Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Se tem uma coisa que une viajantes pelo mundo é a gastronomia. Comer é, com certeza, uma das melhores formas de se conhecer culturas. Mas não estou falando de restaurantes chiques e de gastronomia contemporânea. A cultura dos lugares está naquela comida local, bem tradicional e histórica, que você encontra com mais facilidade nas barracas de rua e nos botecos de esquina. É com esse tipo de culinária que o Taste Atlas trabalha.
Essa ferramenta se propõe a ser uma enciclopédia colaborativa de sabores. Qualquer viajante pode se inscrever e ajudar com fotos, impressões, dicas, etc. Eles já tem catalogados mais de 10 mil pratos, ingredientes, receitas e drinks. A ideia é que, além de guardar toda a informação, o Taste Atlas se torne também um guardião de sabores e saberes de cada pequeno vilarejo do mundo, para que nada caia no esquecimento.
O Taste Atlas pode ser uma mão na roda no planejamento de viagens. Você coloca na busca o nome de um prato, um ingrediente, uma região, cidade ou país, e ele te entrega tudo que tem disponível sobre o assunto. De lá, você pode navegar pelas delícias da área, vendo fotos e descobrindo sobre o modo de preparo, as origens, e até boas sugestões de lugares para saboreá-lo. Claro que o catálogo ainda está incompleto (não achei, por exemplo, a maravilhosa salada de chá verde do Myanmar), mas tem muita coisa boa lá.
Todos os pratos são ranqueados com estrelas. Assim, o Taste Atlas também tenta descobrir qual é a melhor comida do mundo. Entrando no Top 100, ali estão as 100 iguarias mais bem colocadas segundo os usuários. Em primeiro lugar está – rufem os tambores – o insosso espaguete alho e óleo italiano. Eu sei, meio decepcionante. Eu prefiro mil vezes as berinjelas à parmegiana do segundo lugar. Claro que a Itália destruiu os outros países, emplacando nada menos que 17 receitas entre os 100 primeiros. O Brasil não fez feio, com dois ‘pratos’ (eu categorizaria como ‘eventos’): churrasco e feijoada. Indonésia emplacou 10, Japão 8, e Estados Unidos 7 (na minha opinião, roubado, porque burrito e chilli com carne foram chupinhados do México).
Não posso deixar de dizer que tem algumas coisas bem bizarras. Por exemplo, olhando o tópico do churrasco brasileiro, eles indicam excelentes churrascarias em São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul, mas também uma em Doha, no Qatar. Pode ser que seja boa, mas não consigo conceber que uma das 13 melhores churrascarias brasileiras do mundo esteja lá. Mas enfim, como qualquer enciclopédia colaborativa, o Taste Atlas é passível de erros. Mas vale a pena conhecer. É divertido, informativo, e dá uma fome daquelas!
*Foto do destaque: Pxhere
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.