Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
No ano passado, nosso grupo de amigos definiu um briefing claro do tipo de réveillon que queríamos: praias paradisíacas para fazer inveja no Instagram, hotel tipo resort para ficar de pernas para o ar sem se preocupar com nada, e principalmente, gastando pouco. Uma coisa “champagne, morangos, massagem nos pés e bilhete premiado da Mega-sena”. Pode até ser que miramos um pouco alto, mas acho que, no fim das contas, achamos bem o que queríamos na Tailândia. O país do sudeste asiático atrai muitos, muitos turistas do mundo inteiro todos os anos, que vem atrás dos cenários mais lindos do mundo e, bem, alguns para mudar de sexo sem burocracia.
Além de Bangkok e da charmosa Chiang Mai, nossa viagem tinha que incluir uma ou duas dessas praias maravilhosas que vemos nos filmes. Mas, na hora de escolher qual, a coisa degringolou. A Tailândia tem algumas centenas de ilhas espalhadas entre dois mares diferentes, e é bem difícil compilar informações suficientes para saber qual é a mais adequada para você. Mas aqui o que mais gostamos de fazer é mastigar bem as informações para poder entregar o mingau pronto. Então, se você já pensou em ir para a Tailândia, mas não sabe como, senta no pudim e vem comigo que vou contar sobre as mais importantes ilhas do país.
Para começar, não tem jeito, você tem que comprar uma passagem. Para entrar na Tailândia, a grande maioria dos vôos de fora chega em Bangkok. Aproveite porque a cidade é incrível e vale passar alguns dias lá. A outra opção, mas bem mais complicada, é voar diretamente para Phuket. A ilha é tão turística que recebe vôos diretos da Europa na temporada (a maioria vôos charter), ou de algumas capitais nos arredores, como Kuala Lumpur e Cingapura. Fora Phuket, a única ilha que tem aeroporto fora Phuket é Koh Samui, que tem vôos vindo de Bangkok. Isso quer dizer que chegar ao paraíso não vai ser simples. Depois do vôo, ainda tem pelo menos um barco para chegar lá.
A seguir, outra decisão importante. Quando ir? Se o seu negócio é torrar no sol, isso quase não vai ser problema. A Tailândia está bem pertinho da linha do Equador, mais ou menos na altura da costa venezuelana, então o calor está garantido o ano inteiro. A parte sul do país, onde ficam as ilhas, tem temperaturas entre 25 e 30ºC o ano inteiro. A questão é a chuva. O sudeste asiático está sujeito às chuvas de monções e elas influem de formas diferentes nos dois mares tailandeses. A oeste fica o Mar de Andaman, que recebe as chuvas entre abril e outubro. A leste fica o Golfo da Tailândia, que fica úmido de setembro a dezembro. A conclusão óbvia é que a melhor época para ir para lá é entre Natal e Páscoa. Ponto para nós!
Agora só falta decidir aonde ir. E, para escolher, opção é o que não falta. Mas uma coisa você pode ter em mente: todas elas, sem exceção, terão areia branquinha, mar azul turquesa, muita pimenta na comida e umas tailandesinhas miúdas que vão dobrá-lo ao meio em massagens que raramente custam mais do que do R$ 30. A diferença entre elas é o clima que você está procurando. Tem lugar de hotéis luxuosos e tem lugar de mochileiro. Tem praia romântica e tem praia baladeira. Tem algumas que estão sempre bombando e tem aquelas mais isoladas, que estão cada vez mais difíceis de achar. Vou listar as mais famosas com algumas características importantes.
Koh Samui – A maior, mais importante e mais movimentada ilha dos mares do leste, é também o ponto de partida de muita gente, por ter o aeroporto. À primeira vista, é um lugar mais familiar. É bem urbanizada, tem grandes hotéis e resorts e praias de água calminha e clara. Também tem boa infra-estrutura, como hospital com médicos que falam inglês e lojas internacionais como a Boots. O centro fica na praia de Chaweng, que conta com muitos restaurantes e bares e é bem badalada. Conforme você se afasta, as praias ficam cada vez mais calmas, em ordem Bophut, Lamai e Mae Nam. Também é a mais próxima do Ang Thong Marine National Park, um pequeno arquipélago com cerca de 40 ilhotas, perfeitas para mergulho.
Koh Phangan – vizinha de Samui, não poderia ser mais diferente. Phangan é a meca dos mochileiros baladeiros e também palco da famosa Full Moon Party. Então, quem quer relaxar ao sol, está no lugar errado. Aqui é lugar para aproveitar a noite, com festas que tomam a areia toda e se estendem até o sol raiar. Por isso, ela atrai um público mais novo e badauê, que curte um camping e não está muito preocupado com conforto. Nesse clima, também é a ilha com índices infelizes de gente tendo overdose, passando mal na praia e se afogando. Por sorte, quem quiser um respiro da festa, consegue se afastar da bagunça de Hat Rin e encontrar cachoeiras, templos e paisagens incríveis como Khao Ra e Bottle Beach.
Koh Tao – A menorzinha e mais afastada das três mais conhecidas ilhas do Golfo, Tao é um dos destinos mais procurados por mergulhadores. A “cena” é tão grande, e lá tem tanta escola, que a concorrência tornou Tao também um dos lugares mais baratos do mundo para fazer scuba diving. Muita gente vai para lá fazer o curso e o batismo, mas você tem que contar com pelo menos quatro dias seguidos livres só para isso. Fora da água, o clima lá é mais relaxado, com mais pousadas e restaurantes rústicos, opções variadas de hiking e lugares para a prática de yoga.
Koh Samet – Saindo de carro de Bangkok, passando por Pattaya, é possível chegar bem perto de Samet. Não à toa, é um destino bastante frequentado pelos moradores da cidade. Grande parte do território faz parte de um parque ecológico, então a área “habitável” é pequena, o que garante praias bem cuidadas. Hat Sai Kaeo e Ao Hin Khok são mais agitadas, com muita gente lagartixando na areia ou fazendo windsurf na água. Ao Noina, Ao Phutsa, Au Nuan e Ao Wai já são mais reservadas e vazias.
Koh Chang – Perto da fronteira com o Camboja, Koh Chang é a terceira maior ilha da Tailândia, mas começou a ser explorada pelo turismo mais recentemente, nos últimos 10 anos. Isso não quer dizer que ela é calma, mas é bem menos movimentada que hotspots como Samui e Phuket. A diferença aqui é o terreno montanhoso, propício para a formação de cachoeiras, muita floresta tropical e corais exuberantes ao redor. É muito procurada por escaladores e trekkers.
Phuket – Longe a mais conhecida, visitada e agitada do país, Phuket é também a mais ocidentalizada. Tem resorts enormes de seis estrelas, restaurantes comandados por chefs internacionais, shopping centers, baladas gigantes, museus, campos de golfe e até centros de cirurgia plástica. As praias são lindas, mas acabaram tomadas pela infraestrutura dos beach clubs, ao melhor estilo europeu. A onda aqui é curtir praia, mas não a cultura local.
Koh Phi Phi – Lembra d’A Praia, aquele do Leo di Caprio ainda com espinha na cara? Então, ela fica na menor das duas ilhas de Koh Phi Phi, a Phi Phi Leh. Conhecida como Maya Bay (foto do destaque), é fácil uma das praias mais bonitas do mundo, mas também uma das mais decepcionantes, por conta da quantidade enorme de gente desembarcando lá por minuto. Mas Leh é uma reserva e lá só dá para se visitar. O agito fica em Phi Phi Don. Lá, as praias principais não são as mais bonitas, mas a vila com bares e restaurantes é bem estruturada e gostosa. Nos cantos mais afastados, algumas prainhas ficam quase exclusivas para os hotéis. E aqui não dá para deixar de conhecer as ilhotas que tem em volta, como a Bamboo Island.
Koh Lanta – Com um acesso relativamente fácil, saindo de Krabi, Lanta é um conjunto de pequenas ilhas, a maioria reserva ecológica, e um dos lugares onde você tem mais chance de conquistar uma praia só para você. Além da natureza exuberante, você ainda consegue ver arraias manta e baleias passeando. A maior ilha, Koh Lanta Yai, é a que tem mais hotéis, com grande variedade de preços, mas sempre com clima mais sofisticado. Então, não é uma praia dos mochileiros.
Koh Tarutao – A maior do arquipélago de mais de 50 ilhas que forma o Tarutao Marine Park, Tarutao fica bem ao sul, próximo da fronteira com a Malásia. O parque é super rigoroso, então o desenvolvimento urbano é parco e é um lugar para exploradores. O relevo acidentado, com os paredões de limestone característicos do litoral tailandês, é também o habitat de muita vida animal, como tartarugas gigantes.
Koh Lipe – Já um pouco mais afastada do Tarutao Marine Park, Lipe está fora da jurisdição que proíbe o desenvolvimento turístico. Por isso, ela conta com boa variedade de hotéis e pousadas, em algumas das praias mais bonitas da Tailândia, mas mesmo assim é tão afastada, que tem clima bem relaxado. A ilha é tão pequena, que é possível dar a volta em toda ela em uma caminhada relaxada em algumas horas. A Pattaya Beach é a mais animada, enquanto a Sunset Beach é a mais isolada.
Bonus Track: Railey Beach – Tudo bem, Railey não é uma ilha. Mas é uma praia tão especial que não poderia ficar de fora. Saindo de Krabi, e seguindo pela costa em um daqueles barquinhos de madeira, chega-se a essas praias isoladas (não existe estrada para lá), que estão entre as mais bacanas. Railey East é só a porta de entrada, já que a maré baixa revela um mangue que tem que ser cruzado de trator. Railey West, em compensação, é uma praia deslubrante, com o pôr-do-sol direto no mar, e clima bem rústico e amigável. De lá, ainda é possível andar até a vizinha Ao Nang, por uma trilha cheia de macacos abusados, e também pegar um barco para Poda Island e Chicken Island. Imperdível.
Foto do destaque: Maya Bay, por Renato Salles
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsObrigado, por ter sido sincero é sempre uma excelente ajuda pessoas que disponibilizam o seu tempo nos blogs para poder experiência as suas viagens e opiniões.
Viajo para a Thailandia com a familia, e realmente foi importante ler a sua opinião porque existe muita beldade mas pouca sinceridade as vezes e depois chegamos aos locais e são multidões e multidões de gente. Mais uma vez obrigado, se me pudesse dar alguma dica do que realmente compensa visitar sem multidões de gente ficava estremamete agradecido.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.