Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Foi difícil selecionar alguns dos melhores eventos que estão rolando ao redor do planeta, pois julho está bombando de coisa boa, especialmente no hemisfério norte, com festivais de música, programação de verão a céu aberto, exposições novas, assim como também novos lugares abrindo suas portas. É o caso do Tate Modern, que causou furor nas redes sociais com sua nova extensão e merece destaque. Quem for passar por Londres, Nova York e Paris provavelmente não saberá para onde ir com tantas opções do que fazer, especialmente se ama artes e música. O Japão também entra com destaque especial com a Trienal de Arte, em Tóquio, que faz sua segunda edição este ano (são 3 durante 2016). Já em Paris, tem a reabertura do Palais de Tokyo e os festivais que tomam conta da cidade. Vem com a gente!
O norte do planeta está fervilhando neste verão. Londres tem uma lista infindável de motivos para visitá-la. A recém-inaugurada extensão do Tate Modern, em Bankside, que foi a sensação do mês passado nas redes sociais e começa o mês de julho com uma exposição de Georgia O’Keeffe, uma das pintoras norte-americanas mais importante do século XX. Ela ficou conhecida pelas suas pinturas de magníficas flores, esqueletos de animais e as paisagens do deserto do Novo México. Esta exposição irá trazer ao público alguns de seus mais importantes trabalhos. Serão exibidas mais de 100 obras. De 6 de Julho a 30 de Outubro 2016. Tate Modern, Bankside, Londres. Ingresso: £19.
No dia 2 de Julho acontece o Art Night, festival de arte contemporânea que acontece anualmente em Londres por uma noite. São 10 lugares diferentes entre espaços públicos e privados, do The Duke of York Steps, passando pelo Admiralty Arch à estação desativada de Charing Cross (linha Jubilee) à um apartamento luxuoso em Strand, que são transformados com arte de site-specific, instalações, performances, dança, artes, design. De 2 a 3 de Julho, a partir das 17h. Gratuito, mas os ingressos estão sold-out.
A exposição “82 portraits and 1 Still Life“, de David Hockney, um dos artistas mais importantes da sua geração, retorna à Royal Academy com novos retratos feitos a partir de seu círculo social. São amigos, familiares e conhecidos retratados com cores vibrantes. Imperdível. De 2 de Julho a 2 de Outubro 2016. Royal Academy, Horários: Domingo a Quinta, das 10 às 18h; Sexta e sábado, das 10 às 22h. Ingressos: £11,50.
Se você gosta do mundo das bolinhas de Yayoi Kusama, corra que ainda dá tempo de pegar as exposições “Sculptures Painting & Mirror Rooms“ e “My Eternal Soul Paintings”, na Victoria Miro Gallery. Até 30 de Julho. 16 Wharf Road e 14 St George Street. Gratuito, de terça a sábado, das 10 às 18h.
O London Art Week é o mais importante evento reunido galerias especializadas em arte desde a antiguidade até ao século XX. Dentro da programação acontecem vários tours de arte pela cidade. De 1 a 8 de Julho, diversos endereços.
E julho também não faltam shows em Londres. O Somerset House , castelo que é um dos mais importantes centros de arte e cultura em Londres, abriga anualmente o Summer Series com diversos shows ao vivo na sua área externa. São 10 dias com um lineup caprichado com Everything Everything, Laura Mvula, Courtney Barnett, St Germain, entre outros. Alguns shows já estão sold-out, mas ainda restam ingressos para outros. De 7 a 17 de Julho, às 19h30. Ingressos: £29.50.
A agenda ainda continua com diversos festivais nos arredores da cidade. O Hyde Park recebe o British Summer Time por 6 dias com vários shows de artistas como Massive Attack, Patti Smith, Stevie Wonder (sold out), Florence + The Machine e Kendrick Lamar, Mumford & Sons, Cat Power, Jamie XX, Warpaint, TV on the Radio entre outros. Dias 1, 2, 3, 8, 9 e 10 de Julho, das 13 às 22h30. Ingressos: a partir de £ 68,20.
Quer mais show? Rola também o Lovebox 2016, com LCD Soundsystem, Major Lazer, Chet Fake, Miike Snow, entre outros nos dias 15 e 16 de Julho, no Victoria Park. No dia 17 de Julho é a vez do Citadel, também no Victoria Park, que traz a boa oportunidade de ver o lindo show do Sigur Rós. É um dia apenas de shows, mas o line-up é gigante. Se quiser ir um pouco mais longe, o festival Secret Garden Party acontece entre os dias 21 e 24 de Julho, em Abbots Ripton, a 2 horas ao norte de Londres, reunindo música, artes e muita piração.
Dia 4 de Julho é dia de celebrar a Independência dos Estados Unidos e rolam vários eventos no país. A Time Out selecionou alguns dos mais legais que rolam em NYC. Então caso esteja na cidade, vale conferir para ver para onde ir.
Se você morre de saudades da época em que festival de rock só contava com bandas underground que tinham a guitarra como base, deve colocar o 4Knots no calendário. O festival é beeeem indie e tocam Guided by Voices, os canadenses The Strumbellas, o quarteto de post-punk de Detroit, Protomartyr, a dupla Girlpool, entre outras. O festival é do Village Voice e está em seu 6º ano. Dia 9 de Julho, das 13 às 20h. South Street Seaport, NYC. Gratuito.
Uma das melhores pedidas do mês é o show do Radiohead, que toca na Madison Square Garden nos dias 26 e 27 de Julho. O show faz parte da turnê do novo álbum “A Moon Shaped Pool” e é lindo de morrer. Claro que os ingressos estão sold out e agora só no mercado negro.
Um show imperdível (e curioso para ver ao vivo) é do diretor e compositor John Carpenter (Halloween, 1978), que toca ao vivo “Lost Themes”, recriação suas trilhas dos anos 1980. No fundo do palco cenas dos filmes vão sendo projetados. Ele toca em NY no dia 8 de Julho, no Playstation Theater, mas os ingressos estão esgotados. No dia seguinte, 9 de Julho, ele se apresenta na Filadélfia e ainda tem ingressos.
O festival Panorama, filho mais novo do Coachella, faz sua primeira edição em Nova York com 3 dias de shows e um line-up impecável: Arcade Fire, LCD Soundsystem, SIA, Kurt Ville, Major Lazer, Broken Social Scene, Alabama Shakes, Foals, Daughter, Aluna George entre outros. Dias 22, 23 e 24 de Julho. Randall’s Island Park. Ingressos: US$ 99 a US$ 769.
Exposições que inauguram em julho e vale colocar no calendário: The Keeper, no The New Museum, exposição dedicada ao ato de preservamos objetos refletindo ao impulso que temos em guardar e/ou colecionar coisas. De 20 de Julho a 25 de Setembro 2016. 235 Bowery, às Quartas, das 11 às 18h; Quinta, das 11 às 19h e Sexta à Domingo, das 11 às 18h. Ingressos: US$ 16. Já o MoMA recebe Bruce Conner: It’s All True, a partir de 3 de Julho, retrospectiva de 50 anos de trabalho do artista, um dos mais importantes do pós-guerra. Serão mostrados 250 objetos entre pinturas, filmes, desenhos, fotografia, etc. E estando por lá não deixe de conferir as exposições “Nan Godin: The Ballad of Sexual Dependency” (até fev/2017); e “Edgar Degas: A Strange New Beaty” (até 24 de Julho).
Verão também pede bons drinks à beira da piscina nos rooftops nova yorquinos. Muitos deles são possíveis ter acesso à piscina por um dia pagando uma taxa. Confira aqui a lista dos mais badalados. Quem não merece um dia assim? Tem também o Rooftop Cinema Club, no terraço do Yotel e no Bushiwick Brooklyn, com clássicos do cinema. Corre que ainda tem ingressos disponíveis para alguns filmes. Até 31 de Julho. Infos aqui.
O Montreaux Jazz Festival completa 50 anos com uma vasta programação de 1 a 16 de Julho, em Mountreaux, na Suíça. Apesar do nome, o festival vai muito além do Jazz com nomes como Sigur Rós,Patti Smith, PJ Harvey, Beirut, Neil Young, Lou Doillon, DJ Shadown, Gramatik, Muse, Flume, Mogwai, M83 só para citar um dos line-ups mais completos que vi este ano. E tem também os consagrados Herbie Hancock, Buddy Guy, Van Morrison e até o Jean-Michel Jarre. A programação conta com parte paga e parte gratuita. Coçou com esse line-up ou não para dar um pulo inesperado na Suíça? Mais infos aqui.
O Nowhere é o filho espanhol do Burning Man. É uma edição bem pequena com cerca de 2.000 pessoas. O festival acontece no norte da Espanha, entre Zaragoza e Lleida. De 5 a 10 de Julho. Os ingressos estão esgotados, mas caso se anime, vale procurar pelo grupo no facebook e descobrir se não há desistentes de última hora.
Nós estaremos no NOS Alive, em Lisboa, Portugal, que tem também um dos melhores line-up do ano com Arcade Fire, Radiohead, Sigur Rós, e Chemical Brothers. De 7 a 9 de Julho. Ingressos disponíveis apenas para o dia 7.
A Setouche Triennale é um dos mais importantes eventos de artes no Japão. Ela acontece por três datas ao longo do ano durante a Primavera, Verão e Outono. A trienal se espalha por 12 ilhas como Naoshima, Teshima, Oshima, entre outras. Algumas abrem apenas em um dos 3 períodos como Shamijima, que só abre na primavera. Recomenda-se comprar o ingresso com antecedência (eu já comprei o meu da temporada de outono). De 18 de Julho a 4 de Setembro, e de 8 de Outubro a 6 de Novembro. Diversos lugares, Tóquio. O passe para todas as galerias + ferry por 3 dias custam em torno de R$ 250.
O Palais de Tokyo reabriu no último dia 23 de Junho com uma extensa programação com várias novas exposições. Entre elas se destacam 3 artistas mulheres que merecem a visita: Dineo Seshee Bopape, artista sul-africana (até 11.09), e a artista argentina Moka Rottemberg, que faz sua segunda exposição solo em Paris (até 11.09); e por fim, a sul-coreana Ayoung Kim (até 29.08). A partir de 23.06, Palais de Tokyo, 13, Avenue du Président Wilson. Horários: De quarta a segunda-feira, das 12 à 0h. Não abre às terças. Ingressos: 10€ e 8€ (tarifa reduzida)
Está rolando em Paris edição do Les Siestes Electroniques, nos jardins do Museu do Quai Branly. São 4 domingos de shows gratuitos: 3, 10 e 17 de Julho. Musée du Quai Branly, 37 Quai Branly.
O Lollapalooza Chicago, a edição mãe, tem no line-up Radiohead, LCD Soundsystem, Red Hot Chilli Peppers, Lana del Rey, Die Antwoord entre outros. O festival acontece no belo parque no meio da cidade, tem uma estrutura impecável e um skyline em volta de tirar o fôlego. De 28 a 31 de Julho. Grand Park, Chicago. Ingressos: só tem disponíveis o vip (US$ 650/dia) e o platinum (US$ 4,200).
*Foto Capa: Tate Modern por Peter Saville, Hayes Davidson and Herzog & de Meuron
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.