Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Existe uma teoria que diz que as cidades que ficam perto da água são onde a produção de música é mais intensa e criativa. Os índios americanos acreditam que a água emana uma vibração musical que desenvolve o sentido apurado para música nas pessoas dessas áreas. Eles nomearam as águas mágicas do rio Tennessee de Rio Cantante (Singing River) por acharem que suas águas soavam como o canto de uma mulher. Dessa forma, começou ali uma tradição musical nunca vista em nenhum lugar do mundo. Não é a toa que o pequeno triângulo formado pelas cidades de Nova Orleans, Nashville e Memphis é responsável pela criação de 9 gêneros distintos de música. E é nesse triângulo que fica Muscle Shoals, a cidade mais musical que eu conheci na vida.
A cidade de pouco mais de 13 mil habitantes fica no Alabama e faz parte do condado de Colbert. Junto com as cidades de Sheffield, Tuscumbia e Florence forma uma área conhecida como “The Shoals”. A origem do nome é tema de discussão: alguns acreditam vir dos mexilhões que formavam no rio Tennessee (mussels, com um erro de grafia); outros dizem que é pela curva formada pelo rio na região, que parece com o músculo do braço.
A “carreira musical” de Muscle Shoals começou já nos anos 60 e, de lá para cá, muita música boa foi gravada ali. Rolling Stones, Otis Reading, Eric Clapton e Bob Dylan: todos eles já deram as caras por lá. Ela é a única cidade a ter um estilo só dela: toda música gravada na área é referenciada como Muscle Shoals Sound. A fama musical da cidade é tão grande que em 2013 foi lançado o documentário “Muscle Shoals”, sobre os estúdios lendários e com muita gente famosa contando sobre o ambiente mágico da cidade.
Hoje a cidade tem 3 estúdios, o FAME, o Muscle Shoals Sound Studio e o Cypress Moon Studios, todos eles ativos (ou em breve) mas com a possibilidade de visitar com hora marcada.
O FAME foi o primeiro estúdio de música da cidade – e podemos dizer, foi quem começou o negócio todo. Foi fundado no fim dos anos 50 por Rick Hall, Billy Sherrill e Tom Stafford, porém só Rick Hall continuou como dono depois de um tempo. O primeiro hit da área foi gravado nesse estúdio em 1961 por Arthur Alexander – a música era “You Better Move On”. Depois disso, gravaram por ali também Etta James e Aretha Franklin. Para ver os horários de visita, clique aqui.
Endereço: 603 E. Avalon Ave.
O FAME Studios tinha uma banda própria com quatro músicos, chamada The Swampers (essa mesma que o Lynyrd Skynyrd menciona em ‘Sweet Home Alabama’ quando fala: Now Muscle Shoals has got the Swampers/And they’ve been known to pick a song or two). Em 1969, esses músicos se juntam a Jerry Wexler e fundam o Muscle Shoals Sound Studio. Ali gravaram Rolling Stones, Paul Simon, Rod Stewart, Cat Stevens e Joe Cocker. Dizem aliás, que Keith Richards compôs ‘Wild Horses’ no banheiro do estúdio. Mais recentemente, o Black Keys gravou o álbum ‘Brothers’ ali e o Band of Horses gravou ‘Infinite arms’. Atualmente ele está em processo de restauração.
Endereço: 3614 Jackson Hwy
No fim dos anos 70, o Muscle Shoals Sound Studio ficou muito pequeno e os Swampers resolveram mudar o estúdio para um lugar maior. Nasceu assim o Cypress Moon Studios, que fica ao lado do rio cantante. Gravaram ali Bob Seger, Bob Dylan, Lynyrd Skynyrd, Etta James e Julian Lennon. Hoje o estúdio tem um pezinho no cinema também, e tem um lugar para shows, por isso vale ficar atento a programação mensal no site.
Endereço: 1000 Alabama Ave.
Viajamos para o sul dos Estados Unidos a convite da Brand USA, Travel South e Copa Airlines. Usamos o seguro viagem da GTA – Global Travel Assistance (Facebook).
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.