha recomendação é que você almoce no Nai Harng, um restaurante de comida de rua thai-china de primeira categoria, agregando o “old fashion” ao contemporâneo. A decoração é cheia de Yaowarat chinês, com luzes de néon brilhantes e a comunidade chinesa do antigo Sião representada nos grandes murais e no design de cozinha aberta no prédio. Algumas comidinhas pra você comer sem dó:

Foto Vanessa M.
  • O famoso “Nai Harng fried rice”, da Patara Fine Thai Cuisine, uma cadeia tailandesa com filiais em todo o mundo;
  • Camarão do rio cozido em macarrão ágar (goong ob wun sen);
  • Salada de mamão (som tam), um intenso sabor tipicamente tailandês com frango assado crocante e suculento acompanhado de arroz;
  • Bebidas saudáveis, coloridas, feitas de flores orgânicas de ervilha borboleta (anchan)
  • Café gelado Anchan (Iced coffee), com lima ou caldo de cana com geleia de capim santo/ capim-limão

Entre as galerias de arte, as pinturas a céu aberto e as várias lojinhas hipster que há no complexo, você vai passar umas boas quatro horas dentro do Lhong 1919. Não consegui resistir a uns brincos lindos e alguns tecidos tailandeses.

Lhong 1919
Endereço: 248 Chiang Mai Road, Khlong San – +669 1187 1919
Horários: diariamente, das 8 às 20h

Noite

Você está fazendo certo ao conhecer um país quando percebe que está frequentando lugares que são frequentados por pessoas locais, que também querem comer, sair, se divertir. O mercado noturno Ratchada, conhecido como Talat Rod Fai (“rot fai” significa trem em tailandês), é um desses lugares que não pode ficar fora do seu roteiro Lado B e que tem um acesso super fácil, bem no centro de Bangkok e ao lado de uma estação de metrô.

Antes de mais nada, é interessante entender a cultura dos night markets: como uma tradição de toda a Ásia, é um mercado onde as pessoas vão geralmente após o expediente de trabalho ou aos finais de semana em busca das coisas mais bizarras: desde jantar, comprar acessórios e até mesmo… cortar o cabelo, é isso mesmo!  Eu já cortei o cabelo e fiz unha no night market – não que tenha exatamente sido uma história de sucesso, mas ficou o aprendizado e histórias para o bar. Você também vai encontrar maquiagem, roupas para pets, objetos de decoração, acessórios para telefone, miniaturas, entre outros artigos que certamente farão o passeio ser divertido. Além de comida. Todo tipo de bicho que pode ter sido embutido em um espetinho molenga terá lá. Todo tipo de inseto comestível. Todo tipo de doce de cor radioativa meio borrachudo.

Foto Vanessa M.

A Tailândia (e a Ásia no geral) tem uma variedade grande de night markets, mas o Rod Fai, além de ser um dos maiores e mais bem localizados, tem uma vantagem muito bacana: atrás das fileiras enormes de barraquinhas com comida e artigos locais, existem várias ruas só com peças vintage. Fiquei perdida por lá, com helicópteros usados na guerra, roupas lindas, e pôsteres que dá vontade de trazer todos.

Outra dica interessante para saciar a fome durante o passeio, ou ao menos experimentar comer street food como um local, é pedir um balde (literalmente) de frutos do mar. Para comê-los à moda tailandesa, sua mesa será forrada com um papel e luvas de plástico são oferecidas para comer com a mão. Entregue-se à experiência sem frescura e já está garantida mais uma boa foto se você é daqueles que posta comida no Insta. Um dos restaurantes que oferece o balde de frutos do mar se chama Kung Tep.  

Rod Fai Night Market
Endereço: Ratchadaphisek Road, Khwaeng Din Daeng, Khet Din DaengEstação Thailand Cultural Center saída 3, logo atrás do shopping Esplanade – +66 92 713 5599

Horários: diariamente, das 17 às 1h.

2º Dia

Manhã

Você já deve ter percebido que o café-da-manhã em Bangkok é muito diferente do que estamos acostumados, já que eles comem praticamente o mesmo tipo de comida de manhã, à tarde e à noite. Depois da sua maratona do 1º dia, a boa pedida para a manhã do seu segundo dia é fazer o seu café da manhã dos reis no Royal Orchid Sheraton Hotel.

Além de ter sido o melhor café-da-manhã que eu já comi na minha vida, eles tem uma variedade enorme de opções desde café inglês, até o continental; um estação só de ovos, só de frios… só ficou faltando o pão de queijo!

Royal Orchid Sheraton Hotel
Endereço: 2 Charoen Krung Road Soi 30 Siphya, Bang Rak – +66 2 266 0123

Bora pra bater perna. Que tal ir  à comunidade de Wat Kallaya e visitar um templo budista, depois uma Igreja Católica, perto de uma Mesquita Muçulmana? Essa é uma ótima oportunidade, mesmo que você não seja religioso, de sentir a variedade cultural tailandesa também em seus templos. 

Depois de visitar a comunidade, pegue um barco para cruzar o Rio Chao Phya. Tem um bairro português que você vai amar ver no meio de Bangkok, com direito a galos de Barcelos e pastéis de Belém, dois símbolos da cultura tradicional portuguesa. Você pode ir lá de barco para aproveitar o passeio e se livrar do combo trânsito+calor.

Lá há várias padarias antiquíssimas portuguesas, para comprar os famosos bolinhos como se estivesse em um bairro perdido de CaisCais.

Almoço

Foto Vanessa M.

Para almoçar, eu recomendo um lugar que fica bem perto super hipster chamado The Never Ending Summer, onde você vai comer provavelmente uma das melhores comidas tailandesas a um preço justo. Aliás, se alguém lembrar do nome desse prato aqui embaixo me escreve depois contando? Também tem uma cafeteria muito legal na frente.

Foto Vanessa M.

E o que fazer depois? Pegar um barco para Baan Silapin (The Artist’s House). Além de andar de barco no meio das palafitas tailandesas (casas de madeira tradicionais), esse é um lugar muito rico, passado de geração para geração, que valoriza a cultura de contar histórias através de bonecos. De propriedade de Khun Chumpol Akkapantanon, a Casa do Artista tem mais de duzentos anos, datando de quando a capital da Tailândia ficava do outro lado do rio. A casa e a vizinhança foram destruídas quando foi comprada antes de ser restaurada à sua glória atual. Desde então, toda a área se tornou uma atração popular e o calçadão que leva à casa agora abriga várias lojas e pequenos restaurantes que levam a um templo. É uma grande fuga do tráfego louco de Thonburi e, no entanto, é no meio de Bangkok. O tradicional show de marionetes tailandês é realizado às 14:00 h todos os dias, exceto na quarta-feira. Fantoches-bonecos feitos por lá com artesanato são manipulados por vários artistas vestidos de preto. É fascinante como a história captura sua imaginação; seu cérebro apaga completamente os artistas em preto e logo os fantoches ganham vida própria. Cada dia, uma história diferente baseada no folclore tailandês é narrada, envolvendo criaturas e divindades mitológicas, muitas vezes incluindo Hanuman, o deus macaco. Lembre de reservar!

Noite

Mode Sathorn – Foto Vanessa M.

Normalmente as pessoas procuram aqueles sky bars em Bangkok, que costumam ser caríssimos e estar sempre cheios. Embora seja interessante ter essa experiência uma vez, eu sugiro o Mode Sathorn Hotel. Você vai jantar lindamente bem, uma vista de tirar o fôlego e vai sair bem mais em conta do que um sky bar.

Foto: Worlds Best Bars

Depois você pode ir para um secret bar se você for de uns bons drinks. A moda dos speakeasys chegou em Bangkok: aqueles bares secretos que você precisa de senha ou saber exatamente onde é. Mas é recompensado com drinks feitos à maestria. O bar se chama Q&A Bar e o site está aqui embaixo para você reservar. Aproveite bem sua última noite em Bangkok, porque certamente você vai sentir saudades (eu já estou sentindo)!

The Never Ending Summer
Endereço: 41/5 Charoen Nakhon Road,The Jam Factory – +66 2 861 0953
Horários: de segunda à sexta, das 11 às 14:30, das 17:30 às 21:30h. Aos finais de semana, das 11 às 21:30h.

The Artist’s House
Endereço: Soi 28, Wat Kuhasawan, Thonburi, Banguecoque Soi 28, Wat Kuhasawan, Thonburi – +66 2 868 5279.
Horários: diariamente, das 10 às 18h.

Mode Sathorn Hotel
Endereço: 144 N. Sathorn Road, Khwaeng Silom, Khet Bang Rak –  +662 623 4555
Horários do restaurante: das 17 às 1h.

Q&A Bar
Endereço: 235/13 Soi Sukhumvit 21, Khwaeng Khlong Toei Nuea, Khet Watthana, Krung Thep Maha Nakhon – +66 2 664 1445
Horários: diariamente, das 19 às 2h. Aos domingos, das 7 às 2h.

Foto Destaque: Zoe Chen @ Unsplash

 

** O Chicken or Pasta viajou a convite da Embaixada da Tailândia no Brasil e Turismo Tailândia

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

26 de October, 2018

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Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

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Comentários

  • Pessoal, eu moro em Bangkok. Só pra avisar que o Uber encerrou suas operações na Tailândia em março de 2018. Temos usado agora o Grab, acho bacana corrigir o post.

    - Fabricio
  • Quando estive lá em 2016 a cotação para troca de Dólar por Baths no aeroporto era muito parecido com as lojas de câmbio da cidade. Inclusive, as cédulas de US$ eram mais bem cotadas em relação às demais.

    - Alex Eckert
    • Oi Alex! Super vale a pena ver mesmo, porque depende da época. Esse Junho estava com mais 4 blogueiros então estávamos no modo-verificação, e daí não valia (comparamos lá com algumas casas), mas certamente isso muda o tempo inteiro!
      Boa dica sobre a célula de US!

      - Vanessa Mathias
    • Oi Alex! Super vale a pena ver mesmo, porque depende da época. Esse Junho estava com mais 4 blogueiros então estávamos no modo-verificação, e daí não valia (comparamos lá com algumas casas), mas certamente isso muda!

      - Vanessa Mathias

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