Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O Roskilde Festival é o maior – e mais antigo – festival de música e artes do norte europeu. Desde 1971 o festival sem-fins lucrativos cresceu incrivelmente e hoje recebe mais de 130.000 pessoas (das quais 30.000 são voluntários). O propósito do festival não é só diversão. O objetivo é fazer a diferença e influenciar positivamente, por isso há um grande foco na sustentabilidade social, econômica e, claro, do meio-ambiente.
Mas o que isso significa na prática?
O Roskilde tem uma das agendas sustentáveis mais detalhadas entre os festivais, além de ativações anuais para aumentar os resultados. Por exemplo, eles querem aumentar a separação de resíduos em 10% por ano, por isso este ano cortaram completamente os copos de uso único e estão introduzindo copos retornáveis para a lavagem. Os canudos de plástico também não estão presentes. As comidas e bebidas (incluíndo as alcóolicas) continuam sendo pelo menos 90% orgânicas. Em parceria com o Carbon Cloud, neste ano o menu das barracas tem uma opção para que você saiba o peso de cada refeição em termos de emissões de carbono.
Na parte social, há sempre muitas iniciativas. Este ano o tema é solidariedade. O line-up artístico apresenta um lista de instalações de vários países (até do Brasil) com a idéia de unir o povo através da arte e da música. O artista brasileiro Eli Sudbrack, convidou um grupo de artistas, DJs e dançarinos da cena LBBTQ AI de São Paulo para participar do Roskilde Festival. Com uma vibe pós-punk + electroclash, o desempenho a instalação anuncia a vitória como fracasso e mistura poesia com vogue. O grupo também participa de uma palestra sobre a “Resistência LGBTQ AI na cena brasileira”.
Pelos últimos três anos (2016-2018) o festival colocou um esforço extra na igualdade e um dos pontos fortes foi incluir mais mulheres na cena. Assim como em outras indústrias, a música tem um desafio enorme na representatividade em igualdade de gênero. O Roskilde Festival reconhece essa luta que 20% de mulheres em festivais não são suficientes. Mas o festival quer trazer mais do que mulheres na diversidade do line-up. O foco é permitir que todas as atrações sejam modelos e inspirem os convidados.
Neste ano, o festival começou com as mulheres dominando os palcos principais. Cardi B., Christine and the Queens e a espanhola Rosalía foram os grandes destaques. Hoje a espera ansiosa é pela dinamarquesa (prata da casa) Mø e nosso Jorge Ben Jor arrebatar corações por aqui. Também na lista de artistas para não perder são Robyn, Janelle Monáe, Jorja Smith, a britânica Marina, Lizzo (que nos ganhou com sua apresentação majestosa no Coachella) e a nossa conterrânea Tássia Reis.
Outro lançamento deste ano foram os mictórios femininos. Lapee, é uma construção rosa, que parece uma nave espacial, e foi desenhada por arquitetos em Copenhague. A ideia é aliviar a fila dos banheiros e poupar as minas de fazerem xixi atrás de tendas e arbustos. Foram instalados mais de 48 Lapees pelo espaço do festival.
Se você perdeu a chance de estar nesse grande festival que é o Roskilde, já corra para se inscrever para ser um dos voluntários ou garanta seu ingresso. O evento no próximo ano acontece de 27 de junho a 4 de julho.
Foto de destaque por Stiig Hougesen
De longas viagens de carro no México a aulas de cozinha no Vietnã, para mim o que importa conhecer são as pessoas. Não há nada melhor para conhecer um país do que aprender com experiências autênticas (e às vezes malucas).
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.