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Depois de me encontrar em uma encruzilhada na hora de decidir minhas férias de junho, me empanturrar de carboidratos na Itália ou me aventurar em uma road trip na África do Sul, um acaso do destino acabou por decidir o dilema. As tarifas baixas pra Europa decidiram que era a melhor opção. Mas eu ainda não me sentia tão empolgado quanto eu achava que deveria estar. Foi então que, depois de já pseudo-acostumado com a idéia e assistindo um desses programas que eu adoro no Discovery Channel, um luz nórdica iluminou minha mente: Alasca! É isso!
Sempre fui fascinado por mato, por peixe e por ambientes selvagens. Lembro de abrir uma Barsa e ficar babando naquelas paisagens que ilustravam a página do estado americano. Me recordo que um dos sonhos da minha mãe também era conhecer um lugar assim, selvagem na sua essência. E foi assim que todos meus planos mudaram.
Agora, meu destino solitário de férias é o Alasca. Com certeza da escolha, empolgado e com os voos devidamente comprados, é hora de saber mais sobre esse destino tão curioso. Parte da minha pesquisa inicial virou esses post, com alguns bons e belos motivos para conhecer esse estado tão longínquo. Outra parte virou um guia pessoal, com lugares e experiências que eu acho interessantes conhecer durante a viagem.
Um desses lugares me chamou muita a atenção pela excentricidade. A comunidade de Whittier, é uma pequena cidade com cerca de 300 habitantes, onde quase todos vivem em um mesmo prédio. O Begisch Towers, é um antigo quartel do exército dos Estados Unidos, convertido em edifício residencial. A comunidade conta com serviços básicos tradicionais de uma cidade qualquer, como posto de correio, posto médico, locadora de vídeos, igreja e B&B.
A cidade fica mais ou menos a uma hora de Anchorage, uma das principais cidades do estado. Infelizmente, a cidade é orfã de alguns confortos. Para ir ao cinema ou jantar fora, é necessário pegar o carro e dirigir até Anchorage. Isso pode ser um grande problema: Whittier tem “hora pra fechar”. O túnel que liga a cidade fecha diariamente às 22:40 e só reabre na manhã do dia seguinte, às 7 horas. Isso durante o inverno. No verão, ele fica aberto até 23:15 e reabre novamente às 5:30. Ou seja, se perder a hora de voltar, vai ter que dormir no carro ou pagar uma noite em um hotel qualquer. O túnel é pequeno e não tem saídas de emergência, fazendo com que o tráfego seja controlado por questões de segurança.
Carros em direção a cidade podem passar a cada meia hora, enquanto os que saem, a cada uma hora. A presença de linhas de trens passando pelo túnel, torna toda essa operação levemente complicada para se administrar.
O mais surpreendente sobre a cidade é que a vida acontece como em qualquer outra cidade do mundo. Ela abriga por exemplo, um museu de 1000 metros quadrados, o Prince William Sound Museum, que conta mais das histórias e lendas dos desbravadores da região. A cidade também tem um porto, que é um conhecido destino dos cruzeiros e veleiros que transitam pela região, e também serve de ponto de partida e chegada para barcos pesqueiros.
Dentro do Bergisch Towers fica também a escola, onde estudam as crianças da cidade. Imagine você reclamando da prova para sua vizinha que além disso pode ser a moça do correio ou a dona do mercadinho. Falando em escola, encontrei um vídeo produzido pelo pessoal da Indie Alaska, um projeto da Alaska Pacific University, que é uma pequena universidade de artes em Anchorage, em parceria com o PBS Digital Studios. O projeto conta histórias reais de moradores do Alasca, suas cores, seus sonhos e seus dons.
Nesse vídeo, a professora do primário Erika Thompson conta de uma forma super divertida sobre a rotina dentro e fora da escola de Whittier e como é conviver com a intimidade das relações. Segundo ela, viver em um lugar assim não é tão diferente de viver em outro lugar. No final das contas, viver em um arranha-céu é viver em uma mini-cidade.
Bom, agora é aguardar junho chegar para conferir tudo isso ao vivo. Já fiz minha reserva pra uma noite no Bed & Breakfast do Begisch Towers, cuja a dona é June Miller. Afinal, além de querer conhecer a região, quero saber da sensação de acordar como um morador da cidade e claro, tomar café da manhã com uma vista dessas.
Foto destaque: Alaska.org
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.