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12 horas em Anchorage, no Alasca

Quem escreveu

Jo Machado

Data

23 de November, 2018

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Apresentado por

Quando se pensa no Alasca, quase que instantaneamente se pensa em quão longe ele fica, ou então sobre o quão frio ele é. Mas isso tudo cai por terra quando se põe os pés nesse lugar. É o maior estado americano, mas sua população é bem pequena e sua maioria – cerca de 40% – vive na maior da cidade do estado, Anchorage. Fundada pela construção da ferrovia do Alaska Railroad, a cidade sucumbiu ao famoso Grande Terremoto do Alasca, em 1964, e ressurgiu graças à exploração de petróleo na Baía de Prudhoe em meados dos anos 1970. E marcas desses acontecimentos são vistos por toda a cidade, além da forte influência de povos indígenas.

Para visitar Anchorage, a melhor época é o verão, obviamente. Por ser uma cidade portuária, as temperaturas variam entre 11ºC e 18ºC nessa estação. Mas leve o casaquinho, pois nunca se sabe quando se vai precisar dele. Prevenir sempre!

Embora seja rodeada por uma natureza exuberante, a cidade é, além de um turbilhão de programações que envolvem belas paisagens, um recanto de arte com grandes museus, centros culturais e de pesquisa. E se por acaso você decidir visitá-la, nós preparamos esse guia para você aproveitar o melhor de Anchorage em 12 horas. Testado e aprovado por mim e pelo meu amigão Leonardo Gioppo, que me ajudou a escolher o melhor dessa viagem.

Manhã

Antes de decidir entre as programações da cidade, nada melhor que começar com um bom café da manhã. Afinal, independente das atividades a seguir, é essencial estar com energia. E para esse desjejum, a sugestão é o Dark Horse Café. Como a maioria dos lugares em Anchorage – e no Alasca em geral – o Dark Horse é simples, mas com uma atmosfera muito convidativa. Comidinhas, café de qualidade e atendimento super simpático, o lugar é famoso na cidade, parada obrigatória de trabalhadores a caminho do trabalho. Não deixe de se deliciar com o memorável sanduíche de ovo ou uma fatia de torta de abóbora.

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Dark Horse Cafe – Foto: Leonardo Gioppo

Dark Horse Café646 F St
Segunda à Sexta das 6h45 às 18h

Sábado das 08h às 16. Domingo das 9h às 14h

Com as baterias energizadas, que tal uma boa pedalada pela cidade? Sabia que Anchorage tem 200 quilômetros de trilhas pavimentadas, propícias para uma voltinha de bike?

Uma das rotas mais conhecidas e gostosas de fazer é a Tony Knowles Costal Trail, com 18 quilômetros, com nível de dificuldade baixo, que vai do centro da cidade até o lindo Kinchaid Park. Mas não se assuste caso dê de cara com uma família de alces pastando ao seu lado durante o trajeto. No verão é comum ver esses animais circulando perto da cidade.

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Durante o verão, é normal famílias de Alces se aproximarem da cidade – Foto: Mike Juvrud

No centro da cidade existem diversas empresas de aluguel de bikes e segways, que também oferecem passeios com guias. Uma delas é a Alaska Bike, que oferece desde as trilhas mais simples, até passeios mais longos para os mais experientes, que duram 10 dias e passam por glaciares e montanhas.

Agora, se a vontade for mergulhar em cultura ou arte, Anchorage oferece notáveis opções de museus. O Anchorage Museum é um deles. Em um prédio moderno, no centro da cidade, possui um vasto acervo, envolvendo arte, história, etnografia, ecologia e ciências. Dedicando-se também a estudar e explorar acontecimentos que envolvem a terra, os povos, a arte e a história do Alasca.

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A linda fachada do Anchorage Museum – Foto: dancingnomad3

Outro spot de cultura muito interessante na cidade é o Alaska Native Heritage Center. Localizado nos arredores da cidade, cerca de 10km, o centro é uma instituição cultural e educacional enorme, voltada a compartilhar a história, a cultura e os costumes dos 11 maiores povos indígenas atabascanos. Por lá é possível assistir a encenações teatrais contando o cotidiano dos povos, bem como no seu lado externo, conhecer antigas habitações tradicionais desses povos em tamanho real, dispostas em torno o lindo Lago Tiulana.

Anchorage Museum625 C St
Durante o verão, diariamente das 9h às 16h.

Alaska Native Heritage Center.8800 Heritage Center Dr
Durante o verão, diariamente das 9h às 17h

Almoço

Cansado da pedalada ou da imersão cultural, é hora de recarregar as energias novamente. E como o Alasca é o point do salmão de verdade, nada melhor que escolher um lugar especializado para comer um autêntico salmão alasquiano.

No Slippery Salmon, como o nome já diz, o salmão é a estrela da casa. E o primeiro ato dessa estrela é o chowder: uma sopa de salmão defumado com creme de leite de cair de joelhos. E esse é, sem dúvida, o melhor salmon chowder da cidade! Com uma linda vista para o Rio, o lugar tem uma decoração rústica que lembra um bar e não um restaurante. Mas não se deixe impressionar por isso, porque lá, além do chowder, se come um dos melhores salmões grelhados da cidade. Se deixar o salmão para o jantar, reze para encontrar o simpático proprietário, que aparece sempre no final do dia para ajudar a fechar o restaurante. Mas cuidado com o horário: após as 22h não são mais servidas refeições, apenas porções e burgers. Deliciosos por sinal.

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Esse prato com o mais puro salmão alasquiano selvagem custava só 12 dólares! – Foto: Leonardo Gioppo

Slippery Salmon115 E 3rd Ave
Diariamente das 6h às 22h.

Agora, se a idéia for comer algo menos rústico, o Snow City Café pode ser uma ótima pedida. Considerado o melhor café da cidade, faz jus à fama. O cardápio impressiona nas opções integrais e orgânicas. Sanduíches, grelhados, saladas e sopas. Tudo em porções muito bem servidas. Vale lembrar que o Snow City serve café da manhã e brunch o dia todo, caso você queira se deliciar com uma panqueca bem regada com maple syrup ou ovos beneditinos ao invés de um salmão grelhado. E pode, viu?

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Na minha opinião, o melhor lugar para comer em Anchorage – Foto: Jo Machado

Snow City Café1034 West 4th Avenue
Seg. à Sex. das 7h às 15h
Sáb. e dom. das 7h às 16h

Tarde

A tarde é um bom momento para fazer aquelas programações que envolvem deixar a cidade e imergir em seus arredores. Anchorage é uma cidade pequena, mas basta pegar uma rodovia por alguns minutos e diversas atrações surgem. A Natureza por si só já vale a pena.

Mas há lugares específicos no arredores da cidade que valem a visita.

Eureka Roadhouse e Cooper Valley

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Um dos muitos glaciais de Palmer – Foto: Jo Machado

Para uma viagem diferente, cheia de paisagens de tirar o fôlego, pegue a rodovia AK-1 sentido norte para Palmer e dirija até seu fim. A rodovia termina no simpático Cooper Valley, que não tem muitos atrativos, mas vale pelas paisagens ao longo do caminho! Inclusive, neste caminho está um dos glaciais de Palmer. São ao todo 4 horas de carro. Chegando ali, reabasteça seu carro, e depois seu estômago no Fireweed Grill. Se você for ao Centro de Visitantes, com certeza irá encontrar nossa assinatura no livro de visitas.

Whittier

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A melhor parte da viagem: conhecer a excêntrica Whittier – Foto: Jo Machado

A experiência única de ir até este lugar tão especial não sairá da sua memória. A cidade de Whittier foi uma base militar no passado, e hoje é uma cidade super curiosa e que vale muito a visita. Para chegar até lá, é preciso ir de carro – cerca de 1h de Anchorage – e dirigir por um túnel da época da Segunda Guerra Mundial, tão estreito que só passa um carro por vez. Neste túnel também passa um trem que atende a cidade, então o carro roda por cima dos trilhos.

Toda a natureza em volta é de tirar o fôlego. O curioso da cidade é que existe somente um edifício, onde vivem todos os 216 moradores. Nele você encontra posto de correio, farmácia, supermercado, escola e todas as demais facilidades de uma cidade tradicional.

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Na saída do túnel de Whittier, um soco de beleza – Foto: Jo Machado

Além do curioso tamanho da cidade, a portuária Whittier tem outras excentricidades, como por exemplo o túnel que dá acesso a cidade. Ele não funciona o dia todo, e é fechado durante certos períodos da noite, especificamente durante o inverno. Tudo isso por dois motivos: o acesso de cargas ao porto da cidade e o risco de avalanches.

E se você quiser e puder estender essa visita, pegue um barco e vá conhecer Prince William Sound, a maior e mais bela atração natural da região de Anchorage.

Whittier é um passeio essencial! Mesmo.

Seward

Seward é outra cidade portuária que vale muito a visita. Ela fica há aproximadamente 2h de Anchorage e como de praxe, o caminho é a maior atração. Por lá você vai encontrar uma charmosa cidadezinha à beira-mar, com barcos pesqueiros atracados ao longo de um cais que também é famoso destino de grandes navios de cruzeiro. Como em toda cidade portuária, por lá a gastronomia é um dos ponto forte. Em qualquer esquina é possível encontrar delícias com frutos do mar de toda espécie, inclusive os famosos caranguejos gigantes do Mar de Bering. Um dos restaurantes mais conhecidos é o Chinooks Restaurant, com uma vista incrível para a Baia de Seward e um dos melhores hamburgers de salmão que você vai comer na vida.

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Vista do deck do Chinnoks Restaurant – Foto: Divulgação

Em Seward, também vale a visita ao Alaska Sealife Center, um centro de resgate e reabilitação de animais marinhos, museu e centro de pesquisa.

Chinooks Restaurant1404 4th Ave, Seward
Segunda, quinta e sexta, das 16h às 21h. Sábado e domingo, das 12h às 21h.

Alaska Sealife Center301 Railway Avenue, Seward
Diariamente, das 12h às 17h

Alaska Wildlife Conservation Center

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A beleza desse lugar não precisa de legendas – Foto: C Watts

É o tipo de passeio que enche o coração de bondade. O Alaska Wildlife Conservation Center é um santuário de vida selvagem que fica há cerca de 1h de Anchorage e possui mais de 30 acres dedicados a conservação, pesquisa, educação e cuidados com animais selvagens. Lá é possível observar voluntários cuidando de ursos, raposas e renas, e aprender mais sobre o comportamento e o habitat desses animais.

Alaska Wildlife Conservation CenterMile 79 Seward Hwy, Girdwood
Diariamente, das 10h às 17h.

Noite

A vida noturna de Anchorage não é das mais badaladas. Então, depois dos restaurantes, os principal destino dos caçadores de diversão são os diversos bares espalhados pela cidade.

Se depois desse dia todo, você quiser apenas um jantar mais refinado, em um lugar de atmosfera art déco, com um menu simples, criativo e delicioso de frutos do mar e carnes, acompanhado de bons vinhos, vá ao Orso. É um dos marcos na cena gastronômica da cidade.

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Glacier BrewHouse: das melhores cervejas e sidras que você vai beber na vida. – Foto: Divulgação

Coladinho no Orso fica sua irmã mais nova, a Glacier BrewHouse. Outro marco – desta vez super premiado – na cena cervejeira de Anchorage. Um lugar onde você vai encontrar a essência da cervejaria alasquiana. Tudo artesanal, natural, local, sustentável e, obviamente, selvagem. Os caras também fabricam ótimas cidras. O lugar é conhecido por ser a primeira opção na escolha de lugar para comer frutos do mar na cidade, bem como por sua dedicação com os ingredientes. Sempre frescos e orgânicos.  E o brunch servido aos finais de semana é sensacional, com um bar exclusivo onde você mesmo pode preparar o seu Bloody Mary. É uma experiência muito completa, pode confiar.

Mas tome cuidado se fores a Anchorage no verão. Como o sol se pões perto da meia noite, um happy hour que começa às 17h pode se estender além da conta. Experiência própria.

Para fechar a noite, dançar um pouco e tomar a saideira, vá ao Mad Myrna’s. Um bar gay com sinuca, pista de dança e performances de drag queens. Pode ser um pouco difícil de encontrar a entrada, mas vale o esforço. Muito, mas muito divertido!

Orso737 W 5th Ave
Domingo à quinta, das 15h às 21h30. Sexta e sábado, das 15h às 22h.

Glacier BrewHouse737 W 5th Ave
Almoço: Diariamente das 11h às 16h. Jantar e bar: Domingo e segunda, das 16h às 21h30. Terça, quarta e quinta, das 16h às 22h. Sexta e sábado, das 16h às 23h.

Mad Myrna’s530 E 5th Ave
Domingo à quinta, das 16h às 02h30. Sexta e sábado, das 16h às 03h.

 

Está indo para os Estados Unidos? Aproveita a ótima oferta de câmbio oferecida pela Treviso Corretora de Câmbio.

 

* Foto destaque: Frank K

Quem escreveu

Jo Machado

Data

23 de November, 2018

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Apresentado por

Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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