Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Após o sucesso de “Whiplash” (2014) e “La La Land” (2016), o diretor e roteirista Damien Chazelle ganhou ainda mais liberdade para alçar novos voos. Sem medo, lançou-se ao espaço. O resultado é “O Primeiro Homem”, cinebiografia de Neil Armstrong, cujo grande feito – o título já entrega – foi ter sido o primeiro homem a pisar na lua. As críticas endossaram a força de mais um trabalho do garoto prodígio de Hollywood. Chazelle, vejam só, é o mais jovem a conquistar o Oscar de direção. Ganhou a estatueta aos 32 e, agora aos 33, é cotado para disputar aplausos e prêmios na temporada de ouro que começa a esquentar no fim do ano. O filme é protagonizado por Ryan Gosling, seu parceiro no musical. Dessa vez, nada de pessoas cantando para driblar o trânsito e decepções amorosas em Los Angeles. Mas, cá entre nós, talvez possa ser inevitável entoar, mesmo que bem baixinho, “City of star, are you shining just for me?” ao ver o ator na telona.
“O Primeiro Homem”. Veja salas e horários, aqui.
Mais que querido em terras cariocas, o festival chega à 9ª edição com fôlego, apesar dos tempos sombrios projetados sobre a cultura da cidade, do estado e do país. O evento, como a maioria que traz o selo artístico, é resistência para outro tempo; aqui, tempo de experimentação. No espaço, ele é múltiplo, desdobrado em oito lugares diferentes, com atrações variadas: Praia de Copacabana, Oi Futuro, EAV – Parque Lage, Casa FIRJAN, SESC Copacabana, Sede das Cias, Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto e as ruínas do Teatro Villa-Lobos. A abertura (dia 19) é em Copa. Nas areias da princesinha do mar, a instalação do arquiteto Pedro Varella – uma grande estrutura quadrilátera de 30 x 30 metros e 50 cm de altura – se transforma a partir do movimento da areia e da água. A coreógrafa francesa Julie Desprairies vai apresentar uma performance especialmente criada para interagir com a obra. Tem muito mais na programação!
Tempo_Festival. Instalação A praia e o Tempo. Dia 19.10 (sexta-feira), às 21h. Sábados e domingos, às 16h. Segunda a sexta-feira, às 19h. Até 28.10. Gratuito.
Endereço: Posto 2, na Praia de Copacabana.
A programação completa está disponível no site do evento.
Últimos dias para conferir a mostra que reúne filmes inspirados em obras clássicas da literatura fantástica. Entre os longas programados para esse finalzinho, destacam-se “A Queda da Casa de Usher “(1928), de Jean Epstein, “O Médico e o Monstro” (1931), de Rouben Mamoulian, e “Solaris” (1972, na foto), de Andrei Tarkovsky. Na sexta-feira (19.10), a partir das 19h, o sobrenatural é tema de uma conversa entre a cineasta Juliana Rojas (diretora do excelente “As boas maneiras”) e o escritor e pesquisador Braulio Tavares. Fantástico, não?
Poéticas do Fantástico. Confira a programação, com filmes e horários, aqui. Ingressos a R$ 6. Até 21.10.
Caixa Cultural. Avenida Alm. Barroso, 25 – Centro.
Lançado há quase 40 anos, o filme dirigido por Joaquim Pedro de Andrade é um desses clássicos que sobreviveram muito bem às décadas seguintes. Em 2018, o anti-herói brasileiro, errante e preguiçoso, é atualíssimo. A inspiração cinematográfica tem origem nas palavras escritas no livro homônimo de Mário de Andrade. A adaptação floresceu em imagens inesquecíveis, como a do nascimento do personagem, logo no início do filme, quando Grande Otelo despenca da “barriga” da mãe, que berra enquanto mantém as pernas bem arreganhadas. Paulo José, Dina Sfat, Milton Gonçalves e Jardel Filho também estão no elenco. A sessão no IMS traz uma dobradinha especial: uma aula de Carlos Augusto Calil, professor da USP.
Macunaíma + aula com Carlos Augusto Calil. Domingo (21.10), às 16h. Ingressos a R$ 8.
Instituto Moreira Salles: Rua Marquês de São Vicente, 476 – Gávea.
É um momento oportuno para relembrar a história da paquistanesa Malala Yousafzai. Ela ficou conhecida por ter sido a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio Nobel da Paz, mas os episódios que levaram a esse reconhecimento são, ao mesmo tempo, tristes e inspiradores. Em 2009, a jovem enfrentou a determinação do Talibã que proibia 50 mil meninas de estudar. A resposta terrorista veio três anos depois em um atentado que quase lhe tirou a vida. Malala sobreviveu e a presença dela passou a ser, mais do que nunca, inspiração. O espetáculo segue esse fio, numa adaptação do livro-reportagem infanto-juvenil da jornalista Adriana Carranca. A trilha é composta por canções originais de Adriana Calcanhoto.
Malala – A menina que queria ir para a escola. Sábado (20.10) e domingo (21.10), às 11h e às 15h. Ingressos a R$ 30.
Teatro Sesc Ginástico. Avenida Graça Aranha, 187 – Centro.
Filipe nasceu em Salvador, mudou-se aos 9 anos para Belo Horizonte e, aos vinte e poucos, decidiu encarar o Rio de Janeiro. Há quatro anos conheceu Gustavo, cria da capital fluminense. Jornalistas culturais, gostam de receber amigos em casa e ir ao cinema. Cada vez mais são adeptos de programas ao ar livre - sempre que podem, incluem no passeio Chaplin, esperto vira-lata adotado há um ano.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.