Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Pode parecer puxa-saquismo nosso, porque sempre falamos sobre o festival Dekmantel por aqui. E é mesmo. Nós acreditamos que coisa boa nós temos mais é que falar bem sempre, para que todo mundo fique sabendo. Então não tem motivo para não contar de cada detalhe, de cada edição, de um dos melhores festivais de música do mundo (não sou só eu falando, e você pode comprovar isso aqui, aqui e aqui). O evento de 2017 que aconteceu no começo do mês não foi diferente, e deixou em êxtase as 10 mil pessoas que passaram pelo Amsterdamse Bos em cada um dos 3 dias.
Em termos práticos e operacionais, pouca coisa mudou em relação ao ano passado. O transporte com shuttle funcionou redondinho, os bares e banheiros quase nunca tinham fila, havia água potável gratuita para todo mundo dançar hidratadinho, e todos os palcos estavam todos lá no mesmo lugar, com a relva verde de pano de fundo. Afinal, reza a lenda que não se mexe em time que está ganhando. As novidades foram sutis, mas efetivas.
Para começo de conversa, a programação fora do bosque estava tão intensa que este ano contou com 2 dias antes do festival em si. Já na quarta-feira, Steve Reich fez um esquenta de primeiríssima ao lado do percussionista Slagwerk Den Haag. Assim, os shows de quinta já estavam em clima de ferveção desde cedo. Mesmo tendo só uma hora, estavam todos lotados e animadíssimos. Culpa do line-up caprichado que foi do jazz espiritual de Idris Ackamoor ao disco cult do brasileiro Marcos Valle. Com o FOMO batendo forte, conseguimos ver o post-punk dançante do A Certain Ratio, e o live denso do Factory Floor.
Outra novidade do Dekmantel 2017 foi uma mexida estratégica no line-up do bosque, que funcionaram como bolas de efeito para arrastar as multidões. Os 3 dias tiveram nomes potentes logo na abertura no palco Selectors, conhecido por fazer os DJs sairem de sua zona de conforto para tocar só suas referências. E assim foi logo no início da sexta-feira, com a musa Nina Kraviz. O sábado teve Marcel Dettmann, e no domingo foi a vez do Motor City Drum Ensemble. O fechamento também ficou a cargo de gigantes que garantiram um festival cheio do primeiro minuto ao último. Foi o caso do Ben UFO, DJ Nobu, Young Marco, e Antal & Hunee, que trouxe a galera abaixo nos momentos finais do festival.
Entre tantos caras conhecidos, a mulherada mostrou que tem um time poderoso, que o Dekmantel 2017 fez questão de valorizar. Além da Nina, o time de minas contava nomes como com Eclair Fifi, Shanti Celeste, Peggy Gou, Lena Willikens, Beatrice Dillon, Inga Mauer, Marie Davidson e a fantástica Helena Hauff. E fechando com chave de ouro, o line-up ainda trouxe surpresas bombásticas como o back-2-back de Joy Orbison com Jon K, que fez o palco Greenhouse tremer literalmente.
O Dekmantel 2017 foi, em suma, tão perfeito quanto vinha sendo nos últimos anos, o que só faz provar que o festival ainda tem uma longa vida pela frente. O combo curadoria de primeiríssima, locação cenográfica, organização impecável e um público preocupado em se divertir não tem como dar errado. Quem estiver afim de garantir lugar no festival do ano que vem tem que ficar de olho, porque as duas últimas edições tiveram os ingressos esgotados meses antes do evento. O bom é que, como já falamos, eles já estão com uma segunda edição marcada em São Paulo em 2018, e ainda em 2017 eles vão fazer um tour pela América do Sul, que passa por SP e Rio. Não dá para perder.
*Foto do destaque: Bart Heemskerk
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.