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SXSW

Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

SXSW 2020: o que vem por aí

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

23 de October, 2019

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O SXSW só chegou onde chegou por conta da sua constante atualização na programação e renovação no formato do festival que continua crescendo a cada ano. O evento que nasceu como festival de música em 1987, depois abraçou o cinema e então incluiu a tecnologia na programação, é hoje o maior festival de inovação do mundo apresentando muitas outras frentes além das três iniciais.

Quem frequenta o festival há pelo menos mais de 10 anos, saca o quanto ele tem moldado a cidade de Austin, no Texas. Quando fui pela primeira vez em 2011, por exemplo, a Rainay Street era apenas uma calma rua residencial. Hoje algumas casas foram substituídas por alguns condomínios residenciais e outras viraram restaurantes e bares, que durante o SXSW recebem ativações de marcas e de países se transformando numa das ruas mais movimentadas do festival. Todo o entorno mudou e não para de mudar. A rede hoteleira que contabilizava um número bem limitado de hotéis na região central, hoje coleciona grandes redes internacionais. O impacto na economia local na última edição do festival foi de 355,9 milhões de dólares, ou seja, 1,5% a mais em relação a 2018. O reflexo do sucesso está em todas as pontas.

Em 2018 foram 161 mil pessoas atendendo ao festival de música; 72.872 pessoas no festival de filmes e 75.098 na conferência (interactive, filme, música e convergência).

Os preparativos para a edição 2020 já começaram com algumas novidades. A principal delas é que o SXSW passa a ser focado muito mais em tracks do que em seus três pilares principais: música, interatividade e cinema. No próximo ano serão apresentadas 22 tracks (assuntos) durante as conferências, muitas delas se cruzando entre os três pilares. Abaixo a lista das tracks e quais são as badges que têm acesso primário (a Platinum dá acesso primário a todo o festival):

Serão 22 tracks durante a Conferência do SXSW 2020, de 13 a 22 de Março, Austin.

Todas as badges têm acesso às tracks Clima & Ação Social, Conexão & Cultura, Experiential Storytelling, Governo & Políticas, Media & Jornalismo, Esportes, Indústria de Games, Desenvolvimento Profissional, XR e Cannabusiness (que ganhou bastante espaço e relevância no SXSW nos últimos três anos);

Acesso para badges de Interactive e Platinum: Propaganda & Brand Experience, Saúde & Medtech, Startups, Workplace, Design, Futuro Fantástico, Tech Industry & Enterprise, Space (é, ele mesmo, o espaço);

Acesso para badges Film e Platinum: Filme & TV, Making Films & Episodics;

Acesso para badges Music e Platinum: Futuro da Música e Criando & Monetizando Música.

Já a agenda de “festivais” traz a habitual programação de Filmes (13-21 de março), Música (16-22 de março) e Comédia (13-21 de março).

A inscrição para bandas/artistas tocarem no SXSW 2020 está aberta até 25 de outubro e custa US$ 55. Na última edição, o Brasil se sobressaiu na programação com uma noite brasileira disputada lotando uma casa na Rainay Street. A BM&A foi a responsável pela organização da casa (não confundir com Casa Brasil) e pretende repetir o feito em 2020. Para saber mais, basta ouvir o programa deles no Brasil Music Club, que contém dicas de como criar uma boa proposta de showcase e contando o porquê vale a pena tocar no SXSW.

A agenda 2020 já começou a ser divulgada e semanalmente surge com novidades, com exceção da programação de filmes, que é sempre anunciada em janeiro.

Até o momento foram divulgados 288 showcases de artistas de 51 países diferentes. Muitos amigos, amantes de festivais de música como eu, sempre comentam que não se animam muito com a programação de música do SXSW, pois raramente conhecem as bandas escaladas. O SXSW Music não tem headliner. Eu demorei um pouco para sacar que “descobrir novos artistas no erro e acerto” é a coisa mais legal do festival. Ser surpreendida e sair de Austin com a nova banda favorita da vida é bem comum. Eu tenho uma lista imensa de bandas que conheci lá e não demorou muito para estarem como headliners de festivais mundo afora. Já quem quer mesmo nomes conhecidos, aí a sugestão é agendar a ida para o Austin City Limits, que não tem erro.

Aprendi ao longo dos anos que é divertido pesquisar artistas, muitos deles sem mesmo ter um perfil nas grandes plataformas de streaming ou álbuns lançados, ir conferir os que me chamam atenção e ser fisgada por alguns. Há também bandas de renome mas, que não necessariamente, aparecem no lineup antes do início do festival. Nomes grandes geralmente tocam nas ativações de marcas e países, como a Billie Eilish, que em 2019 tocou na Uber Eats House. Sempre há boas surpresas, correria e, às vezes, decepção ao tentar ver algum artista que a gente gosta muito (e não conseguir entrar). Outra coisa legal é conhecer um artista num show intimista e ele estourar na sequência. Em 2019 uma das estrelas foi a Lizzo que fez um show no Stubbs para menos de 2 mil pessoas.

Há várias playlists oficiais para facilitar a pesquisa de bandas, tanto no Spotify quanto no Apple Music e playlist no Youtube. Semanalmente tem também um programa do SXSW no Mixcloud, apresentando semanalmente os highlights recém-divulgados. Mas chegando lá, os planos muitas vezes vão por água abaixo, mas não é motivo de frustração.

Para 2020, a Kim Gordon (ex-Sonic Youth) é uma das primeiras keynotes a serem anunciadas. Com um novo álbum no currículo, o No Home Record, lançado neste mês, a (minha) esperança é que ela faça algum show durante o festival. Isso é totalmente possível.

Os “Featured Speakers” confirmados têm na agenda um dos produtores e compositores mais bem sucedidos da música atual, o Benny Blanco, que com apenas 31 anos coleciona um currículo louvável como produtor ao lado de artistas como Ariana Grande, Kanye West e Ed Sheeran. A lista conta também com Steve DeAngelo, considerado o “pai da indústria da Cannabis”; um bate-papo entre Chris Hughes, co-fundador do Facebook e hoje à frente da Economic Security Project, com Josh Constine, editor do TechCrunch; a Dra. Rana el Kaliouby, pioneira no estudo em Emotion AI, que falará justamente sobre emoção em inteligência artificial; o fundador do Cirque du Soleil, Gui Laliberté; o John Maeda, considerado uma das 75 pessoas mais influentes do século XXI pela Esquire; o promoter da C3 Presents, Huston Powell, responsável pelos booking do Lollapalooza; o músico Niles Rodgers, que virou figurinha carimbada no SXSW sempre com algo novo e inspirador para dizer; e a futurista Amy Webb, também sempre presente no festival.

Para os interessados na indústria da música, a conferência sobre o assunto cresceu bastante com duas tracks dedicadas ao assunto, uma sobre criação & monetização e outra sobre o futuro da música. Uma das discussões mais em voga no momento, criatividade e inteligência artificial, será assunto no painel “AI and the Future of Music Creativity”, que reunirá profissionais do Google (vide a plataforma Magenta), McGill University e Princeton University, para discutir como artistas podem aprender a partir de música gerada por inteligência artificial. Já sobre o uso de XR (realidade estendida), o bate-papo no painel “Spanning Realities with Music” será sobre como usá-la na música a exemplo do Childish Gambino, que lançou um aplicativo de realidade aumentada para criar interações com os fãs e também para lançar suas músicas. Esses são dois exemplos das dezenas de painéis que preenchem a conferência de música no ano que vem.

Quem se animar a ir para o SXSW 2020, a sugestão é começar a se planejar, já que exige um investimento razoável com badge, passagem, hospedagem e alimentação (essa última dá para otimizar bastante aproveitando as ativações de marcas com muitas oferecendo café da manhã e comidinha ao longo do dia). Os preços das badges variam de acordo com o lote e tipo de acesso. Até o dia 22 de novembro o valor é US$ 1,350 (platinum) e US$ 1,020 (Interactive, Filme e/ou Música).

O valor total em média gasto para os dez dias de festival gira em torno de R$ 20.000. Beeeeem salgado! Por isso, se preparar vale a pena demais para depois não voltar achando que não aproveitou o festival e jogou dinheiro fora. Claro que dá para fazer de um jeito bem mais econômico como se credenciar para cobrir para algum veículo, resgatar as milhas salvas “debaixo do colchão”, buscando por hospedagem, convencer a “firma” a ajudar a pagar a ida pois o conteúdo do festival poderá agregar bastante no dia-a-dia da empresa (vende que você vai apresentar os highlights na volta para o time).

O “Guia para curtir o SXSW sem perrengue”, apesar de ser focado na edição 2019, tem muita dica útil para começar a se virar (em breve lançaremos a versão 2020).

Quem vem com a gente no próximo ano?

*Foto capa: Kim Gordon por Natalia Mantini / divulgação.

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

23 de October, 2019

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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