Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O ano passado foi marcado como o ano em que o brasileiro perdeu as estribeiras. Enquanto o ‘acordo nacional com tudo’ se confirmava a olhos vistos, o cidadão médio esbravejava como cão raivoso contra exposições de arte que supostamente feriam os bons costumes. Mas, como bem lembrou a marca Absolut em sua campanha de 2017, arte é resistência, e por isso a mostra mais acachapada do ano passado volta agora, com força, e apoio popular.
A exposição ‘Queermuseum: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira‘ teve sua volta confirmada na semana passada, depois de ter sido cancelada prematuramente em Porto Alegre por pressão de grupos conservadores e milícias políticas. Agora ela acontece no Rio de Janeiro, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a partir da segunda quinzena de junho.
Dessa vez, nada vai poder frear a exposição de acontecer, já que o financiamento da exposição não será feito por uma entidade que esconde seu viés comercial por trás do fomento cultural. Toda a grana que vai financiar o Queermuseum agora veio de um projeto de crowdfunding, que não só atingiu a meta inicial de 690 mil reais, como já bateu a segunda meta de 800 mil, e a terceira de 1 milhão.
A meta 1 era necessária não só para colocar a mostra de pé, mas também para fazer reformas e adaptações nas Cavalariças do Parque Lage, que passará a funcionar como mais um espaço expositivo no Rio. As outras duas tem como intuito a criação de um projeto educativo que vai funcionar como uma plataforma de debates sobre questões ligadas a inclusão, empatia e liberdade de expressão artística.
Queermuseum – English version from EAV Parque Lage on Vimeo.
É muito bom saber que tem mais gente interessada em abrir os caminhos do diálogo e da tolerância. O sucesso da campanha é uma resposta bem clara à declaração do prefeito do Rio Marcelo Crivella, que afirmou que a população da cidade não queria a exposição, mesmo sem ter feito qualquer consulta pública a respeito. Agora basta esperar junho para que todo mundo possa ver a verdade sobre a exposição. Quem sabe os cães raivosos aprendam a ver arte sem seus tantos preconceitos.
E espero ainda que o Queermuseum consiga em breve rodar o Brasil.
*Foto do destaque – Divulgação da exposição original em Porto Alegre.
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsComo arte, não me chamou atenção. Como política, faço questão de comparecer.
Como política deveria ir todo mundo!
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.