Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O SXSW Music 2020 traz, além de shows de artistas de 72 países, uma agenda primorosa de painéis para discutir o futuro da música.
Faltando uma semana para o SXSW, a incerteza se vai rolar de fato paira sobre ele. Muitas pessoas e empresas, como Facebook, Twitter, Apple, Amazon, Tik Tok, HBO, Netflix, Google e até a local Capital Factory cancelaram a participação no festival por conta do coronavírus. Mas por aqui seguimos com a meta de estarmos por lá a partir do dia 11 de março.
O SXSW Music também está sentindo suas perdas. Trent Reznor, que participaria de um bate-papo sobre o Watchmen, cancelou; Ozzy Osbourne, que conversaria com o comediante Jim Norton sobre suas 9 vidas, também pulou fora; e o lançamento do Beastie Boys Story, dirigido por Spike Jonze, foi cancelado, mas o diretor continua confirmado na palestra.
Para esta edição foi criada uma track específica para discutir o futuro da música. A minha seleção é muito baseada em painéis que discutem o futuro da música como entretenimento, ou seja, a experiência da música ao vivo e também tudo que envolve inteligência artificial, assunto que tem me interessado muito quando envolve produção musical. Tudo isso além de, claro, de querer ver alguns ídolos ao vivo.
A Kim Gordon terá um keynote. Como grande fã, vou lá para ver o que ela tem pra falar. Ela bate um papo com a escritora Rachel Kushner, que é sua grande amiga. O encontro entre Roger Waters e Michael Moore, dois grandes ativistas, promete ser lendário. Também vou ver o Diplo, um fenômeno da indústria da música, que já levei para tocar em São Paulo.
Compartilho aqui algumas das palestras que quero ver:
“Artificial Intelligence & Interdependent Music“: palestra da produtora Holly Herndon, que usou inteligência artificial em seu último álbum PROTO, e que vai falar sobre a sua pesquisa de doutorado em AI & Música.
“The Music Beyond Streaming“: painel, liderado pelo WeTransfer e Q/A, discutirá sobre parcerias de artistas com marcas – porque as marcas precisam conhecer as histórias por trás de cada artista com o qual trabalha para criar projetos autênticos e não apenas usar o nome do artista numa ação.
O painel “Surviving the shifting music festival landscape“, com a C3 Presents e o Riot Fest, falará sobre um dos meus assuntos favoritos: festival de música. Como os festivais devem se adaptar ao momento atual em que um festival novo surge a todo momento? Como se destacar, ser bem-sucedido e proporcionar uma experiência memorável? São perguntas que serão discutidas no bate-papo.
O painel “The future of live music: blended realities” é focado em como o XR (realidade estendida) tem o poder de mudar a experiência em eventos ao vivo.
A palestra “How technology will enhance live experiences” aborda também o tema realidade estendida (VR, AR) para criar experiências mais imersivas em shows ao vivo. “Immersive entertainment: how music and live performances are changing” com Ty Roberts aborda como as novas tecnologias em som (áudio imersivo), além do VR, podem criar uma conexão mais profunda entre artista e fã.
Sustentabilidade em festivais será discutido na palestra “Local moment or global movement: changing the festival game” apresentada por Scott Smith, do Forecastle Festival.
Áudio espacial, assunto que ando pirando, será tema de debate no painel “Making space: women in spatial audio”, liderado por quatro mulheres que estão ajudando a moldar o futuro no assunto. Elas contarão sobre os desafios e soluções que têm encontrado para trabalhar com as tecnologias atuais. Ainda dentro desse assunto, “Supercharging sound experiences with Audio AR” reúne um time de peso, incluindo Bose, AudioLab e BBC, para discutir principalmente experiências pessoais com fones de ouvidos inteligentes.
Para quem se interessa sobre o impacto da economia da música nas cidades, tem 4 painéis a respeito: “Why All Cities Need Cultural Infrastructure Plans”, com participação de palestrantes de Londres, New Orleans e Arkansas; “Music Cities of the Future: What You Need to Know” com participação do “Sound Music Cities”, que todo ano está no SXSW; “Futures and Challenges: Music Cities & Scenes” e “Music City Pops”, focada em Nashville, que tem sido cidade da música há anos. Nessa última a discussão é sobre uma cidade ir além de um estilo específico, como Nashville que foi sempre associada ao country, mas hoje está bem mais diversificada.
E, por fim, “The aesthetics of future music” para discutir como será a música no futuro, incluindo uma previsão de como provavelmente a geração Z estará dançando em 10 anos.
Para quem se interessa por experiências imersivas, o ISM Hexadome é uma instalação 360º que contará com 52 canais de som espacial e 6 telas gigantes de cinema, e mostrará a potência que é compartilhar uma experiência que une som, arte, filme e tecnologia de ponta. Serão 4 dias apresentando diversos projetos audiovisuais comissionados, incluindo artistas como Thom Yorke & Tarik Barri, Suzanne Ciani & AudeRose, Ben Frost & MFO, CIFIKA, Holly Herndon, entre outros.
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.