Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Os dois maiores festivais de música do Japão, o Summer Sonic e o Fuji Rock, aconteceram durante o verão. Já quem gosta de música eletrônica, provavelmente ouviu falar do Labyrinth, na região de Niigata, lado oposto de Tóquio. Ele acontece sempre em meados de setembro e este ano rolou debaixo de uma chuva torrencial entre dias 17 e 19 de Setembro. Caso esteja planejando passar pelo Japão em 2017 e queira ver um festival de música, vale considerar um desses três (o primeiro não é muito meu estilo). Mas quem está chegando no país ainda este ano ou está nos arredores, vale conferir a programação musical que rola durante o outono.
Vim para o Japão para conhecer o festival No-Maps, que foi lançado oficialmente no último SXSW e tem clara inspiração no festival texano. O No-Maps acontece em Sapporo, cidade ao norte do país considerada um hub de criatividade, e sua programação abrange três áreas: Cinema, Interatividade e Música. Desde que soubemos sobre o festival, entramos em contato para entender o tamanho da programação apresentada em Inglês. Como o festival é novo e essa é uma “edição piloto”, o retorno foi lento o suficiente para decidirmos visitá-lo só quando estiver mais maduro, mas ele se manterá na nossa lista de desejos.
O No-Maps acontece entre os dias 10 e 16 de Outubro, começando por Cinema, que abrange todo o período do festival. A programação faz parte do Sapporo Short Festival, dedicado aos curtas com uma história que vem desde 2006. Na agenda há conversas e encontros com diretores, competição, abrigando filmes internacionais em diversas categorias, além de programas especiais, que são filmes comerciais e videoclipes. Música e Interatividade acontecem oficialmente entre os dias 14 e 16. No primeiro o foco é em artistas emergentes, enquanto o segundo é marcado especialmente por Inteligência Artificial.
No-Maps – Sapporo – Japão
10 a 16 de Outubro
no-maps.jp
Ingressos: Platinum (acesso a todo festival) – 21.600 yens (cerca de US$ 216) e Gold Pass (válido para 1 dia) 6.480 yens (cerca de US$ 64,80)
Tóquio recebe pelo segundo ano consecutivo o Montreux Jazz Festival Japan, entre os dias 7 e 9 de Outubro. A grande atração nesta edição é o nosso conterrâneo Caetano Veloso, que se apresenta no último dia, o único que já está com ingressos esgotados, ao lado do Lulu Gainsbourg feat. Ara Starck. São 3 dias com programação diurna e noturna em diversos lugares da cidade, incluindo programação gratuita no sábado a tarde.
O festival, um dos maiores do gênero no mundo, nasceu na Suíça em 1967 e recebe cerca de 250.000 pessoas anualmente na sua versão original. O jazz aqui vai além do jazz como o conhecemos. O conceito levado a cabo é o jazz como “música sem regras”, de alta qualidade e altamente sofisticada. Por isso espere dele muita experimentação passeando por estilos diversos. A arte visual do festival ficou nas mãos do badalado designer japonês Yohji Yamamoto. No line-up nomes da música eletrônica do Japão e do mundo, num line-up enxuto, mas de qualidade.
O primeiro dia abre com o talentoso pianista, compositor, DJ de techno e músico de jazz, Francesco Tristano, que é originalmente de Luxemburgo. Ele se apresenta junto com o produtor americano de música eletrônica Derrick May. O festival começa no Yebisu The Garden Hall e segue noite adentro no Unit, casa de shows e festas, que conta com ótimas pistas (fomos lá ver o DJ Nobu na semana passada).
O sábado começa com uma programação gratuita às 14h, no Center Place, com Gilles Peterson, uma das atrações do segundo dia, que à noite apresenta seu projeto Sonzeira, junto de músicos brasileiros. A partir das 17h acontecem as apresentações ao vivo, no Yebisu The Garden Hall e a noite também segue a partir das 23h, no Unit. Vale dar uma conferida se estiver na cidade. É uma ótima oportunidade para conhecer grandes nomes da música eletrônica japonesa.
Montreux Jazz Festival
7 a 9 de Outubro
www.montreuxjazz.jp
Ingressos: gratuito a 13.000 yens
Nesse fim de semana, nos dias 8 e 9 de Outubro, rola um festival pequeno na região de Shizuoka. O festival leva para o país nomes como Todd Terje & The Olsens, Floating Points, Kurt Vile & The Violators, The Skatalites, além de nomes nacionais como Takkyu Ishino, Michael Kaneko, entre outros. O site está todo em japonês, mas sabemos que rola um camping com dois dias de festival e dois palcos. Os ingressos custam 8.000 yens (um dia) e 15.000 (dois dias) e ainda estão disponíveis. Se quiser encarar, corre lá e usa o Google Translator, que acaba dando certo. E ainda dá para apreciar o Monte Fuji da área do festival. <3
朝霧JAM
8 e 9 de Outubro
smash-jpn.com/asagiri
Ingressos: 8.000 a 15.000 yens
Shibuya ganhou um novo clube no último mês, o WWW, que hospeda a edição noturna do Mutek no Japão no início de novembro. A programação chegou com alguns grandes nomes internacionais, como o Floating Points, que se apresenta duas vezes na próxima sexta, uma ao vivo e a outra DJ Set. É a primeira vez que o produtor britânico toca no país, tanto que os ingressos para o live estão esgotados. Após o show, ele discoteca no Contact Tokyo, que também conta com live do produtor alemão Portable. A noite promete ser boa.
O Floating Points continua a turnê japonesa tocando também num festival no sábado, em Shizuoka, e em Quioto, no domingo, no Club Metro, ao lado do trio japonês D.A.N.
Floating Points Live
7 de Outubro, Sexta-feira, das 18 às 22h
WWW: 13-7 Udagawacho, Shibuya-ku
Ingressos: esgotados (custava 5.800 yens)
Floating Points (DJ Set) e Portable (live)
7 de Outubro, Sexta-feira, das 22 às 6h
Contact Tokyo: 2 Chome 10, 12 Dogenzaka Shintaiso BLDG 4 B2, Shibuya
Ingressos: 2.500 yens (antecipados) e 3.500 (porta)
Quem também faz uma turnê japonesa é o produtor britânico Gold Panda, que faz três apresentações no país: dia 15 de Outubro, no Circus Osaka, às 19h30 (horário show); 16 de Outubro, no Club Metro, em Quioto, às 19h30; e no dia 18 de Outubro, no WWW, em Tóquio, também às 19h30. As casas abrem sempre às 19h. Ingressos custa entre 3.500 e 4.000 yens.
O Kurt Vile & The Violators faz também shows do seu último álbum b’lieve i’m goin down. Dia 11, rola o show no Liquid Room, em Tóquio, e no dia 12 de Outubro, no Umeda Club Quattro, em Osaka. Ingressos: 5.800 yens nas duas cidades.
Mas estando no Japão vale muito a pena mergulhar na cena local. A maioria dos shows acima conta com suporte de artistas japoneses, que já vale ficar de olho. O Time Out Tokyo tem uma listinha de casas para ver show ao vivo na cidade. Eu sempre dou uma boa zapeada no Resident Advisor e no Songkick para ver o que está rolando, além de, também, usar os eventos do facebook para isso. Por enquanto só acertos.
Let’s rock porque a agenda está boa!
*A viagem ao Japão faz parte do projeto #fly2fest, Volta ao Mundo em Festivais de Música, patrocinado pela KLM Brasil, que faz parte do SkyTeam, oferecendo voos para 1.052 destinos em 177 países, incluindo o trecho São Paulo e Rio de Janeiro à Tóquio, com escala em Amsterdã.
**Foto capa: Francesco Tristano, que toca no Montreux Jazz Festival
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.