Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Que tal aproveitar esse período de distanciamento social para viajar um pouco? Calma, não estou ficando louco! Não é para sair de casa, pelo teu bem e pelo bem de todos. Só queria te convidar para fazer uma viagem (ou várias) para conhecer aqueles lugares inóspitos que você sabe que nunca vai visitar, aí sentadinho no teu sofá.
França, Itália, Tailândia, Japão… esses destinos com facilidade de acesso você pode guardar o sonho de conhecer ao vivo quando a vida voltar ao normal – seja ele qual for. Mas tem alguns rincões do planeta que pouca gente tem o sonho, a disposição, o tempo, e até a grana para visitar. Por isso, essa lista servem para você emitir suas próprias passagens aéreas para os lugares mais inóspitos que o cinema pode nos levar. Aperta os cintos, pega a pipoca e simbora! Televisões em automático!
Em ‘Journey to Greenland‘, Thomas e Thomas são dois atores parisienses passando por maus bocados, que decidem fugir de tudo indo para Kullorsuaq, uma das cidades mais remotas da Groenlândia, onde o pai de um deles vive. Esse simpático filme é um belo mergulho na cultura inuit, além de oferecer uma boa discussão sobre amizade.
Journey to Greenland (Netflix)
‘The Boy Who Harnessed the Wind‘ deu o que falar no ano passado, quando foi lançado. Essa dramatização da história de William Kamkwamba mostra como ele, com seus 13 anos, salvou seu vilarejo no Malaui da fome usando livros de ciência como inspiração. Depois de ver o filme, você ainda pode ver o TED do próprio William relatando com ternura os mesmo fatos. Fora o enredo altamente inspirador, o filme ainda é o primeiro do estupendo Chiwetel Ejiofor como diretor (ele também atua). Prepare a caixa de lenços.
The Boy Who Harnessed the Wind (Netflix)
Ok, você talvez conheça o Oceano Pacífico nadando em alguma praia. Mas já imaginou cruzar o maior oceano do planeta remando? ‘Losing Sight of Shore‘ é um documentário que mostra a aventura de 4 mulheres que foram da California até a Austrália em 9 meses, e ainda conseguiram levantar fundos e visibilidade para pesquisas sobre câncer de mama no meio do caminho.
Losing Sight of Shore (Netflix)
Em ‘Makala‘, o cineasta francês Emmanuel Gras bambeia na corda entre a ficção e o documentário. O filme mostra a duríssima jornada de vida de um pai de família em um vilarejo no sul da República Democrática do Congo para sustentar sua família vendendo carvão. Esse homem é Kabwita Kasongo, um ator amador que faz o papel de si mesmo, o que faz do resultado final ser um paradoxo entre uma bela história de resiliência e um indigesto exercício de assistir a miséria humana sem o poder de ajudar. O filme foi o vencedor do prêmio principal da Critics’ Week em Cannes em 2017, além de vários outros.
Makala (Amazon Prime)
A ilha que forneceu o material para a formulação das teorias de Darwin continua intrigando cientistas do mundo inteiro. Em ‘Galápagos: O Reino dos Tubarões Gigantes‘, um grupo de investigadores viaja até o remoto arquipélago para tentar entender porque um grupo de tubarões-baleia fêmeas chegam até lá para darem à luz juntas. Para isso, eles precisam conseguir monitorar essas criaturas misteriosas para onde quer que sigam pelo mundo.
Galápagos: O Reino dos Tubarões Gigantes (Amazon Prime)
Mais um maravilhoso documentário que nos leva através das belezas e dificuldades da vida animal. ‘The Elephant Queen‘ acompanha Athena, a matriarca-elefante de uma manada de fêmeas, numa jornada em meio à savana africana para encontrar um lugar seguro para enfrentar a grande seca que ela antecipa.
The Elephant Queen (Apple TV+)
Em um dos países com menor densidade populacional do mundo, é normal que tribos vivam completamente isoladas do resto da civilização. Mas as tradições dessas tribos podem virar um entrave para a vida moderna. É o mostra o documentário ‘Terra Fantasma – a visão dos Ju’Hoansi‘. Os Ju’Hoansi viviam no meio do deserto de Kalahari, na Namíbia, como caçadores e coletores, até que uma lei proibiu a caça de animais vitais para sua sobrevivência, como as girafas. Agora eles são obrigados a sobreviver trabalhando como atração turística. O contraste de culturas pode ser divertido em alguns momentos, mas o que fica é a discussão sobre os limites da exploração cultural pelo turismo.
Terra Fantasma – a visão dos Ju’Hoansi (Amazon Prime)
O arquipélago de Svalbard, território norueguês próximo do Polo Norte, e onde fica a cidade mais setentrional do mundo, serviu de inspiração para os cenários da animação ‘Klaus‘, que oferece uma nova versão para a lenda do Papai Noel. Se quiser saber mais sobre Svalbard, um dos lugares mais inóspitos do mundo, você pode também ler sobre a cidade abandonada pela União Soviética aqui no CoP, e ver vários curtas no Youtube, como esse belíssimo mini-doc sobre um concerto feito por uma orquestra filarmônica por lá.
Klaus (Netflix)
Todo mundo sonha em dar a volta ao mundo, mas dificilmente alguém vai ter a coragem de fazê-lo como Laura Dekker. ‘Maidentrip‘ é um documentário de 2013 que seguiu a adolescente holandesa na jornada que a colocou no Guiness como a pessoa mais jovem a rodar o mundo sozinha em um veleiro. De quebra, ainda ganhamos belas cenas em lugares famosos como a Polinésia Francesa, África do Sul, e outros lugares inóspitos, como Galápagos, mencionado acima.
Maidentrip (Amazon Prime)
*Imagem de destaque: cena de ‘Losing Sight of Shore’
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.