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Jerusalém e o Muro das Lamentações por Ida Feldman

Quem escreveu

Chicken or Pasta

Data

14 de November, 2016

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Jerusalém é a cidade mais sagrada do mundo para três das religiões mais importantes. Ir até Israel e não visitar essa cidade, mesmo que você seja agnóstico, é perder a viagem.

Meu irmão Sergio Alberto Feldman é historiador e define a cidade assim: “Jerusalém é o umbigo do mundo. Num mapa medieval a cidade aparece na bifurcação de três continentes: Ásia, África e Europa. Cidade sagrada de três religiões, muitas vezes conquistada, sendo vítima de muitas guerras, é considerada a cidade da paz: Ir Shalom, que é um jogo de palavras com seu nome hebraico: Ierushalaim”

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Ir ao Muro das Lamentações é algo maravilhoso e, quando penso em ir pra Israel, posso não ir a todos os passeios (que são muitos, mesmo que o país seja do tamanho do Estado do Rio de Janeiro), mas tenho que passar um dia em Jerusalém e tocar naquelas pedras pelo menos uma vez. Aproveitando que estava lá, fui 3 vezes. A energia é uma coisa louca. Vibra, mexe comigo e sempre caio em prantos. Já estive 3 vezes em Israel. Sempre brinco que o Muro das Lamentações está quase cheio de energia como o Pelourinho, que também me “deu barato”.

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Saí de Ramat Gan, nos arredores de Tel Aviv, no ônibus de número 400, que custou 16 shekels (cerca de 14 reais) e me levou até a Estação Central de Jerusalém. Logo em frente a estação, tem a Rua Yaffo, onde tem um trem que nos leva até a Cidade Velha, onde está o Muro das Lamentações. Para comprar um ticket, é só achar um funcionário que fica por ali com um jaleco amarelo no valor de qualquer ônibus metropolitano de Israel: 5,90 shekels. Peça para descer perto do Mall Mamila.

caminho-pro-muro

A Cidade Velha é composta por 4 bairros, cada um com uma religião predominante e seus passeios. O bairro judaico tem o túmulo de profetas, enquanto o cristão tem a Santa Ceia e o túmulo de Maria (nunca fui ao muçulmano e o armênio). A entrada da Cidade Velha é pelo Jaffa Gate. Logo ali tem uma porta para informações aos turistas onde se pode pegar um mapa ou tirar dúvidas. Dali, para ir ao Muro das Lamentações, eu sempre fazia um caminho pelo shuk (feira), mas dessa vez usei um caminho um pouco mais longo por dentro do bairro judaico.

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Existe um costume após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, que as pessoas oram e fazem pedidos por escrito para colocarem no Muro. (Para saber mais da história, clique aqui.) Alguns dias antes de eu viajar para Israel pedi aos amigos que me entregassem seus pedidos e levei cerca de 50 papeizinhos, fora o meu. Para a minha sorte, fui ao Muro no meio de uma festividade chamada Sukkot, quando os judeus fazem suas refeições dentro de cabanas, que simbolizam essa festa.

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Pela ocasião das festas (Ano novo Judaico, Dia do Perdão e Sukkot), estava super cheio de turistas do mundo todo. Para chegar perto, eu tinha que esperar umas três ou quatro mulheres rezarem, naquele calor escaldante, e eu de blusa de manga comprida porque é a tradição se cobrir e porque tenho muitas tatuagens. Mas valeu a espera. Fiquei ali colada no monumento, rezando pro mundo, pra mim e entregando os pedidos de todos os amigos.

Depois disso me deu uma fome. Agora em todo o país tem uma rede de café (leia café, pretzel, suco de cenoura fresco feito na hora, sanduíches, saladas, sorvetes, doces, etc) chamada Cofix e que qualquer produto, não importa qual, custa 5 shekels. Claro que fui lá. Só pra avisar, em qualquer lugar de Israel de shopping centers até na rodoviária todo mundo e seus pertences são revistados. Então não ache que é com você.

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Como desci ao Muro pelo caminho judaico, resolvi voltar pelo shuk, a feira dos árabes e judeus que tem lá. Alí você pode se alimentar em restaurantes, comprar kefia (pano árabe para se usar na cabeça, mas que os ocidentais adaptaram como lenço do pescoço), todo tipo de bugigangas decorativas: candelabros para 7 ou 9 velas, involucro de rezas para as batentes das portas, os pergaminhos kasher (abençoados pelo rabino) ou não, bolas de neve com camelos, chaveiros, hamsás, letras, pratinhos, copos armênios decorados, panos diversos e artigos judáicos religiosos. Fale inglês ou hebraico, mas o cara que me vendeu uma kefia vermelha falava português. Aliás a palavra de ordem é pechinchar. A kefia custava 50 e paguei 30 shekels. 5 mezuzót (involucro de rezas para as batentes das portas) saíram por 100 shekels quando desisti de comprar e estava indo embora da loja, o cara me chamou de volta e fechou a oferta.

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De lá da feira peguei um táxi que me roubou no valor. Fique atento: usar o taxímetro é sempre melhor. Fui pro Museu de Israel para ver Picasso. O ingresso ao Museu achei caro em relação aos Museus do Brasil, mas fui assim mesmo. O Picasso vai bem, obrigado. Mas o que gostei mesmo foi ver “A Mummy in Jerusalem, Secrets of the Afterlife“, uma exposição de 2200 anos atrás, com caixões e múmias egípcias. De novo deu barato e, apesar do cansaço que estava, fiquei muito feliz de ter ido ali ver tudo. Aproveitei também a visita e vi uma exposição sobre os antigos casamentos judaicos. O Museu de Israel é gigante, tem três andares, uma área aberta com jardins, restaurante, pessoas muito simpáticas dando informação, estacionamento, lojinha e etc. Vale a visita.

Na volta, a mesma coisa: peguei um táxi para a Rodoviária, onde o cara cobrou um preço fechado – mas muito menor que o primeiro táxi – fui ao banheiro da rodoviária, que cobra 1 shekel, e peguei o mesmo ônibus 400 de volta para casa.

Uma dica pessoal: Se você gosta de kefias para usar no pescoço em dias frios, vai pirar com o que essa estilista chamada Dodo fez com os lenços. Dá uma volta no site dela.

Por Ida Feldman, colaboração de Sergio Alberto Feldman.

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14 de November, 2016

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