10 motivos para você conhecer a Suécia

Listamos 10 motivos que fazem valer a pena se aventurar pela Suécia, de caças à aurora boreal a imersão no design escandinavo e hospedagens em hotéis em árvores ou em estruturas de gelo.

O Ola, meu marido vive me dando motivos intermináveis para me convencer a mudar com ele para a Suécia. Mas não precisa, porque sem esses motivos eu já morro de vontade de fazer a mudança (mas não rola e esse é outro assunto que não vem ao caso  nesse momento).

Como agora deu a louca e todo mundo decidiu desbravar a Escandinávia, decidi listar 10 bons motivos para colocar a Suécia nos planos, mas recomendo não ir em dezembro, pois a escuridão pode chegar a 24 horas se pular a linha pro lado de lá do Círculo Polar Ártico. Em Estocolmo em dias mais curtos, a luz do dia aparece das 8h47 às 14h55, mas em compensação, no auge do verão, o sol fica 24 horas a postos entre junho e julho.

Geralmente as pessoas que acabam indo até a Suécia, guardam pouquíssimos dias apenas para matar a curiosidade sobre o lugar, conhecendo apenas a capital Estocolmo. Mas há muito além de Estocolmo. A Suécia não é um país grande, são 1.572km para ir de norte a sul em boas estradas, cortando vilarejos e com uma bela paisagem ao redor, que vai mudando bastante a cada trecho rodado. Uma ótima opção é também percorrer o país de trem.

Aí vão 10 motivos de muitos para cogitar ir para lá:

1. VER AURORA BOREAL

A Suécia tem dois dos melhores pontos do mundo para ver aurora boreal e eu estive em ambos: Kiruna e Abisko. Duas cidades no extremo norte do país, na Lapônia, já bem acima do Círculo Polar Ártico, e a apenas 1h30 de voo de Estocolmo. Estando por ali, vale a pena dirigir até Abisko, cidade com apenas 85 habitantes, que é um ótimo refúgio para quem ama natureza e quer ficar mais afastado das luzes para assistir às auroras boreais, pois o vilarejo é pequeno e a iluminação é bem pequena. Por lá tem também uma minúscula estação de esqui, com apenas um ski-lift, então já que está por lá, por que não dar uma esquiada, ver aurora boreal e tomar boas cervejas? A Suécia é primorosa no quesito cerveja.

A estação de esqui fica a 900m acima do nível do mar, proporcionando uma vista única de Abisko. Para quem quiser se aventurar por lá, a recomendação para conseguir hospedagem é começar a planejar a viagem no máximo em outubro e já agendar os tours para se deleitar com as luzes do norte. Nós ficamos no Youth Hostel, que fica bem no meio do parque. Abisko fica a menos de 35km da Noruega, fazendo fronteira com Narvik, que vale a pena a visita.

2. HOSPEDAR EM UM HOTEL DE GELO

Hoje é possível encontrar alguns hotéis de gelo nos cantos mais frios do planeta. Mas o Icehotel  é o maior e foi o primeirão a ser construído (1989) no mundo, em Jukkasjärvi, na Lapônia, pertinho de Kiruna. Para os mais desavisados, o hotel derrete no verão e volta a ser construído entre novembro e dezembro, abrindo as portas para os hóspedes entre dezembro e meio de abril. A cada temporada o Ice Hotel traz um novo artista para criar um hotel completamente diferente do anterior. Os valores dos quartos começam em torno de R$3.500 a noite e é com certeza uma experiência única. Além do hotel que só existe no inverno, o Icehotel conta com uma infraestrutura permanente ao longo do ano, o Icehotel 365, inclusive é possível misturar as experiências dormindo em ambos ao longo de um fim de semana.

Para quem está planejando se casar e quer fazer algo totalmente diferente, o Icehotel tem uma catedral construída de gelo para abrigar a cerimônia. As hospedagens na área temporária acontece entre dezembro e abril.

É possível também fazer apenas um tour para conhecer o Icehotel sem ter que se hospedar nele, e aproveitara para tomar um drink no Ice Bar. Mas o legal ter sua noite de esquimó vivendo a experiência de dormir numa temperatura entre -4 e -9C.

3. HOSPEDAR EM UM HOTEL NA ÁRVORE NO MEIO DA FLORESTA

Com o advento do Airbnb hoje é possível encontrar casas e hotéis em árvores e diversos cantos do mundo, mas o Treehotel é com certeza um dos mais bonitos. O hotel fica no no vilarejo Harads, que tem apenas 600 habitantes, e fica a 100km de Luleå, onde é o aeroporto mais perto. Tem o famoso quarto da foto acima, o The Cabin, que custa cerca de R$ 7.600 o fim de semana com café da manhã incluso. Barato não é, mas é uma ótima opção para uma lua-de-mel ou comemoração de data especial.

O hotel foi inaugurado em 2010 com 8 quartos, cada um em uma árvore diferente, que ficam de 4 a 6m de altura suspenso do chão. Eles tem também toda uma preocupação ecológica e de sustentabilidade. Se ainda der sorte e estiver na época certa, é capaz de ver aurora boreal por lá entre setembro e março, que deve ser um espetáculo inesquecível.

4. CONHECER ESTOCOLMO

Na minha singela opinião Estocolmo é uma das cidades mais bonitas que já visitei. Bem organizada, jovem, moderna, limpa, chique, cultural, tem ótima gastronomia, muita história pra contar e a noite badalada. Todo mundo fala inglês (como em qualquer outro canto da Suécia), é fácil se locomover, ótima para se inspirar. Eu já escrevi tudo que sabia sobre ela nesse guia, que você pode conferir para ter certeza que precisa urgente conhecê-la. A melhor época para conhecê-la é entre maio e outubro, pois no inverno as atrações diminuem, os dias encurtam e a badalação desaparece.

5. CONHECER GOTLAND

Gotland é a maior ilha da Suécia, composta de corais e rocha calcária, abrigando vários lugares interessantes para conhecer, como Visby, uma cidade medieval fundada no século X, super charmosa, cercada por muralhas e considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Para quem ama cinema, é em Gotland que fica Fåro, onde Ingmar Bergman se estabeleceu e rodou os filmes A Hora do Lobo, Vergonha e A Paixão de Ana. Fåro tem paisagens áridas, onde diversos lugares apresentam os famosos raukar de Gotland, que são pilares de formas estranhas, esculpidos pelo mar na rocha calcária.

Para quem adora natureza, praia, cinema e história, Gotland é um prato cheio dos bons.

6. TEM UMA DAS MELHORES TRILHAS PARA CAMINHADAS DO MUNDO

A Kungsleden é uma trilha de 450km que vai de Abisko, no extremo norte, à Hemavan. A trilha tem trechos fáceis e outros que necessitam de mais preparo, mas bem, caminhar 450km já não é para qualquer um. Claro que não é necessário fazer a trilha inteira, dá para começar em uma das cidades que a cortam e ir até outra. As cidades são Abisko, Nikkaluokta, Saltoluokta, Kvikkjokk, Ammarnäs e Hemavan. Dá uma pesquisada em cada uma delas para ver tudo que oferecem de paisagem e natureza. É de cair o queixo. Uma das trilhas recomendadas é saindo de Abisko Mountain Station rumo ao vilarejo Sámi, em Nikkaluokta. São 105 quilômetros a serem percorridos entre 3 e 5 dias.

7. VISITAR A “COTE D’AZUR” ESCANDINAVA

Marstrand é um dos lugares mais concorridos no verão sueco. Formado por duas ilhas, uma delas chamada Marstrandsön, que abriga a fortaleza militar de Carlsten datada do século XVII, que vale a pena visitar. É um dos melhores lugares do mundo para assistir regatas. Basta pegar um lugar ao sol nas pedras da ilha, armar a cesta de picnic, abrir uma garrafa de vinho e assistir de “camarote”. Por lá rola o Match Cup, um belo espetáculo para assistir enquanto se bronzeia sob o sol sueco. A ilha é toda de pedras sem qualquer vegetação, bem diferente das nossas praias, mas nem por isso deixa de ser bela.  Também tem uma praia de nudismo, mas curiosamente dividida por gênero (e a gente pensando que os suecos eram super modernos).

A cidade fica a 46km de Gotemburgo, ou seja, um pulinho…

8. CONHECER UMA COMUNIDADE SÁMI

O sámi, ou lapões como conhecemos em português, é um dos maiores grupos indígenas da Europa, totalizando uma população de cerca de 70.000, espalhados pelas regiões setentrionais da Suécia, Noruega, Finlândia e da península Kola, na Rússia. Na Suécia são 17.000 sámi vivendo à base de caça, pesca, agricultura e, principalmente, na criação de renas. Hoje eles já não tem uma vida nômade como outrora e vivem a cerca de 340km ao norte do Círculo Polar Ártico, onde a luz do sol não aparece por meses, enquanto no verão o sol não se põe por outros meses, brilhando sob a neve que cobre a região. Diferentemente do passado, hoje eles vivem em casas, tem TV, acesso à internet e se locomovem com quadriciclos e trenós motorizados.

É possível fazer passeios para ver renas, alces, lobos e outros animais selvagens. Vale também a visita no mercado a céu aberto Jokkomokk, que existe há 400 anos e funciona somente por 3 dias no início de fevereiro.

9. UM DOS MELHORES LUGARES PARA QUEM GOSTA DE DESIGN

Quem gosta de design, sabe que a Suécia é uma das mecas sobre o assunto. No design sueco você sempre irá encontrar objetos que primam pelo funcional e estilo. Nomes não faltam na imensa lista como Carl Malmsten, Yngve Ekström, Bruno Mathsson, Studio Kinnekulle, Anna Lerinder, além das populares H&M e Ikea. Para quem for para Estocolmo, basta ir bater perna em Södermalm, que opções não irão faltar e vale tudo: design de móveis, roupa, objetos, etc., além do próprio design de interior das lojas, hotéis, restaurantes, etc… enfim, olhar tudo à sua volta enquanto estiver por lá.

10. MIDSUMMER

O “midsommar” uma das festas suecas mais típicas do país, em que a Suécia pára completamente para celebrar o auge do verão com muita comida, danças, bebida, rituais pagãos e muita bebida. Muitas pessoas se vestem com roupas típicas, as mulheres colocam flores no cabelo e a festa não tem hora para acabar. A festa acontece sempre numa sexta-feira desde o século VI, onde é levantado um mastro gigante coberto de flores e coroas em que as pessoas dançam em volta. Cantam e bebem, bebem e cantam, a cada intervalo da música mandam ver num gole de schnapps. Ou seja, já vai fazendo amizade com os suecos caso tenha a intenção de ir para lá em junho e confesse que morre de vontade de curtir um verdade midsummer eve. Eu participei em um ano e já não vejo a hora de repetir a dose.

E aí, se animou em conhecer a Suécia?? Se for no verão, recomendo incluir o festival de música Way Out West, que rola em agosto em Gotemburgo e é um dos meus festivais de música favorito no mundo. O festival é cheio de referências bacanas, bandas que ainda vão dar o que falar, clima incrível num parque bem bonito perto do centro da cidade, além de ser 100% vegano.

*Foto destaque:  vichie81 – shutterstock.com

Este post foi atualizado em 16 de agosto de 2021.