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O Airbnb Experiências finalmente chega no Brasil com estreia no Rio de Janeiro

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

03 de April, 2017

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A experiência vivida numa viagem hoje em dia é mais importante do que o destino escolhido. Cada vez mais queremos visitar uma cidade como local, experimentá-la como um local, comer como um local, descobrir os segredos dela como um local. O Airbnb tenta suprir essa demanda desde novembro (2016) com o Airbnb Trips, presente hoje em 19 países, e que acaba de desembarcar no Brasil com estreia no Rio de Janeiro. A plataforma permite se conectar com moradores dessas cidades, de acordo com sua área de interesse, para ter experiências e fazer passeios com eles.

A lista de experiências no Rio está bem caprichada e não precisa ser gringo para querer fazer uma delas. Há desde passeio de bike pela orla carioca até à aulas de surf. Tem opção para todos os gostos. Tem experiência com gastronomia, vôlei de praia, trilhas e, um dos meus favoritos, explorar museus e galerias de arte com o Bernardo, que é video artista e diretor de filmes. Para quem reclamou que os valores das experiências lá fora estão caras, no Rio é possível ter uma a partir de R$ 60 e a mais cara, R$ 440.

As minhas experiências com o Airbnb

As Experiências Airbnb foi lançado em versão beta no segundo semestre do último ano com o nome “Airbnb City Hosts”, e alguns usuários da plataforma tiveram acesso, incluindo eu. Nesta época, algumas experiências estavam disponíveis em Tóquio, destino para onde eu e o Ola estávamos fazendo as malas. Xeque-mate! Escolhemos duas experiências para fazer: um passeio de bicicleta, e uma caça a vinis acompanhados de uma DJ de techno. Os dois passeios foram readequados e hoje se apresentam um pouco diferente do que vivemos. Mas vamos lá contar como foi e o porquê valeu a pena investir cada centavinho nas experiências.

O Brad, nosso guia por dois dias em Tóquio. Foto: Ola Persson

O Bike Hidding Tokyo, comandado pelo americano Brad, que vive há mais de 20 anos na cidade e fala japonês perfeitamente, requer um investimento mais alto. Hoje o passeio de três dias custa R$ 1.013 por pessoa e foi uma das coisas mais legais que fiz quando estive em Tóquio. O nosso primeiro encontro foi no charmoso bairro Sasazuka e fora do burburinho turístico, onde jantamos na casa do Brad, acompanhados de sua esposa e amigos. Só esse momento já foi pra lá de especial. A noite transcorreu regada a vinho, cerveja e muitas histórias, tanto do próprio Brad quanto dos amigos presentes. Para nossa surpresa, ainda tivemos a presença de um músico iraniano, que se juntou à nós, tocou música típica e nos deixou hipnotizados. Já sabíamos ali que o que vinha pela frente com certeza seria bom.

O nosso jantar na casa do Brad. Foto: Lalai Persson
Visitando templos escondidos com o Brad. Foto: Ola Persson
Embrenhando-se por pequenos bairros com o Brad. Foto: Ola Persson

Os dois dias seguintes foram percorrendo pequenos tesouros e os grandes bairros, como Shibuya e o centro nervoso da cidade, onde se encontram todos os grandes arranha-céus de da capital do Japão. Passear por Tóquio de bicicleta é obrigatório para quem quer desfrutá-la como local. O Brad nos mostrou templos escondidos, jardins, parques, bairros e contou muita história em volta de tudo que visitamos para entendermos a cidade. Nos dois dias tivemos almoço incluso, o primeiro num restaurante japonês super típico e rústico, no segundo num mais badalado e contemporâneo.

O primeiro almoço pós rodar um pedacinho de Tóquio de bike.
Eu pedalando por Tóquio. Foto: Ola Persson
Cortando os cabelos no cabeleireiro do Brad. Foto: Ola Persson

Foi ótimo o passeio estar disponível justamente na nossa chegada, pois assim pudemos entender melhor a cidade, e depois explorá-la diferentemente do que provavelmente faríamos. Fomos anotando os bairros que passamos e gostamos para voltarmos, além das preciosas dicas extras dadas pelo nosso simpático anfitrião. E então Tóquio se revelou uma cidade mais acolhedora, charmosa e rica do que parecia à primeira vista.

A Sarah, nossa guia musical em Tóquio. Foto: Ola Persson

Já nosso passeio Vinyl Mix com a australiana Sarah, que mora há mais de 20 anos no Japão, foi também bem especial. A impressão inicial que tivemos foi de algum amigo ter colocado a Sarah em contato conosco para nos dar uma ajuda em Tóquio. Nós a encontramos e não demorou muito para identificarmos vários pontos em comum e ter a impressão de que nos conhecíamos de longa data. Nossa primeira noite foi um jantar num restaurante, que provavelmente não conheceríamos se não fosse ela, em Shimo. Ela nos contou um pouco sobre sua vida e dia-a-dia no Japão, sua conexão com a música e um pouco sobre a cena da música eletrônica em Tóquio. Saímos do restaurante já nos sentindo amigos da Sarah. A noite fechou num bar quase secreto nas mediações de onde estávamos, frequentado somente por locais.

Nossa primeira parada: Weekend Records. Foto: Ola Persson

Decidimos que ao invés de termos a experiência dividida em mais dois dias, faríamos tudo em um dia só. Nós a encontramos logo após o almoço e passamos a tarde visitando suas lojas de discos favoritas em Shimo, onde enchemos as sacolas. No fim do dia, já exaustos pela bateção de perna, encerramos a tarde num bar super charmoso, onde pudemos discotecar nossas descobertas. Foi aquela festinha só para nós mesmos, sabe? Bem especial, que seria impossível tê-la sem a Sarah.

O Ola discotecando as compras feitas no dia. Foto: Lalai Persson
Eu com um dos achados na Disk Union. Foto: Ola Persson

Para fechar com chave de ouro, ela nos levou para jantar num restaurante em Shibuya super típico, que nem placa tem e é escondido numa viela, onde você só chega mesmo com ajuda de indicação. Não há menu em inglês e ninguém fala o idioma por lá. O jantar foi um verdadeiro banquete acompanhado de muito saquê e cerveja, além de comidinhas extras oferecidas como cortesia pelos simpáticos donos. A noite foi fechada num bar lotado ali por perto mesmo. A experiência acabou naquela noite, mas a Sarah ainda foi super fofa enviando dicas de festas, colocando nossos nomes em listas de descontos, até nossa partida de Tóquio. E esse desfecho todo não tem preço, pois sei que se eu retornar ao Japão poderei chamar a Sarah para uma cerveja gelada e uma esticada numa boa pista de dança recomendada por ela, claro. A experiência atualmente custa R$ 811 por pessoa e tem duração de três dias.

Achados graças ao Brad. Foto: Ola Persson

As experiências oferecidas pelo Airbnb atendem às mais diversas áreas. É possível fazer passeios específicos de arquitetura, design, gastronomia, esportes, música, artes e até impacto social. Atualmente são oferecidas mais de 800 experiências distribuídas em 19 cidades do mundo: Los Angeles, São Francisco, Miami, Detroit, Havana, Londres, Paris, Florença, Nairobi, Cidade do Cabo, Tóquio, Barcelona, Toronto, Seul, Roma, Cingapura, Nova Deli, Bangkok e Harlem. O Airbnb tem o objetivo de chegar em 50 cidades até o fim de 2017. As próximas a entrarem para a lista são Cidade do México, São Paulo e Buenos Aires são as cidades da América Latina que entram para a lista.

O mais bacana não é somente fazer as experiências, mas também explorar nossas habilidades pessoais para poder oferecê-las e transformá-las em um negócio rentável (e conhecer gente nova!). É apaixonado por gastronomia, música, arte ou esporte, e entende bem do assunto na cidade em que vive? Então porquê não criar um projeto e inscrevê-lo para oferecê-la aos viajantes? E o que não falta em São Paulo e Rio de Janeiro são experiências que só a gente que vive nelas consegue oferecer.

**Foto capa: Pedro Fortes

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

03 de April, 2017

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.