Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Carinhosamente apelidada de bolha, Tel Aviv, em Israel, é um tesouro no meio do deserto. Vizinha de extensas guerras civis e brigas territoriais, a cidade passa longe dos conflitos. É a segunda maior cidade de Israel, erroneamente chamada de capital por alguns, e tem sido minha casa nos últimos anos. Ela é charmosa, quente, jovem e cara. Os preços são de chorar, os homens, de babar. O mercado imobiliário ferve, para alegria dos proprietários, e quem procura apartamento tem que estar disposto a morar em prédios caídos da década de 30.
Em Tel Aviv deve bater um vento do Pacífico, pois são várias as semelhanças com os hábitos californianos. Pra começar, a cidade é referência no veganismo – são 400 restaurantes veganos para 417 mil habitantes. Come-se saudável e come-se bem. E mesmo em uma mesa de carnívoros, você encontrará uma infinidade de saladas e verduras servidas como prato principal. Afinal, a cozinha mediterrânea preza alimentos frescos e naturais, e todo os restaurantes da cidade sabem muito bem como prepará-los.
No quesito esporte, Tel Aviv conta com inúmeros praticantes de ashtanga, vinyasa e outros tipos de yoga, muito populares na Califórnia. Só pra constar, o israelense têm um pé na Índia, um dos principais destinos de recém-saídos do exército para sua trip after the army (em Israel, o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres a partir dos 18 anos, e dura em média 3 anos).
Pra lembrar ainda mais a Califa, Tel Aviv conta com 10 praias e uma orla cheia de gente caminhando e se exercitando. Apesar de não ser conhecida pelas ondas, tem muito surfista no mar. E no verão, que dura quase o ano inteiro, as praias lotam do começo ao fim do dia.
A cidade também é muito conhecida pela cena liberal – especialmente quando comparada com as cidades e países vizinhos. A parada LGBT é uma das maiores do mundo, com cerca de 250 mil participantes, e é um dos dias mais animados da cidade.
Mas não é só de prazeres que se vive por aqui. Para manter o padrão de vida, é preciso trabalhar, e isso o israelense sabe fazer. De acordo com o 2018 Global Startup Ecosystem Report, Tel Aviv tem o maior número de startups per capita do mundo. Conhecida como o outro Vale do Silício, a “Startup Nation” é um dos centros de desenvolvimento mais importante do mundo, e é onde nasceram grandes empresas como o Waze, Wix.com, Gett, Payoneer, Fiverr e Taboola.
É claro que cada canto do mundo tem suas peculiaridades, e as comparações citadas são apenas fragmentos da minha realidade. Tel Aviv tem muitos outros detalhes que passam longe das terras americanas, mas que posso garantir, vão surpreender todos os tipos de viajante. Depois de quatro anos por aqui, tem dias que ainda me sinto como se fosse a primeira vez. Crie a oportunidade e venha conhecer Tel Aviv, garanto uma experiência muito mais memorável do que tirar um selfie em uma famosa ponte vermelha.
*Foto capa: Tel Aviv por Adam Jang / Unsplah
Dara é produtora e gerente de projetos, e mora em Tel Aviv desde 2015. Adora pensar nos próximos destinos de viagem, organizar roteiros e descobrir todas as dicas quentes antes da partida. Estudou arquitetura e artes visuais, e ama fotografar pessoas desconhecidas pela cidade.
Ver todos os postsEu sempre quis visitar Israel, mas eu não sabia sobre Tel Aviv, muito obrigado, ótimo artigo!
O bom de ter acesso a informação é exatamente isso, ampliar nossos horizontes. Depois conta tudo sobre a sua viagem para nós, Sonia!
Oi Sonia! Obrigada pelo comentário. Espero que vc venha conhecer em breve :)
acho bem complicado ir fazer férias ao lado de pessoas que forma tiradas de suas casas a força, e ainda o são, todos os dias. nao sou pró-Palestina, mas é tudo uma bagunça e eu prefiro não da rmeu suado dinheirinho pra esse tipo de governo. claro que se for botar na ponta do lapis eu nao conseguria viajar para lugar nenhum que seja 100% correto com etnias, raças e gêneros, mas Israel eu prefiro não.
Olá Carolina. Realmente o que Israel faz com a Palestina é indefensável. Mas aqui nós não estamos falando de política. Se fôssemos falar de política, teríamos que vetar uma série de países como Rússia, Venezuela, Cuba, Filipinas, Turquia, Hungria, China, e até os Estados Unidos. Mas como sempre queremos ver o lado bom das coisas, para cada governo opressor, corrupto e bélico, existe sempre uma boa parcela da população que sabe e repudia os atos dele. Nós brasileiros sabemos bem disso, certo?
Oi Carolina. Obrigada pelo comentário.
Quando vc fala “ao lado de pessoas que foram tiradas de suas casas a força”, infelizmente isso tambem acontece do lado israelense. Esse conflito existe em ambos os lados, nao tem um certo e outro errado. E como vc falou, se for pensar por esse âmbito, vc nao viaja pra lugar nenhum :/
Espero que vc vença esse preconceito e conheça Israel, pra assim tirar conclusões suas próprias conclusões.
Bjs, Dara
Muito bom o comentário, Dara. Nós também acreditamos que, apesar de todas as atitudes execráveis de tantos governos, todos os países merecem a nossa visita. Só assim podemos conhecer a verdade na história de cada povo, e ver que para cada desmando de um governo existe toda uma população por trás lutando contra.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.