Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O verão está finalmente chegando, e o Hemisfério Norte já começou a ferver. Entre os muitos festivais, que fazem a gente sofrer por aqui por ficar de fora, não deve ter um país da Europa ou América do Norte que não tenha uma boa opção. Se teu negócio é curtir a música na rua, mais espontânea, rola nesse mês a famosa Fête de la Musique na França, e que já aportou no Brasil também. E quem é fã de arte também não vai ficar de fora, já que tem muita coisa para ver inaugurando.
Junho é o mês em que os festivais de música de verão tomam conta da Europa abrindo com um dos mais esperados, o Primavera Sound (1-5 de Junho), em Barcelona, que tem Radiohead e LCD Soundsystem como principais atrações; na sequência o festival acontece em Porto numa versão mais compacta, o NOS Primavera Porto (9-11 de Junho); Amsterdã tem um festival quase secreto, incrível e imperdível também rolando no início de junho, o Shoeless (4-5 de Junho); o Sónar (16-18 de Junho), tem sua maior edição do ano em Barcelona.
Já na pontinha norte do planeta rola o Secret Solstice (17-19 de Junho), festival que brinda o público com shows rolando no sol da meia-noite e em glaciais, em Reykjavik (Islândia); dois dos maiores festivais de música da Europa acontecem também no mês, o Glastonbury (22-27 de Junho), na Inglaterra, com Adele, Muse e Coldplay como grandes nomes no line-up e o festival Roskilde (25-Junho a 2-Julho), acontece próximo à Copenhagen, na Dinamarca, que tem Neil Young, New Order e LCD Soundsystem como destaques na programação; em Victoria Park, em Londres, rola o Field Day (11-12 de Junho), com PJ Harvey, James Blake e Four Tet no lineup.
No dia 21 de Junho acontece o Fête de La Musique, evento que dura 24 horas com shows espalhadas por toda a cidade de Paris. Foi esse o festival que inspirou a nossa Virada Cultural. Por lá qualquer artista pode se inscrever e montar sua estrutura para apresentar seu show. Vale a pena!
E não é somente a Europa que está com o calendário lotado. A maratona de festivais começa também na América do Norte. Quem curte música eletrônica, arte digital e está sempre atrás de tendências, não pode perder o Mutek, que acontece em Montreal, no Canadá de 1 a 5 de Junho. Por lá rolam também o NXNE (13-19 de Junho), em Toronto, festival com o mesmo conceito que o SXSW, abraçando Música, Cinema e Interatividade. O fundador do Atari, Nolan Bushnell, será uma das estrelas no palco.
Um dos principais festivais do mês nos Estados Unidos é o Governors Balls (3-5 de Junho), em Nova York, festival que mais cresce por lá. Sabe quem renasce das cinzas nesse festival? The Killers! Pronto, já tem motivo pra dar um jeito em ir. Já San Francisco recebe a Parada Gay (25-26 de Junho). E caso vá para San Francisco, não deixe de visitar o novo SFMOMA, que depois de alguns anos fechado para reforma, foi reinaugurado. Em Nova York a Parada Gay acontece no dia 26 de Junho.
No dia 4 de Junho começa a Bienal de Artes de Berlim. A Bienal nasceu em 1996 nas mãos de Klaus Biesenbach, Diretor do MoMA PS1 e Curador do MoMA. Hoje a bienal está nas mãos do DIS Collective e promete trazer obras de vários artistas incríveis como Amalia Ulman, Josh Kline, Camille Henrot, Lizzie Fitch and Ryan Trecartin, Korakrit Arunanondchai, e Hito Steyerl. Vale a leitura deste post para entender o porquê ficar de olho nesta bienal. De 4 de Junho a 18 de Setembro, vários locais. Ingressos: 16 euros
A Art Basel é conhecida pela sua edição em Miami, mas foi em Basel, na Suíça, onde a feira se originou. Como disse o New York Times, a Art Basel é as Olimpíadas das Artes. Serão 280 galerias de arte internacionais que mostrarão pinturas, esculturas, instalações, fotografia, vídeo de mais de 4.000 artistas entre eles Picasso, Miró, Paul Klee, Andy Warhol e Jeff Koons à mais nova geração. De 16 a 19 de Junho, Basel, Suíça. Ingressos: a partir de R$ 200
Na Suíça também acontece a Manifesta – Bienal Europeia de Arte Contemporânea. A Manifesta surgiu no início dos anos 1990 e não tem lugar fixo. A cada ano acontece numa diferente cidade europeia sempre com temas relacionados às turbulências sociais e econômicas no continente. A última foi em St. Petersburgo. Um dos principais temas desta edição é o desemprego e a incerteza sobre o futuro do trabalho que assola a Europa, especialmente países como Grécia, Espanha, Portugal e Itália. Dá para fazer uma dobradinha com a Art Basel, que acontece nesta mesma época. De 11 de Junho a 18 de Setembro. Zurique, Suíça.
O Palais de Tokyo reabre em junho com um super calendários de exposições entre elas uma assinada pelo escritor e diretor de filmes Michel Houellebecq, em que os visitantes poderão conferir suas obsessões através de sons, fotografia, instalações e filmes produzidos por ele. A exposição contará também com diversos artistas incluindo Robert Combas. Também no Palais de Tokyo terá uma paralela à Manifesta 11 Zurich com a exposição Your Memories are our Future. Rester Vivant, Michel Houellebecq, de 23 de Junho a 11 de Setembro; Your Memories are you Future, de 11 a 24 de Junho, Palais de Tokyo, Paris.
Quem estiver por Londres em junho poderá conferir a expansão do Tate Modern, que tem projeto assinado pelos arquitetos suícos Herzog & de Meuron. Serão 3 dias de programação com acesso gratuito incluindo a performance de Roman Ondák, Good Feelings in Good Times (2009), uma fila criada artificialmente por um pequeno grupo de participantes; coral com 500 pessoas de comunidades de Londres; filmes e vídeos. De 17 a 19 de Junho, Tate Modern, Bankside, Londres, das 10 às 22h. Gratuito.
Londres abriga também nova exposição da Yayoi Kusama, que apresenta seus novos trabalhos na Victoria Miro Gallery. Essa exibição compreende pinturas, esculturas e também quartos espelhados e é a maior já feita na Inglaterra desde a retrospectiva da artista no Tate Modern, em 2012. Até 30 de Julho, Victoria Miro, “Sculptures Painting & Mirror Rooms“, 16 Wharf Road e “My Eternal Soul Paintings” na 14 St George Street, Londres. Gratuito. Terça a sábado, das 10 às 18h.
O MoMA, em Nova York, ganha 4 novas exposições em junho, entre elas destaco The Ballad of Sexual Dependency, de Nan Goldin. E estando por lá em junho não perca a exposição Strange Beauty, de Edgard Degas (até 24.7). Nan Goldin, de 11 de Junho a 12 de Fevereiro 2017. MoMA, 11 West 53 Street, Nova York.
*Foto destaque: Glastonbury Music Festival (2014) por Jonathan Short/Invision/AP)
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.