Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Você está em busca de dica de livros pra ler neste verão? Vamos lá!
Um dos desafios que lancei no início de 2018 foi ler mais do que li nos últimos anos. Sempre fui uma leitora ávida consumindo um livro por semana até o celular virar um smartphone. Não é fácil retornar à rotina da leitura dos livros, mas tenho sido bem insistente. Não li um livro por mês como eu gostaria, mas li 10 livros de cabo a rabo ao longo de 2018 (e larguei vários outros na metade porque não me fisgaram).
Aproveitei o ano novo e renovei meus votos dobrando o desafio. Neste momento cá estou dividida entre dois livros ótimos. Um no papel, o Explosão Feminista, de Heloisa Buarque de Hollanda), e outro no kindle, o Como Mudar a Sua Mente, de Michael Pollan. A premissa é: na cama eu leio no kindle, fora dela eu leio o livro de papel. Funciona, mas claro, a leitura é bem mais lenta. Início de ano é a época do ano em que mais leio, justamente por ter aqueles dias off , alguns à beira da piscina ou do mar, que faz a leitura ser puro deleite sem muitas distrações.
Neste meu ânimo de retomar minhas leituras, eu fui consultar os colaboradores do Chicken or Pasta para saber suas dicas das últimas leituras imperdíveis que fizeram. Aí vai uma lista para quem está em busca do próximo livro pra chamar de seu:
Essencialismo: A Disciplina Busca por Menos – Greg McKeown
O essencialismo é mais do que uma estratégia de gestão de tempo ou uma técnica de produtividade. É um método para identificar o que é vital e eliminar todo o resto, para que possamos dar a maior contribuição possível àquilo que realmente importa. Afinal, o que é essencial?
O guia com dicas fundamentais para quem sonha em ter o seu próprio negócio, mas diferente de todos os livros sobre empreendedorismo, em uma linguagem simples, sincera e realista. Inclusive, levantando ideias extremamente essenciais, mas que nunca são ditas.
Vai lá e Faz: Como Empreender na Era Digital e Tirar Ideias do Papel – Tiago Mattos
O livro mostra que, sim, você pode criar uma empresa bem-sucedida do zero se tiver o mindset certo e entender como o mundo está mudando. Porque nunca foi tão fácil fazer. Nunca foi tão fácil fazer um livro, uma música, um filme, uma reunião dos colegas do ensino médio, uma passeata, um partido político, uma casa, um carro, uma declaração de amor, uma viagem ao redor do mundo. Nunca foi tão fácil fazer uma empresa. Nunca foi tão fácil entender que ninguém fará o mundo que você quer por você. Só você.
“Passagem para o Ocidente”, de Mohsin Hamid
Sempre que vejo notícias sobre tragédias humanitárias, me pergunto em que ponto o problema vira crise. Qual a gota d’água para uma pessoa abandonar seus hábitos e rotinas porque a vida como ela sempre foi não existe mais?Quando um habitante de uma cidade em guerra decide que partir é menos doloroso que ficar?Como abandonar sua casa e construir um lar a partir das roupas do corpo e da retidão do caráter?
“Passagem para o Ocidente” ilustra muitas destas questões ao narrar a história de amor de Nadia e Saeed. O casal se conhece em meio à iminência de uma guerra civil num país nunca nominado e se vê obrigado a emigrar para cidades ricas, porém nem sempre empáticas aos dramas humanos.
O autor tem a grandeza de tratar dos refugiados sem querer chocar ou sensibilizar o leitor. O texto é ao mesmo tempo poético e cru, assim como o amor e as revoluções. Um livro, infelizmente, atual.
“Cem Telas, 60 Dias E Um Diario De Viagem”, José Claudio da Silva
Durante um trabalho de pesquisa, tive a sorte de me deparar com o belíssimo livro “100 Telas, 60 dias & Um Diário de Viagem: amazonas, 1975”, de autoria do artista plástico pernambucano José Cláudio da Silva, publicado em 2009 pela Imprensa Oficial do Governo de São Paulo. A obra reúne reproduções de pinturas e desenhos feitos durante uma expedição realizada nos rios da Floresta Amazônica a bordo de um barco junto com cientistas e com o compositor e zoólogo Paulo Vanzolini. As imagens são intercaladas por textos de Zé escritos em forma de diário. Na embarcação, viajavam devagar para explorar as margens e faziam pausas em aldeias indígenas e pequenas comunidades ribeirinhas. Durante a viagem, ele retratou principalmente paisagens, animais e pessoas. A exploração foi também gastronômica e proporcionou uma série de descobertas de novos sabores. O livro faz o leitor sentir-se ao lado dos tripulantes e capta aqueles ambientes de forma sensível, espontânea e bastante humana.
“Mulheres Que Correm Com os Lobos”, Clarissa Pinkola Estés
Livro que já queria ler há tempos e começamos um círculo de leitura entre mulheres aqui na China. Ele mexe profundamente com a psiquê e entre leituras e desabafos, foram muitas emoções vivenciadas durante a leitura de metade do livro.
A Clarissa é escritora e psicóloga Jungiana e acredito que muitas pessoas já devem ter lido esse livro, por tratar de forma analítica e comparar os arquétipos de contos de fadas antigos, com as questões femininas mais profundas. Acho leitura fundamental para o autoconhecimento e a busca de traços da nossa Mulher Selvagem esquecida em nossa sociedade contemporânea. Não é um livro fácil, é um livro para se ter sempre, para consultar e reler em diferentes fases da vida.
Recomendo de olhos fechados!
Tetralogia Napolitana, da Helena Ferrante
Eu terminei de ler a Tetralogia Napolitana, da Elena Ferrante, este ano. Se me lembro bem, comecei nas últimas férias, e realmente não tem época melhor pra ler esses volumes grandes do que na santa paz de um recesso, à sombra de um coqueiro, com um drink na mão. Agora que saiu a série pela HBO então, tem que ler. Pra uma viagem curtinha, eu recomendaria o Tudo pode ser roubado, da Giovana Madalosso, lançado este ano e prova cabal de que a literatura brasileira contemporânea vai muito bem, obrigada.
A colher que desaparece – Sam Kean
Foi um dos livros mais legais e curiosos que eu já li. O livro de Sam Kean conta histórias malucas de amor e morte por trás de diversos avanços científicos de outrora, como o uso e a descoberta de diversos elementos químicos e do surgimento da Tabela Periódica. É o tipo de livro que te deixa locão pra ler o próximo capítulo.
Cozinha Confidencial, Anthony Bourdain
O livro não é novidade, mas só caiu no meu colo após a morte do Bourdain, que me tocou de uma maneira inesperada (eu mal acompanhava o trabalho dele) fazendo eu ir atrás de sua obra pra entender essa sensibilidade que me abateu. O livro tem um tom bem confidencial como informa o título. O foco é o cozinheiro, mas não é necessário ser um pra gostar dele. Eu fui arrebatada pela leitura ágil, apaixonante e envolvente. Nela, ele narra o início de sua carreira na cozinha fazendo uma pequena viagem até sua infância para explicar o que o fez se enveredar pelo caminho da gastronomia. O livro se inicia com algumas dicas básicas para quem quer se iniciar na cozinha até de como se comportar num restaurante ao fazer um pedido. Depois segue contando a carreira que começou de maneira desajeitada, do festival de drogas que reinava as cozinhas pelas quais passava e de como elas o afundou por um bom tempo, até finalmente ele alcançar o posto de chef na Brasserie Les Halles, que encerrou suas atividades após a morte dele. Entre vários capítulos interessantes, o do Japão é puro deleite em sua viagem onde se perdeu no idioma mas se encontrou nos novos sabores. Vale cada página! Prepare-se para se apaixonar pelo Bourdain caso ele não tenha te fisgado em vida.
O livro tem uma linguagem super simples para explicar quem somos e por que vivemos aqui, explica sobre sonhos, regressão de memória e todo o místico que envolve nossa aura, linhas de vida, dimensões, elementos e planos astrais. Faz parte dos meus estudos para a Umbanda, religião afro-brasileira, que sincretiza o catolicismo, espiritismo e as religiosidades africana, indiana e indígena.
*Foto capa: Ciprian Boiciuc / Unsplash
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.