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Cajón del Maipo e Embalse el Yeso, paisagens incríveis nas cordilheiras do Chile

Quem escreveu

Paola Di Buono

Data

03 de March, 2020

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Bem perto de Santiago, Cajón del Maipo e os lagos de Embalse el Yeso são ótimas opções para conhecer as belezas naturais da Cordilheira dos Andes, sem ter que recorrer às estações de esqui do Chile.

Para nós brasileiros, visitar os vizinhos chilenos se tornou muito comum por conta da proximidade, preços interessantes e, muitas vezes, pelo fato de que eles têm algo que não temos: neve. Apesar do Chile receber turistas vindos do Brasil o ano todo, um dos períodos mais procurados é o inverno, quando as temperaturas caem e os níveis de neve sobem. Mas, o que nem todos sabem é que, além dos locais mais comuns a serem visitados, como a capital Santiago e o Valle Nevado, o país também tem opções de passeios para aqueles que buscam belezas naturais mais escondidas e diferentes. É o caso de Cajón del Maipo, onde encontramos os lagos de Embalse El Yeso: a combinação das águas de azul vibrante com as montanhas brancas forma uma paisagem que é de tirar o fôlego dos viajantes que por lá passam.

É por isso que esse lugar, digno de cartão postal, não pode ficar de fora do roteiro de quem está planejando uma viagem para o Chile, seja ela longa ou mais breve. O passeio pode ser feito em apenas um dia, no estilo bate-e-volta mesmo: são cerca de 100 km de distância desde a capital chilena até a região de Cajón del Maipo. Algumas pessoas alugam carro para ir por conta própria, o que particularmente não recomendo pois o acesso não é fácil. Algumas estradas são de terra, cheias de curvas e trechos perigosos, principalmente durante o inverno, com o gelo que deixa tudo mais escorregadio.

Cajón del Maipo, Cordilheira dos Andes, Chile
Foto: Paola Di Buono

Quando fomos, resolvi ser “turista raiz” e procurar uma boa e velha excursão. Como não queria ter que me preocupar com dirigir e outras questões relacionadas, optei por uma agência que nos buscasse e deixasse no hotel, junto com um guia local especializado para garantir a segurança do passeio. Nós acabamos fechando com a Destino Chile e tivemos uma excelente experiência, mas tem muitas outras empresas parecidas que fazem o mesmo serviço. Só é sempre bom ficar de olho nos reviews que outros viajantes relatam para escolher uma boa opção. Por pessoa, o passeio custou em média R$150 e pudemos pagar na hora, em reais, o que facilitou bastante todo o processo.

Nós fomos para lá no começo de junho, logo após uma sequência de nevascas e, mesmo assim, com os níveis de neve bem altos, no trajeto para Embalse el Yeso, ela demorou a aparecer. Mas, antes de vermos qualquer pontinho branco no horizonte, o frio já veio dar seu ar da graça: quando paramos para tomar café no caminho, a temperatura já estava em -4°C, nos dando uma noção do que esperar pela frente. 

Inclusive, o lugar que paramos para comer é algo que super recomendo! Uma parada estratégica, mais ou menos na metade do trajeto, o restaurante fofo chamado Cumbres del Maipo é uma cabana bem aconchegante com opções gostosas e preços honestos. A recepção não poderia ser melhor: na porta, cachorros da propriedade ficam sentados abanando o rabo, prontos para receber os turistas que vão chegando. 

Cumbres del Maipo, Chile

Voltando pra van, mais curvas. Algumas cachoeiras pequenas e rios. Logo a neve começa a aparecer no topo das montanhas, tomando conta do cenário e a paisagem fica cada vez mais branca. Nessa época do ano, as vans e carros só conseguem passar até um ponto máximo permitido por segurança. Em outras estações a estrada inteira fica liberada mas, por conta da neve, durante o inverno os turistas tem que andar uma boa parte para ter acesso aos lagos. Outra dica importante: se for no inverno, lembre de levar sapatos que sejam impermeáveis e, principalmente, que não escorreguem, pois é um baita desafio andar no gelo.

Bom, lembra que falei que lá faz muito frio? Queria voltar nessa parte. Por que é bem gelado mesmo, então é bom se preparar. Fomos durante o inverno e, embora o termômetro marcasse -10°C e o sol estivesse a pino, sem nenhuma nuvem no céu, a sensação térmica era de -20°C. Um guia local nos explicou que o vento era o principal fator para fazer com que tivéssemos essa sensação e que, em qualquer estação do ano, ali era bem gelado. Afinal, estávamos andando na Cordilheira dos Andes, não é mesmo?

Cajón del Maipo, Chile, Andes, neve
Foto: Paola Di Buono

Mas a vista é recompensadora. A sensação de estar em meio a tamanha beleza da natureza é revigorante. Acho legal reforçar que, apesar de estarmos falando de neve e montanhas, é uma pegada muito diferente do que experimentamos no Valle Nevado, por exemplo, que é uma estação de esqui super bacana e bem estruturada que fica no Chile, voltada para aqueles que querem se aventurar nos esportes de inverno. O CoP, inclusive, esteve por lá ano passado e postou uma matéria super completa sobre a experiência por lá.

Embalse el Yeso, Chile.
Foto: Paola Di Buono

A intenção, ao ir para Cajón del Maipo, é contemplar. Nada de esquiar, subir em gôndolas ou algo assim. Mas sim de caminhar pelas montanhas, respirar os ares da Cordilheira dos Andes, e sentir emoção de estar em um lugar como aquele. Admirar os lagos, olhar em volta. Tirar fotos, claro, mas ter a certeza de que salvou também uma imagem dali em sua tela mental para sempre. E depois, que tal saborear um bom vinho chileno, papear e apreciar a vista? A paisagem com certeza merece um brinde :)

Vinho, Chile, Cajón del Maipo
Foto: Leonardo Campos

*Foto de destaque: Paola Di Buono

Quem escreveu

Paola Di Buono

Data

03 de March, 2020

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Paola Di Buono

Jornalista de formação e viajante por vocação, traz desde criança essa necessidade de ir para o mundo, de vivenciar o novo de perto e ver com os próprios olhos os lugares que admirava nas revistas e na internet. Para ela, nada paga a emoção de pisar em um lugar pela primeira vez, respirar novos ares, ter contato com culturas diferentes. Ela é do tipo que não se aquieta: sua lista de sonhos, parece mais uma lista só com nomes de países, pois viajar é sua prioridade número um. Tem a alma livre - afinal, aquarianos e a palavra liberdade são praticamente sinônimos - mas, ao mesmo tempo, faz malabarismo para equilibrar todo o amor pela família e pelo companheiro de vida que ficam no Brasil e, apesar de encorajarem todos seus vôos, nem sempre conseguem acompanhá-la. E é assim que ela leva a vida, tentando conciliar os impulsos pra voar e as razões para ficar, compartilhando suas experiências com todos aqueles que, como ela, têm sede de sentir o mundo sem abrir mão do amor.

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