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Quem diria que um lugar com tamanho menor que João Pessoa iria ser onde Deus escolheria para morar? Ao menos é o que acreditam os judeus, cristãos e muçulmanos. Judeus dizem que o Rei David capturou Jerusalém para construir seu templo. Para os cristãos, foi onde Jesus foi levado enquanto criança para ser apresentado , onde pregava e curava. Para o Islã, Jerusalém é um lugar tão sagrado quanto Mecca ou Medina – é onde Maomé peregrinou à mesquita “mais longe”.
E é na casa de tudo que é “mais sagrado” nessas religiões e por isso, de forma tão comum e tão incoerente, surge toda paz e todas as tretas, tudo ao mesmo tempo. Uma cidade de populações tão diversas quanto separadas entre si. Desde que Davi tomou a fortaleza dos jebuseus, a cidade de Jerusalém foi destruída e reconstruída várias vezes. Segundo o historiador Eric Cline, “nos últimos 4 mil anos, houve pelo menos 118 conflitos por Jerusalém. Ela foi 2 vezes destruída, 23 vezes sitiada, 52 vezes atacada e 44 vezes capturada e recapturada, por tribos ou exércitos de impérios”. Hoje, embora as tensões permaneçam, Jerusalém é sem dúvidas um roteiro inesquecível e vale a pena cada momento nessa cidade tão bela – não à toa, é considerada como centro do mundo por vários povos ao longo da História.
Morei em Jerusalém por dois meses, e sinto não ter revelado poucas das várias camadas de complexidade cultural da cidade. Porque desvendar Jerusalém é quase desvendar a história da humanidade.
Mas ser viajante é tentar. E vai aqui nosso caminho das pedras, na cidade das pedras:
A primeira coisa a saber é sobre o Shabbat. Da sexta do pôr-do-sol ao sábado no mesmo horário nada funciona: descobri que era uma ofensa ao ser perseguida por criancinhas ortodoxas nada contentes com meu pecaminoso ato de dirigir aos sábados. Portanto sábado é um dia todo especial.
Um bom programa matutino é acordar cedo, de preferência antes das 8h, para caminhar até a Cidade Velha. O centro de Jerusalém é dividido em quatro partes: a dos judeus, a dos muçulmanos, a dos armênios e a dos cristãos.
Ande até o Jaffa Gate, que é como uma porta de entrada para o centro. Lá você pode observar as paredes otomanas do século XVI. O Museu da Torre de David é uma boa referência não só histórica, mas também pelas vistas panorâmicas que dão a visão do que iremos percorrer pelo resto do dia na cidade. Há também muitas placas explicativas no lugar. Você pode verificar os horários de funcionamento aqui. Não é necessário guia, mas se você gostar de escutar um pouco de história, pode pegar carona em um dos tours do Abraham Hostels.
Uma boa forma de começar a sentir a alma da cidade é visitar a Igreja do Santo Sepulcro. Lá é o local onde Jesus Cristo foi crucificado e sepultado, e inclusive o local onde ele ressuscitou. O interessante é que você poderia esperar, como nascido em um bom lugar cristão, que estaria lotado de gente. Mas na verdade há poucos peregrinos ajoelhados na Pedra da Unção – já que em Jerusalém há muito mais judeus e muçulmanos do que cristãos. Até por isso que não há muita informação dentro da igreja, então se você quiser entender um pouco mais a história desse lugar, é melhor pesquisar antes de ir. Você pode ver um pouco mais aqui .
Esse é um bom momento para você seguir a Via Dolorosa (não se assuste com o nome!). Ela fica no bairro muçulmano, e lá é a parte mais agitada da Cidade Velha. Aqui, você tem a opção de parar para um café árabe tradicional em um dos souks (mercados locais) ou seguir caminho para o Monte do Templo.
Depois do Monte do Templo, você pode ir para o Muro Ocidental, conhecido como o Muro das Lamentações. Embora o acesso seja livre, você tem que passar pela segurança. Muito importante: use roupas abaixo do joelho e tenha o ombro coberto. Esse é o santuário mais sagrado do mundo judeu, então pode ser que você dê de cara com uma celebração de Bar Mitzvah, por exemplo. Lá você pode inserir sua mensagem no muro, mas preste atenção que há uma separação para homens e mulheres respeitando as regras dos judeus ortodoxos.
Tem duas coisas que você PRECISA comer se estiver em Israel. O primeiro é shakshuka, um ovo com molhos de tomate. A segunda é o famoso hummus e falafel. O melhor hummus da cidade é o Hummus Ben Sira, que fica no centro. Endereço: 3 Ben Sira. Horários: das 9 às 2h
Para quem não se importa de fazer um deslocamento maior por uma boa causa, é possível visitar o Museu de Israel, que fica ao norte da cidade. O Museu de Israel (cuja entrada custa aproximadamente R$40) é um das peças-chave para quem quer entender melhor a história da Terra Santa. O ponto principal do museu é o Santuário do Livro. Lá, ficam os famosos pergaminhos do Mar Morto. No entanto, o museu surpreende pela sua versatilidade: há desde jóias pré-históricas até exibições contemporâneas. Para os que não conseguem visitar uma cidade sem ir a um museu, essa é, sem dúvidas, a nossa principal indicação.
Você pode voltar para o Jaffa Gate e seguir para a linha de bonde da cidade, Jaffa Road, em direção às lojas e cafés de calçada. Caso não seja sábado, você pode ir andando até o Mercado de Mahane Yehuda – carinhosamente chamado de “shuk”-. Lá é, sem dúvida, meu lugar favorito em toda cidade. Pensa numa mistura de mercearia com banquinhas com barzinhos com lojas para fumar, tudo junto.
Lá você poderá conhecer Jerusalém pelo estômago. Você pode, inclusive, fazer um tour guiado pelo mercado , mas achamos desnecessário.
Uma boa opção para começar a noite, caso você ainda esteja com fome, e lembre de fazer a reserva antes, é jantar no restaurante Machneyuda , mas é imprescindível fazer reserva. O preço é razoável: cerca de 120 reais, o que é muito bom para Israel. Os produtos vem direto do mercado, e você experimenta um pouquinho dos sabores de Israel. Endereço: 10 Beit Yaakov Street. Horários: segunda a quinta, das 12h30 às 16h e 18h30 à 1h30; sexta, das 11h30 à 15h30; sábado, das 20 à 1h e domingo, das 12h30 às 16h e 18h30 à 1h30. Tel: +972-2-533-342.
E, para quem pensa que Jerusalém é só locais religiosos e guerras santas, tem noite! É difícil achar, se for sexta-feira, é quase impossível, mas vem com a gente! O melhor cocktail bar de Jerusalém é o Gatsby, um speakeasy escondido lindinho com uma ótima carta de drinks, que já ganhou muitas vezes um dos melhores bares do mundo. Vale lembrar que é um dos poucos abertos sexta e sábado, das 18 às 3h. Endereço: Hillel St 18, Jerusalém.
Se quiser esticar, um dos lugares que mais curti foi uma portinha escondida onde há shows diferentes a cada noite, chamado HaMazkeka. Os shows que vi foram geniais, além de ter garrafa de vinho por ótimo preço e ser pertinho da cidade velha. Endereço: 3 Shoshan St, Jerusalém. Horários: Segunda a domingo, das 21h às 2h, quinta, das 21 às 6h; sexta e sábado, das 21 às 2h.
E aí, foi o suficiente para convencer? Para outras informações, esse site é feito por locais e é excelente! Ou pergunta aí embaixo que a gente responde!
Mais dicas sobre Jerusalém:
– Os bares mais legais de Jerusalém
– Jerusalém e o Muro das Lamentações
*Foto capa: Souk por Dan Freeman
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
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