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Pândavas: um paraíso com janela para a Chapada dos Veadeiros

Quem escreveu

Jo Machado

Data

27 de January, 2017

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Quando ouvi falar pela de você primeira vez, foi pelas palavras da minha grande amiga-inspiradora Renata, que dizia ter encontrado um lugar super legal para fazer um retiro e relaxar em meio à natureza. Fiquei imediatamente com uma pulga atrás da orelha, que me levava a perceber o quanto você é um lugar especial nesse mundo, e que eu também deveria te conhecer, Paraíso. Foi assim que começou a história de um encontro daqueles na minha vida.

Falar de Alto Paraíso e de suas inúmeras experiências é relativamente fácil, desde que se tenha a sensibilidade para traduzir em palavras aquela energia toda. Não sei se esse é meu caso, mas é algo que eu gostaria muito de poder oferecer neste texto. Estar na ‘Cidade do Terceiro Milênio’ é uma experiência meio mágica, que vai além do verbo viajar. É vivenciar uma região onde o bem e a paz estão praticamente onipresentes. E existem cantos naquela imensidão de boas energias que são ainda mais especiais. É de um lugar desses que eu quero falar.

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A lua no céu do cerrado. Foto: Jo Machado

Eu sentia a necessidade de me isolar, de desconectar para me reconectar, e de entender esse movimento de turismo espiritual ou de consciência. Essa busca tem aumentado bastante ultimamente e leva milhares de pessoas a lugares como Abadiânia de Goiás, Piracanga e tantos outros todos os anos. E o Paraíso dos Pândavas, em Alto Paraíso, foi meu destino escolhido.

O chegar não é dos mais fáceis para quem não está acostumado a viajar de mochila, de carona e para um lugar longe das facilidades das grandes cidades. Como eu não dirijo, e não poderia alugar um carro, o meio mais fácil e barato para chegar lá é de carona, que é muito comum. Saindo do aeroporto de Brasília, existem transfers diretos que custam caro, e motoristas que oferecem esse serviço um pouco mais em conta. Ou ainda grupos – como esse  – onde você pode conseguir uma carona solidária, e você apenas racha a gasolina. Foram 3 horas de carro até Alto Paraíso com pessoas desconhecidas, mas que se tornaram amigos durante aqueles muitos quilômetros.

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Panorâmica da entrada do Paraíso. Foto: Jo Machado

Vira aqui, entra ali, estrada de terra, porteira e: bem-vindo ao Paraíso dos Pândavas! Um lugar à parte do mundo, onde viver o agora é o que importa. Idealizado pelo querido Giridhari, (proprietário e instrutor de auto-conhecimento) o Paraíso é um resort de yoga, dedicado ao encontro de cada um com a natureza e com sua consciência. Independente de você estar ou não em busca dessa consciência, se hospedar por lá é uma experiência memorável.

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Entrada da sede do Paraíso dos Pândavas. Foto: Jo Machado

Por ser um resort de yoga e que segue o movimento Hare Krishna, a rotina dentro dos Pândavas flui baseada em alguns rituais diários dedicados a consciência e plenitude espiritual. Já pela manhã bem cedo, ao raiar do dia, os hóspedes são convidados a participar de canto de mantras, seguido de meditação e yoga. Tudo antes do café da manhã. Até a hora do almoço é possível fazer algum dos passeios que levam às cachoeiras ou mirantes dentro do próprio Paraíso (sempre acompanhado de alguma pessoa da equipe do hotel). O almoço é servido no início da tarde e depois disso o tempo é livre para quem quiser fazer outros passeios pela região ou apenas relaxar.

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Para relaxar antes ou depois das refeições. Foto: Jo Machado
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O Morro da Baleia é um vizinho zeloso que adora ser admirado. Foto: Jo Machado
Relaxar ouvindo ensinamentos de Krishna
Relaxar ouvindo ensinamentos de Krishna. Foto: Jo Machado

Ao entardecer, pouco antes do jantar, novamente são entonados mantras de louvor a Krishna, que são seguidos por uma espécie de bate-papo, ou satsang. Nessa conversa, Giridhari – que além de idealizador do Paraíso dos Pândavas é palestrante e autor de 3 livros – fala sobre a visão da filosofia de Krishna sobre assuntos diversos e responde perguntas e dúvidas dos presentes. Depois do jantar, as atividades no resort se findam e cada um fica livre para fazer o que achar melhor. E naquele lugar, em pleno cerrado, posso garantir que a melhor coisa é achar um lugar para sentar e admirar aquele céu maravilhoso enquanto espera o sono chegar.

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O amanhecer no Paraíso – Foto: Jo Machado
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Cantos de mantras. Foto: Jo Machado
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Yoga para começar o dia. Foto: Jo Machado

 

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Bate-papo com Giridahri ao entardecer. Foto: Jo Machado

Vale lembrar que, apesar de ser um lugar voltado à filosofia de Krishna, os hóspedes nem sempre seguem essa filosofia ou sequer tem conhecimento sobre a mesma. Contudo, as práticas dessa religião são deveras proveitosas para qualquer um, e enchem de boas energias até os mais céticos. Por exemplo, a própria comida que é servida por lá é preparada dentro de preceitos Hare Krishna, ou seja, não utiliza ovos, cebola e nem alho em suas preparações, além de ser quase vegana.

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Café da manhã pra lá de saudável e delicioso. Foto: Jo Machado
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Onde a mágica dos sabores acontece. Foto: Jo Machado

E foi na comida que o Paraíso dos Pândavas me deixou um dos maiores legados dessa experiência. A partir de lá que percebi de uma vez por todas o quanto a comida é importante no bem-estar físico, mental e espiritual, e que carne é definitivamente algo que se pode viver sem. Ah! E eu posso garantir também que foi uma das melhores experiências no quesito sabor. Robson, sinto saudades infinitas do seu hambúrguer e maionese veganos!

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Do pão à granola, tudo é feito artesanalmente na cozinha do Paraíso. Foto: Jo Machado

Outra grande peculiaridade do Paraíso dos Pândavas são os quartos. Dispostos em uma grande área de cerrado, alguns deles ficam a até 500m da sede, o que transforma a experiência de se hospedar por lá ainda mais diferente. Eu escolhi um dos chalés individuais, o Sadhu, que além de ser um dos mais afastados, possui uma das mais belas vistas do Morro da Baleia. Há outras opções de quartos, chalés e lofts, super confortáveis e equipados, que abrigam desde uma pessoa só até famílias de quatro. Para os mais desapegados, existe uma área de camping com banheiros super bem estruturados e uma vista de tirar o fôlego.

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Deitado na cama do chalé Sadhu, a vista é esta. Foto: Jo Machado
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Chalé Sadhu. Foto: Jo Machado
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Eco-chalé Paz e Eco-chalé Bhakti. Foto: Jo Machado

E falando em tirar o fôlego, deixa eu falar das atrações dentro do perímetro do resort. Em seus 400 hectares, o Paraíso faz jus ao seu nome. Em meio às belas paisagens do serrado, mirantes, piscinas naturais e cachoeiras fecham com chave de ouro a estadia por lá. Basta escolher entre as três cachoeiras, o mirante ou a piscina natural e combinar com um dos funcionários que irá guiá-lo até lá. Equipe-se de repelente, protetor solar, água e disposição. Afinal, a caminhada não é curta, mas cada passo é recompensado por uma paisagem deslumbrante e pelo encontro com a fauna e flora da região.

 

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Na trilha para as cachoeiras. Foto: Jo Machado
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Se a fome bater, a solução está ao alcance das mãos. Foto: Jo Machado
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Cristalina e revigorante. Foto: Jo Machado
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Sombra, água fresca e paz. Muita paz. Foto: Jo Machado
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Uma das 3 belas cachoeiras dentro do Paraíso. Foto: Jo Machado

Bom, mas e o lado espiritual, onde ele entra? Pois bem, eu encontrei um pouco dele em vários momentos da minha estadia por lá. No nascer do sol, nas caminhadas solitárias entre meu quarto e a sede, nas notas dos mantras, na voz suave da Bruna, nos sabores vindos da cozinha, naquele céu estrelado, nas pessoas que conheci (Vivi, Cris, Mayra, Cauê, Nitai, Cecília e Fernandinha, é de vocês que eu to falando!), nas histórias que ouvi, no silêncio, nas palavras do Giridahri, na devoção daquelas pessoas.

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Querido, sábio e entendedor. Obrigado pelas tuas palavras! Foto: Jo Machado

Eu parti de São Paulo com destino ao Paraíso dos Pândavas com a mochila cheia de curiosidade jornalística, e em busca de algo que eu nem sabia o que era. Voltei com uma faísca que acendeu um fogaréu de coisas aqui dentro.

Paraíso dos Pândavas
Rodovia GO-239, Km 60 – Alto Paraíso de Goiás

(61) 99108-2009

Quem escreveu

Jo Machado

Data

27 de January, 2017

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Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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Comentários

  • Irado, estou indo para o retiro de carnaval, espero voltar com a energia renovada.

    - Thiago Dos Santos Monteiro
  • Amei <3

    - Bruna Lima
  • Legal!!

    - bl*ck jesus

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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.