Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Quando ouvi falar pela de você primeira vez, foi pelas palavras da minha grande amiga-inspiradora Renata, que dizia ter encontrado um lugar super legal para fazer um retiro e relaxar em meio à natureza. Fiquei imediatamente com uma pulga atrás da orelha, que me levava a perceber o quanto você é um lugar especial nesse mundo, e que eu também deveria te conhecer, Paraíso. Foi assim que começou a história de um encontro daqueles na minha vida.
Falar de Alto Paraíso e de suas inúmeras experiências é relativamente fácil, desde que se tenha a sensibilidade para traduzir em palavras aquela energia toda. Não sei se esse é meu caso, mas é algo que eu gostaria muito de poder oferecer neste texto. Estar na ‘Cidade do Terceiro Milênio’ é uma experiência meio mágica, que vai além do verbo viajar. É vivenciar uma região onde o bem e a paz estão praticamente onipresentes. E existem cantos naquela imensidão de boas energias que são ainda mais especiais. É de um lugar desses que eu quero falar.
Eu sentia a necessidade de me isolar, de desconectar para me reconectar, e de entender esse movimento de turismo espiritual ou de consciência. Essa busca tem aumentado bastante ultimamente e leva milhares de pessoas a lugares como Abadiânia de Goiás, Piracanga e tantos outros todos os anos. E o Paraíso dos Pândavas, em Alto Paraíso, foi meu destino escolhido.
O chegar não é dos mais fáceis para quem não está acostumado a viajar de mochila, de carona e para um lugar longe das facilidades das grandes cidades. Como eu não dirijo, e não poderia alugar um carro, o meio mais fácil e barato para chegar lá é de carona, que é muito comum. Saindo do aeroporto de Brasília, existem transfers diretos que custam caro, e motoristas que oferecem esse serviço um pouco mais em conta. Ou ainda grupos – como esse – onde você pode conseguir uma carona solidária, e você apenas racha a gasolina. Foram 3 horas de carro até Alto Paraíso com pessoas desconhecidas, mas que se tornaram amigos durante aqueles muitos quilômetros.
Vira aqui, entra ali, estrada de terra, porteira e: bem-vindo ao Paraíso dos Pândavas! Um lugar à parte do mundo, onde viver o agora é o que importa. Idealizado pelo querido Giridhari, (proprietário e instrutor de auto-conhecimento) o Paraíso é um resort de yoga, dedicado ao encontro de cada um com a natureza e com sua consciência. Independente de você estar ou não em busca dessa consciência, se hospedar por lá é uma experiência memorável.
Por ser um resort de yoga e que segue o movimento Hare Krishna, a rotina dentro dos Pândavas flui baseada em alguns rituais diários dedicados a consciência e plenitude espiritual. Já pela manhã bem cedo, ao raiar do dia, os hóspedes são convidados a participar de canto de mantras, seguido de meditação e yoga. Tudo antes do café da manhã. Até a hora do almoço é possível fazer algum dos passeios que levam às cachoeiras ou mirantes dentro do próprio Paraíso (sempre acompanhado de alguma pessoa da equipe do hotel). O almoço é servido no início da tarde e depois disso o tempo é livre para quem quiser fazer outros passeios pela região ou apenas relaxar.
Ao entardecer, pouco antes do jantar, novamente são entonados mantras de louvor a Krishna, que são seguidos por uma espécie de bate-papo, ou satsang. Nessa conversa, Giridhari – que além de idealizador do Paraíso dos Pândavas é palestrante e autor de 3 livros – fala sobre a visão da filosofia de Krishna sobre assuntos diversos e responde perguntas e dúvidas dos presentes. Depois do jantar, as atividades no resort se findam e cada um fica livre para fazer o que achar melhor. E naquele lugar, em pleno cerrado, posso garantir que a melhor coisa é achar um lugar para sentar e admirar aquele céu maravilhoso enquanto espera o sono chegar.
Vale lembrar que, apesar de ser um lugar voltado à filosofia de Krishna, os hóspedes nem sempre seguem essa filosofia ou sequer tem conhecimento sobre a mesma. Contudo, as práticas dessa religião são deveras proveitosas para qualquer um, e enchem de boas energias até os mais céticos. Por exemplo, a própria comida que é servida por lá é preparada dentro de preceitos Hare Krishna, ou seja, não utiliza ovos, cebola e nem alho em suas preparações, além de ser quase vegana.
E foi na comida que o Paraíso dos Pândavas me deixou um dos maiores legados dessa experiência. A partir de lá que percebi de uma vez por todas o quanto a comida é importante no bem-estar físico, mental e espiritual, e que carne é definitivamente algo que se pode viver sem. Ah! E eu posso garantir também que foi uma das melhores experiências no quesito sabor. Robson, sinto saudades infinitas do seu hambúrguer e maionese veganos!
Outra grande peculiaridade do Paraíso dos Pândavas são os quartos. Dispostos em uma grande área de cerrado, alguns deles ficam a até 500m da sede, o que transforma a experiência de se hospedar por lá ainda mais diferente. Eu escolhi um dos chalés individuais, o Sadhu, que além de ser um dos mais afastados, possui uma das mais belas vistas do Morro da Baleia. Há outras opções de quartos, chalés e lofts, super confortáveis e equipados, que abrigam desde uma pessoa só até famílias de quatro. Para os mais desapegados, existe uma área de camping com banheiros super bem estruturados e uma vista de tirar o fôlego.
E falando em tirar o fôlego, deixa eu falar das atrações dentro do perímetro do resort. Em seus 400 hectares, o Paraíso faz jus ao seu nome. Em meio às belas paisagens do serrado, mirantes, piscinas naturais e cachoeiras fecham com chave de ouro a estadia por lá. Basta escolher entre as três cachoeiras, o mirante ou a piscina natural e combinar com um dos funcionários que irá guiá-lo até lá. Equipe-se de repelente, protetor solar, água e disposição. Afinal, a caminhada não é curta, mas cada passo é recompensado por uma paisagem deslumbrante e pelo encontro com a fauna e flora da região.
Bom, mas e o lado espiritual, onde ele entra? Pois bem, eu encontrei um pouco dele em vários momentos da minha estadia por lá. No nascer do sol, nas caminhadas solitárias entre meu quarto e a sede, nas notas dos mantras, na voz suave da Bruna, nos sabores vindos da cozinha, naquele céu estrelado, nas pessoas que conheci (Vivi, Cris, Mayra, Cauê, Nitai, Cecília e Fernandinha, é de vocês que eu to falando!), nas histórias que ouvi, no silêncio, nas palavras do Giridahri, na devoção daquelas pessoas.
Eu parti de São Paulo com destino ao Paraíso dos Pândavas com a mochila cheia de curiosidade jornalística, e em busca de algo que eu nem sabia o que era. Voltei com uma faísca que acendeu um fogaréu de coisas aqui dentro.
Paraíso dos Pândavas
Rodovia GO-239, Km 60 – Alto Paraíso de Goiás
(61) 99108-2009
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
Ver todos os postsIrado, estou indo para o retiro de carnaval, espero voltar com a energia renovada.
Amei <3
Legal!!
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.