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Taiwan não está nas manchetes como top 10 lugares para visitar no mundo, nem nas contas de viagem no Instagram, mas a verdade é que deveria! Confesso que minhas expectativas iniciais para esta viagem eram baixas. Eu sabia que a comida seria deliciosa, mas não imaginava que uma ilha pouco lembrada seria tão impressionante em outros aspectos.
Mas antes de contar detalhes, o que você sabe sobre Taiwan? Curiosamente a ilha de Taiwan foi descoberta pelos portugueses, que deram o nome de Formosa ao local. Depois disso, a região também passou nas mãos de muitos colonizadores: holandeses, espanhóis, chineses e japoneses, até 1949 quando Taiwan se tornou parte da República da China. Toda essa história trouxe uma riqueza cultural (e gastronômica) muito interessante para o país. Em termos práticos, assim como Hong Kong, Taiwan tem seu próprio governo, uma economia liberal e sua própria moeda.
Ah Taipei, que cidadezinha incrível!
É claro que todos os guias vão sugerir que você faça a Taipei módulo 1, ou faça uma trilha na Elephant Mountain, então eu vou focar este post em dicas um pouco mais práticas e talvez não tão faladas.
Brasileiros precisam de visto de turismo para visitar Taiwan. Não se preocupe, o processo é muito simples. Siga o passo-a-passo do Escritório Econômico e Cultural de Taipei e pronto! Eu fiz no setor consular de Taiwan em Copenhague e meu visto ficou pronto em menos de duas semanas. Cidadão europeu não precisa de visto.
A moeda local é o New Taiwanese Dollar e o câmbio está em média R$1 real para cada NTD 8. Para você ter uma ideia de poder de compra, uma cerveja nacional de 500ml custa NTD 70 (ou 8 reais) e uma refeição em um restaurante simples custa NTD 120 (ou R$14).
Como ia a Taiwan, eu aproveitei que não haviam vôos diretos e fiz escala na China, tanto na ida como na volta. Aliás, você pode ler detalhes da minha escala e cada uma das dicas para evitar perrengues, neste post.
Além da China, você também pode explorar outros destinos ou adicionar Taiwan como um destino na sua viagem ao Sudeste Asiático – afinal um vôo de Taipei para Bangkok leva só 3,5h.
A cidade de Taipei conta com dois aeroportos internacionais — Taoyuan e Songshan— mas a maioria dos voos chega a Taoyuan, que é um pouco mais distante do centro da cidade mas bem servido com transfers, trem, taxi e Uber. Por exemplo, o MRT (equivalente ao metrô local) custa 150 NTD, que vale quase R$20 e chega ao centro em 30 min. De taxi ou Uber também é possível fazer o trajeto, mas o valor aumenta significativamente e custa em torno de 1,000 NTD equivalente a R$123.
Em Tapei sempre está calor e a temperatura média é em torno dos 23°C. Claro que durante o verão o calor aperta e há muita chuva entre os meses de maio e setembro – como o resto da Ásia. A temporada de tufões rola em junho e agosto, então melhor evitar estes meses já que seus passeios serão possivelmente cancelados por causa da chuva.
A maioria das pessoas recomenda visitar Taipei entre outubro e março, já que está mais fresco e há menos poluição no ar. A minha viagem rolou no começo de maio, eu não peguei nenhuma chuva e apesar de estar calor, não estava muito úmido, então o clima estava perfeito para caminhar e conhecer a cidade.
Taipei é um paraíso gastronômico! Então se você é um foodie de carteirinha, prepare o bolso e a academia, porque com certeza você vai comer até não poder mais. Então acho que a comida na cidade merece seu post separado (está no forno, prometo), mas por enquanto vou fazer uma listinha de comilanças imperdíveis.
Café da manhã: Comece com algo típico, que inclui dumplings, panquecas com ovo e queijo e até um rolinho de arroz que pode vir acompanhado de pó de carne de porco ou pó de amendoim. Se quiser algo super famoso e com filas quilométricas prove um Dou Jiang Yu Tiao (massa frita com leite de soja).
Almoço e jantar: Entre tantas opções vai ser difícil escolher, mas alguns dos pratos que sugiro provar: Beef noodle soup e o braised pork rice. Um dos lugares que mais curti conhecer foi o primeiro Din Tai Fung, que hoje é uma super rede de dumplings em vários países e apesar de ter provado em outros lugares, continuo sendo fã do original em Taipei. Se quiser um sushi, recomendo fortemente o Addiction Aquatic Development, que é basicamente um mercado de peixes com vários mini-restaurantes dentro.
A verdade é que não comi nada ruim e recomendo você se aventurar e entrar nos botecos que ver por ali e pedir a mesma coisa que o vizinho de mesa. E claro, você precisa ir aos night markets, mais de um deles por favor! Se não tiver tempo, sugiro o Rahoe Night Market principalmente para você comer uma Fuzhou Pork Pepper Bun (dumpling de carne de porco com pimenta do reino), fica bem na entrada do mercado e tem até uma estrela no guia Michelin.
Lanchinhos: Prove um bubble tea, super tradicional da região, com pérolas de tapioca que vão lembrar o sagu da sua avó. Os bolinhos de abacaxi (pineapple cakes) também são um hit. A loja Sunny Hills é um sucesso e oferece chá e bolinhos de graça, se você quiser dar só uma passadinha.
As áreas mais famosas para se hospedar são Ximending, Zhongshan e o distrito de Da’an. Como me hospedei com uma amiga fiquei em Songshan (que não é longe e muito fácil e pegar o MRT para outros lugares). Um apartamento inteiro no Airbnb para duas pessoas sai em média R$120 por noite.
Ximending: é uma área famosa pelas lojas e pela vida noturna. Fica bem no centro e alguns até se referem à área como o “Harajuku de Taipei”. Há muitos restaurantes e bares, inclusive fomos a um speakeasy de coquetéis que era incrível chamado HANKO 60. Nesta área há muitos hoteis, inclusive econômicos mas pode ser um pouco barulhenta se você quiser uma noite sossegada.
Zhongshan: É a área mais famosa da cidade e está cheia de atrações turísticas e para aqueles que vem à negócios. Cheio de templos famosos como o Bao’an Confucius e Xingtian é uma ótima opção se você quiser ficar pertinho de tudo. Há hospedagem para todos os gostos e bolsos, de econômicos a 5-estrelas. Além de hotéis é possível encontrar apartamentos de temporada.
Da’an: Eu particularmente adorei esta área e foi onde acabei passeando mais a pé. Há muitas lojinhas fofas, restaurantes gostosos e coisas curiosas para conhecer, nas ruas como a Yongkang. Eu particularmente curti as lojas de colecionáveis e os inúmeros Be@rbricks de todos os tamanhos e preços. É uma área um pouco mais cara em termos de hotel, mas há muitos apartamentos e airbnbs para serem explorados.
Vá pescar: Aproveite seus dias em Taipei e vá pescar camarões. Shrimping é uma atividade super local, barata e exótica. O lugar parece um boteco com uma piscina no meio e você senta em uma cadeira de plástico com uma vara de pescar e tenta pegar os camarões, tudo isso acompanhado de uma cervejinha gelada. No final, se quiser, você pode grelhar os camarões e acompanhar com arroz, vegetais e noodles disponíveis no local. Para pescar os camarões o preço é por hora e a média é NTD 300 (R$37) para o aluguel da vara e as iscas. Sabe o que é melhor de tudo, o lugar é 24h – você pode ir pra night e terminar grelhando sua própria comida. Minha sugestão é uma passagem pelo Urban Shrimping em Shilin.
Restaurante com três estrelas Michelin: Se quiser provar o único restaurante cantonês com três estrelas no Guia Michelin, reserve uma mesa no Le Palais o mais rápido possível. O restaurante, que fica no topo do hotel Palais de Chine oferece culinária tradicional servida de maneira impecável e com um sabor inesquecível. Aproveitamos uma brecha e fomos para o almoço, pedimos quase o menu inteiro para dividir entre três (já que não há degustação neste horário). Provamos o pato de Pequim, as tradicionais panquecas de rabanete e uns dumplings de lamber os dedos e muitos outros snacks. A conta ficou em R$250 por pessoa.
*Foto de destaque: Thomas Tucker – Unsplash
De longas viagens de carro no México a aulas de cozinha no Vietnã, para mim o que importa conhecer são as pessoas. Não há nada melhor para conhecer um país do que aprender com experiências autênticas (e às vezes malucas).
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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.