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Toda lista de “melhores cidades no mundo para morar” inclui Vancouver. Não é à toa. Multicultural, ostentando natureza em todo canto, gastronomia diversificada e um clima razoável para os padrões canadeneses, Vancouver é cidade que faz todas as outras chorarem escondido no banheiro.
Há mais um fator que contribui para uma excelente qualidade de vida: ser amigável à bicicleta. Nesse quesito, mais uma vez Vancouver tirou a sorte grande. O respeito ao ciclista beira o inimaginável: em plena Granville Bridge, uma ponte com seis faixas para carros, há uma faixa de pedestres. Fiquei boquiaberta quando os motoristas pararam imediatamente para eu passar.
O centro de Vancouver é abraçado pelo Seawall, a maior calçada do mundo, cujos 28km de extensão são compartilhados por pedestres e ciclistas, com faixas bem demarcadas para cada um, e margeado pela English Bay e pelo Vancouver Harbour.
A cidade tem ciclovias (faixas separadas nas calçadas) que garantem a segurança no tráfego do centro e ciclofaixas (pedaços da rua destinados ao tráfego de bicicletas) nas vias transversais. Algumas ruas são “designated bikeways”, nas quais o número de magrelas supera o de carros.
Numa cidade onde o aeroporto internacional está a apenas 10km de distância do centro, os pontos de interesse são perto e é fácil pedalar de um lugar ao outro. Caso queira ir mais longe, bikes são bem-vindas no transporte público, incluindo o SkyTrain, o SeaBus e os ônibus municipais, que têm racks na dianteira para transportar as magrelas.
Existem dois tipos de aluguel de bicicleta em Vancouver: as compartilhadas ou as alugadas em loja.
O primeiro tipo é conveniente se seus deslocamentos forem pelo centro, durarem menos de meia hora e você quiser deixar a bike parada bastante tempo entre um afazer e outro. Há muitas estações em Downtown Vancouver, e nas proximidades do Stanley Park e do False Creek, mas ainda não há estações em North Vancouver. As bikes compartilhadas vêm com tranca e capacete, já que o uso do acessório é obrigatório por lá.
Depois de rápido registro na Mobi, escolha o seu plano: o passe de 24 horas custa CAD $9.75 e permite um número ilimitado de viagens de até trinta minutos – mas tenha em mente que 30 minutos adicionais custam CAD $5. Há também passes mensais e anuais, mas infelizmente nenhum de cinco dias ou uma semana, tempo ideal para sua estada na cidade.
Um clássico do rolê ciclístico lazer é uma volta no Stanley Park. A Denman Street, a dois quarteirões (com ciclofaixa) do parque, concentra várias lojas como a Bikes and Blades , English Bay Bicycles, Jo E Cycles, e a Yes Cycle, minha escolhida.
O percurso no Stanley Park pelo Seawall tem nove quilômetros planos, com vistas espetaculares do skyline de Downtown, de North Vancouver e da Lions Gate Bridge. Há muitos trechos para parar e apreciar o cenário e o miolo do parque tem incontáveis trilhas para brincar de off road. Separe uma manhã ou tarde inteira para o passeio.
O Stanley Park é a grande atração de Vancouver, mas não subestime o False Creek. Uma voltinha por lá vai te fazer querer esticar sua estada na cidade, não importa quanto tempo você já tenha reservado. Uma boa opção por lá é a Cycle BC Rentals & Tours, que também organiza tours de bike e aluguel de motos e scooters. A Reckless Bike Stores possui lojas perto da Granville Island, English Bay e False Creek e tem opcionais como cadeirinhas infantis e trailers.
Além das bicicletas de passeio, as lojas têm vários modelos para alugar: infantis, tandem, mountain bikes, fixas. Os preços são bem parecidos, variando entre 25 a 30 dólares por três horas de passeio.
O Musette Café é uma super dica local de bike café. O decor é lindo, com vários jerseys antigos de ciclistas profissionais, o atendimento é simpático e a comida é uma delícia – os ovos no purgatório foram uma das melhores refeições da viagem. Há ainda uma lojinha de itens ciclísticos e o Musette também organiza tours e aluga bicicletas.
Aqui você encontra um roteirinho para unir o prazer de pedalar ao de degustar uma boa cerveja artesanal.
Lembre-se: o uso de capacete é obrigatório, a velocidade máxima é de 15 km/h e os ciclistas devem pedalar no mesmo sentido das vias, obedecendo o fluxo de veículos, exceto quando as placas indicarem o contrário. Enjoy the ride!
*Foto do destaque: Unsplash
Carioca da Zona Norte, hoje mora na Zona Sul. Já foi da noite, da balada e da vida urbana. Hoje é do dia, da tranquilidade e da natureza. Prefere o slow travel, andar a pé, mala de mão e aluguel de apartamento. Se a comida do destino for boa, já vale a passagem.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.