Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Semana passada rolou o Primavera Sound 2015 e passamos muitos dias de música em Barcelona. O festival debutou e completou 15 anos com centenas de bandas de rock, soul, rap, eletrônico e muito mais, com nomes consagrados como Patti Smith e outros bem novos como Jungle.
Muita coisa mudou desde a primeira edição em 2001 no Poble Espanyol. Já há alguns anos no gigante Parc del Fòrum, o Primavera trouxe durante esses 15 anos para Barcelona gente como Lou Reed, Primal Scream, Cat Power, Justice, The Flaming Lips e muito mais. Esse ano os headliners foram The Black Keys, Ride, Alt-J, Patti Smith tocando “Horses”, Strokes, Interpol e Underworld, mas centenas de outras bandas fizeram a felicidade de quem foi.
Quer saber como foi cada dia e também descobrir os pontos altos e baixos do festival? Então acompanhe tudo aí embaixo para você se empolgar e já comprar os ingressos do Primavera Sound 2016!
Durante o dia, conferimos o show da Thurston Moore band e foi um prato cheio para quem é fã de Sonic Youth. Thurston contava com membros da sua ex-banda e de quebra com a baixista do My Bloody Valentine, Debbie Googe. Foi bom demais. Chet Faker e Jungle foram outros nomes do dia que também empolgaram a galera. Já o esperado show do Spiritualized infelizmente não levantou muito os ânimos do público, que começou a debandar para os outros palcos.
Anthony and the Johnsons fez um show lindo com projeções de Butoh (um estilo de dança japonesa pós segunda-guerra, com máscaras para esconder os rostos queimados, bem dramático e obscuro) no palco Heineken, o maior do festival. Os comentários gerais foram que um show tão emocionante deveria ter rolado em um palco menor, talvez no auditório fechado.
Um dos shows mais esperados da noite foi o Black Keys, que deixou totalmente a desejar. O som do palco Primavera estava baixo e abafado e muitas pessoas ficaram decepcionadas. Depois disso, rolaram horas incríveis para quem gosta de eletrônico. Na quinta-feira tocaram Richie Hawtin, Simian Mobile Disco, Roman Flugel e Gui Boratto. Bem puxado para quem ainda tinha dois dias de festival pela frente.
Algumas pessoas que curtiam os shows de quinta-feira até o último minuto não tiveram pique para o segundo dia. Apesar de ser uma sexta-feira, o Parc del Fòrum estava longe de estar lotado.
O show do Ride emocionou os indies que estavam presentes com vários clássicos no set list. Patti Smith foi outra que deu um show, tocando “Horses” do início ao fim. Já o Belle e Sebastian agradou e animou bastante a galera com seu famoso número de chamar gente da platéia para dançar no palco.
Também foi o dia das riot grrrls com shows do Sleater Kinney (a banda da Carrie Brownstein do seriado Portlandia) e The Julie Ruin, banda da Kathleen Hanna do Le Tigre. Porém o show mais esperado da noite para a maioria era o Alt-J no palco Heineken. A galera empolgada cantava as músicas, porém muitos ficaram insatisfeitos com a falta de presença de palco dos caras. Dos 3 dias de festival, esse foi o dia mais morno de todos.
O último dia do Primavera é geralmente o mais esperado. Patti Smith e The Vaselines fizeram shows em lugares menores e quem assistiu teve que encarar uma fila para garantir os ingressos, já que aconteceram em palcos fechados e com capacidade limitada.
O show do Mac de Marco foi super divertido e eles mandaram uma cover de “Yellow” do Coldplay. Foxygen foi bem fofo e deixou a galera satisfeita. Interpol fez um show super bacana apesar de algumas desafinadas do Paul Banks mas todo mundo se emocionou com “Slow Hands”. Depois da última música “Stella was a diver and she was always down”, foi hora de todo mundo migrar para o palco Primavera para o show dos Strokes. Com muitos hits e um Julian Casablancas irreconhecível tanto no figurino como fisicamente, muita gente saiu decepcionada do show porque os Strokes não têm mais a energia de outrora. Ainda bem que o próximo show no palco Heineken (o em frente ao Primavera) deixou todo mundo dançando. O Underworld fez uma performance que levou a galera ao delírio do início ao fim, fechando com chave de ouro com o hino “Born Slippy. Já cansada, a multidão migrou para o palco Ray Ban para o show do Caribou, que estava lotadíssimo porém lindo.
Já eram 4 da manhã e depois de 3 dias intensos de festival, encontros e desencontros com gente que veio do Brasil e outras partes do mundo, foi hora de voltar para casa e abraçar o travesseiro.
A festa foi até domingo no Parque da Ciutadela. Domingão ensolarado, muita gente fazendo picnic e shows grátis de algumas bandas como o The Ghost of a Saber Tooth Tiger, do Sean Lennon e Charlotte Kemp. Se todo domingo fosse assim, não ia ter como ter deprê.
Ou seja, com 5 pontos altos além da boa música, localização e comodidade que a gente falou nos motivos para ir ao Primavera e 3 negativos somente, o saldo é super positivo. Fique de olho na pré-venda para o Primavera 2016 e vá para Barcelona!
A Sarah morou em 5 cidades diferentes nos últimos 9 anos, seja a trabalho ou no sabático que tirou em Barcelona. Na hora de planejar uma viagem, gasta 70% do tempo pensando onde vai comer, porém tenta queimar as calorias conhecendo as cidades de bike . Já teve que renovar passaporte por falta de espaço para novos carimbos mas ainda tem a África e Oceania como pendências.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.