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Os acadianos são descendentes franceses que ocuparam a região leste do Canadá, chamada de Acadia, nos séculos 17 e 18. Apesar da descendência, eles eram independentes da colonia francesa no país (hoje, o Quebec), desenvolvendo diferentes histórias, culturas e até um novo dialeto. Eles foram expulsos de lá entre 1755 e 1764 pelos ingleses, após o território ter sido conquistados por estes últimos e a recusa dos acadianos de assinarem um acordo. Muitas das mais de 11 mil pessoas morreram quando foram deportadas, mas a maioria foi para onde é hoje o estado da Louisiana, no sul dos Estados Unidos. Essa Louisiana francesa ganhou oficialmente o nome de Acadiana, e esses descendentes desenvolveram o que é chamado hoje de cultura Cajun.
A cidade de Lafayette é considerada o centro de Acadiana. A cidade que foi fundada em 1821, com o nome de Vermilionville, fica a cerca de 2 horas de Nova Orleans e, além da influência dos cajuns, tem também uma forte influência creole. O termo creole era usado para indicar produtos do novo mundo derivados do velho mundo. E quando eu digo produtos, isso significa arquitetura, gado ou até mesmo, pessoas. Por isso, todo mundo nascido no Louisiana no período de colonização francesa e espanhola era chamado de creole, independente de raízes, etnia ou raça.
Toda essa introdução é para tentar explicar melhor como essas duas culturas estão presentes no estado hoje. E uma das áreas mais influenciadas é a culinária. Apesar dos ingredientes básicos para os dois estilos, cajun e creole, serem os mesmos – pimentão, cebola e aipo são considerados a santíssima trindade nos dois casos – elas se diferem principalmente porque no caso da cozinha cajun, ela é muito mais rústica, enquanto a creole se aproxima mais da cozinha clássica européia, apenas adaptando os ingredientes para produtos locais.
Voltando a Lafayette, a cidade se tornou um dos maiores polos de gastronomia de Louisiana: foi eleita em 2011 como “Best Food Town” por Rand McNally, em 2012 como “Tastiest Town in the South” e uma das “Top 10 Foodie Cities”. Claro, a cidade tem muito mais que isso, como o seu Mardi Gras mais tradicional e menos abarrotado do que o de Nova Orleans, ou as visitas aos pântanos. Mas se resolver sair do seu caminho e passar alguns dias por lá, prepare o estômago! Aqui, nossas dicas de restaurantes:
Fundada em 1982, o dono Glenn Murphree cresceu em Nova Orleans e era apaixonado pelos po’boys – sanduíche feito em um pão francês com algum recheio de carne ou frutos do mar. Ele decidiu então fazer o melhor po’boy que conhecia e daí nasceu a Old Tyme. São 11 opções de recheio, 2 opções especiais, saladas e extras.
O T-Coons não usa o termo cajun em seu cardápio, apesar do dono ser descendentes de acadianos; ele prefere o termo Zydeco, que é a mistura das influências creole e cajun típica do sul do Louisiana. Ali eles servem frutos do mar, coelhos, gumbos e muitas coisas fritas.
Apesar de ter almoço, o French Press é o melhor lugar para tomar café da manhã em Lafayette. A granola da casa é a melhor do universo e tem opções locais como o Cajun Benedict – pão, ovos e gumbo de frango e andouille (uma salsicha apimentada) – ou o Acadian Breakfast Sandwich.
O Randols é um restaurante de frutos do mar, com raízes cajun. Tudo é super fresco, as lagostas e caranguejos, bem como as ervas frescas, são criadas por eles mesmos. Sempre tem uma banda típica tocando por lá e um salão grande para dançar – a população de Lafayette adora uma dança.
A palavra em cajun francês para defumadouro é boucaniere. A Johnson’s Boucaniere é especializada nisso mesmo, usando uma técnica para defumar que está na família há mais de 80 anos. A mesma coisa vale para o boudin, uma salsicha típica da região.
* Foto de capa: camarão creole por Jeffreyw
Viajamos para o sul dos Estados Unidos a convite da Brand USA, Travel Southe Copa Airlines. Usamos o seguro viagem da GTA – Global Travel Assistance (Facebook).
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A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
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