Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
É incrível ver a proporção que a SIM – Semana Internacional da Música – tomou. O festival está gigante e é cheio de números. Serão mais de 300 shows noturnos em 5 dias de eventos espalhados por 42 casas de shows diferentes. Já a agenda diurna conta com 27 showcases. Foram inscritos 2.299 artistas de 25 estados brasileiros e 22 países para tentar uma dessas 27 vagas. Os shows diurnos são todos abertos ao público geral com entrada gratuita. Mas não é só de show que é formada a SIM. A programação conta com 65 painéis, além de workshops, meet ups e speeding meetings, totalizando 90 atividades focadas no novo mercado da música. Na agenda também têm filmes, exposições e performance.
A SIM São Paulo acontece entre 5 e 9 de dezembro. É um evento bem focado nos profissionais do mercado da música, mas a programação, especialmente a de shows, se encaixa perfeitamente pra quem quer não se interessa pela área de negócios, mas ama música de qualquer jeito. O evento acontece no Centro Cultural São Paulo e os shows se espalham por diversos clubes e bares na cidade.
Uma das coisas bacanas é que os painéis têm 2 horas de duração, já que a maioria deles são compostos por vários profissionais, permitindo assim uma discussão um pouco mais aprofundada nos assuntos. Há muitos destaques e montar a agenda não está sendo fácil. São vários os painéis dedicados aos festivais de música, assunto do meu maior interesse: As inúmeras vozes da música instrumental e seus festivais – do jazz à música eletrônica; O mapa dos festivais do Brasil; Pesquisa: impacto sócio-econômico da SIM São Paulo e de festivais de música e economia criativa numa cidade e também uma pesquisa sobre o mercado da música em São Paulo; Novos festivais pelo Brasil (somente festivais com menos de 10 anos de existência); Festivais e conferências de música pelo mundo, ótimo para colocar novos festivais no radar… nele participam vários produtores de diversos festivais de músicas internacionais que mostram como é possível criar uma conexão com o Brasil e Novos festivais e projetos para a música com lançamento previsto para 2019, todos nacionais. Ufa, já fiquei sem fôlego!
Para quem se interessa por assuntos mais técnicos e/ou de comportamento, eles estão em abundância na programação também. Meus destaques (baseados na minha lista de interesse) são Como 33 milhões de brasileiros consomem música, baseado numa pesquisa realizada pela SIM; A vida noturna e cultura de Nova York e como fazer parte dela, debate sobre a importância da indústria de entretenimento noturno e como é para a cidade ter um Departamento e Prefeitura da Noite. Nessa mesma linha, o Clubcommission Berlin, associação de clubes, festas e eventos culturais da capital alemã, apresenta As ferramentas políticas de Berlim e da Europa: a cultura e a economia da noite, saúde e segurança e desenvolvimento urbano.
Por que investir na música faz bem pra todos discute sobre o retorno que as empresas e marcas têm ao investir em música e cultura; Blockchain e sua relação com a indústria da música para quem ainda não entendeu bem como funciona o blockchain. Tem também um workshop de sincronização para iniciantes sobre a inclusão da música como trilha numa produção audiovisual, um assunto que despertou meu interesse recentemente.
Para inspirar um pouco tem uma conversa tocada com o Tom Zé.
Rola também um interessante debate sobre a diversidade e a inclusão como valor música eletrônica com alguns dos principais produtores de São Paulo. Já o André Strum (Secretário da Cultura de SP) participa de um Q&A com a Lorena Calabria.
Para artistas tem muita coisa interessante, incluindo os meet ups diversos, como o da América Latina, o Lusofonia (Portugal, Moçambique, Macau e China), o de Festivais e Feiras Internacionais, SXSW, o Sonora, o Festivais Brasileiros, o Indústria Fonográfica, entre outros, que são encontros perfeitos para networking. Tem ainda um coquetel de networking com Quebec-Canadá com showcase de três bandas canadenses que se apresentam no Jardim Suspenso do CCSP: Afrotronix, La Bronze e Barry Paquin Roberge.
Não deixem também de conhecer o Espaço Oi Labsônica, de 6 a 8 de dezembro, no Jardim Suspenso do CCSP. Por lá vão rolar vários coquetéis focados em networking, showcases internacionais, como de novas bandas portuguesas no coquetel MIL – Portugal (dia 6, às 16h30), da artista britânica Tawiah (dia 6, às 18h40), sons da Austrália (dia 7, às 14h30) com shows de Deep Sea Arcade, Jess Cornelius e Alexander Biggs (dia 7, às 14h30), show da banda italiana Kalàscima (dia 7, às 18h40), performance da Larissa Conforto (dia 8, às 11h) seguido de bate-papo entre produtoras musicais envolvidas na Coletânea SÊLA. No dia 7 também, às 15h, acontece o painel Uma transformação em andamento: redes internacionais de mulheres da música apresentando o Programa ASA (Arte Sônica Amplificada).
Fazer a lista de shows também não é uma tarefa simples. Não é necessário ter a badge do SIM, pois a maioria dos shows tem ingressos avulsos à venda. A festa de abertura acontece no dia 5 de dezembro, no Cine Joia, com shows das bandas francisco, el hombre com participação especial da Keila (ex-Gang do Eletro) e as argentinas Ninfas que mistura vários ritmos latinos misturados a um forte discurso feminista. A festa é aberta apenas aos credenciados ao SIM.
Alguns destaques noturnos são a Noite Conecting Dots is a Must com shows de Diego Moraes e Marmota, no Must Bar (dia 6, das 19 à 1h); Noite Festival Timbre na Casa do Mancha (dia 6, às 20h); Noite Trovoa com show do ÀTTØØXXÁ e do Afrocidade, na Casa Natura Musical (dia 6, às 20h); noite dedicada à macumbia com participação especial da banda Las Ninfas, no Estúdio Bixiga (dia 6, às 22h); um encontro entre Lia Paris, Luê e Luiza Lian, na Casa Aberta, na Noite Casa Aberta Acústico (dia 6, das 21 à 1h); Noite Montreal, no Z (dia 7, das 20 às 3h); Noite UK Jazz re:freshed Outernational, levando para os palcos artistas que estão revolucionando o jazz no Reino Unido, no Jazz nos Fundos (dia 7, das 20 à 0h); a Noite Let’s Gig traz o reggae do Veja Luz e Mato Seco, a música eletrônica de Afrotronix (CA) e Conan Osiris (PT) e fecha com show do Davi (ex-Banda Uó), no Cine Joia (dia 7, das 21 às 5h). Ainda tem Noite de Música Experimental, Coletânea SÊLA com Coquetel de Audição; Noite Minuto Indie; Noite Música de Mulher Preta; Balaclava SIM, Noite Tenho Mais Discos que Amigos e a Noite Crua e Nua, que leva as argentinas Fémina e Sofia Viola, a palestina Rasha Hajas e a brasileira Barbara Eugenia para os palcos da Casa Clube Rosa Flamingo.
Esse é só o começo de uma programação intensa que abraça todas as vertentes. Confira a programação completa de shows aqui.
Serão 27 showcases diurnos com shows de 20 minutos. Alguns destaques são Mykki Blanco, ÀTTØØXXÁ, Drik Barbosa, Filipe Catto, Edgar, Plutão Já Foi Planeta, Baleia, E a Terra Nunca Pareceu Distante, Tuyo e Teto Preto. Os showcases acontecem no Centro Cultural São Paulo, na Sala Adoniran Barbosa, de 6 a 8 de dezembro, das 15 às 20h30. A programação é gratuita.
Steve Shelley, baterista do Sonic Youth, desembarca em São Paulo para apresentar em primeira mão o “30 anos de Daydream Nation”. Serão duas sessões (8, às 19h, e 9, às 18h) no Cine Olido, acompanhadas da presença do música e também do Gustavo Riviera (Forgotten Boys/Riviera Gaz) que, juntos, comentarão cenas do filme. A mostra também traz as animação “Yellow Submarine”, de George Dunning, além do documentário “Hip Hop e Mercado (A Cena do Rap)”, do coletivo NPMH2.
Saiba mais sobre os filmes aqui. Todas as sessões são gratuitas.
Preparados para a maratona? Quem vem comigo?
SIM SÃO PAULO 2018
Centro Cultural São Paulo + 30 casas de shows
5 a 9 de dezembro
PRO-BADGE (credencial): R$ 350,00 (terceiro lote – a partir de 01/12)
Credenciados têm acesso livre à programação completa da SIM.
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.