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Como foi o Primavera Sound 2015

Quem escreveu

Sarah Galvao

Data

11 de June, 2015

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Semana passada rolou o Primavera Sound 2015 e passamos muitos dias de música em Barcelona. O festival debutou e completou 15 anos com centenas de bandas de rock, soul, rap, eletrônico e muito mais, com nomes consagrados como Patti Smith e outros bem novos como Jungle.

Muita coisa mudou desde a primeira edição em 2001 no Poble Espanyol. Já há alguns anos no gigante Parc del Fòrum, o Primavera trouxe durante esses 15 anos para Barcelona gente como Lou Reed, Primal Scream, Cat Power, Justice, The Flaming Lips e muito mais. Esse ano os headliners foram The Black Keys, Ride, Alt-J, Patti Smith tocando “Horses”, Strokes, Interpol e Underworld, mas centenas de outras bandas fizeram a felicidade de quem foi.

Foto: Primavera Sound/Dani Canto
Foto: Primavera Sound/Dani Canto

Quer saber como foi cada dia e também descobrir os pontos altos e baixos do festival? Então acompanhe tudo aí embaixo para você se empolgar e já comprar os ingressos do Primavera Sound 2016!

Primeiro dia

Durante o dia, conferimos o show da Thurston Moore band e foi um prato cheio para quem é fã de Sonic Youth. Thurston contava com membros da sua ex-banda e de quebra com a baixista do My Bloody Valentine, Debbie Googe. Foi bom demais. Chet Faker e Jungle foram outros nomes do dia que também empolgaram a galera. Já o esperado show do Spiritualized infelizmente não levantou muito os ânimos do público, que começou a debandar para os outros palcos.

Anthony and the Johnsons fez um show lindo com projeções de Butoh (um estilo de dança japonesa pós segunda-guerra, com máscaras para esconder os rostos queimados, bem dramático e obscuro) no palco Heineken, o maior do festival. Os comentários gerais foram que um show tão emocionante deveria ter rolado em um palco menor, talvez no auditório fechado.

O Butoh do Anthony and the Johnsons. Foto: Primavra Sound/Eric Pamies
O Butoh do Anthony and the Johnsons. Foto: Primavra Sound/Eric Pamies

Um dos shows mais esperados da noite foi o Black Keys, que deixou totalmente a desejar. O som do palco Primavera estava baixo e abafado e muitas pessoas ficaram decepcionadas. Depois disso, rolaram horas incríveis para quem gosta de eletrônico. Na quinta-feira tocaram Richie Hawtin, Simian Mobile Disco, Roman Flugel e Gui Boratto. Bem puxado para quem ainda tinha dois dias de festival pela frente.

Segundo dia

Algumas pessoas que curtiam os shows de quinta-feira até o último minuto não tiveram pique para o segundo dia. Apesar de ser uma sexta-feira, o Parc del Fòrum estava longe de estar lotado.

O show do Ride emocionou os indies que estavam presentes com vários clássicos no set list. Patti Smith foi outra que deu um show, tocando “Horses” do início ao fim. Já o Belle e Sebastian agradou e animou bastante a galera com seu famoso número de chamar gente da platéia para dançar no palco.

Patti Smith tocando Horses. Foto: Primavera Sound/ Eric Pamies
Patti Smith tocando Horses. Foto: Primavera Sound/ Eric Pamies

Também foi o dia das riot grrrls com shows do Sleater Kinney (a banda da Carrie Brownstein do seriado Portlandia) e The Julie Ruin, banda da Kathleen Hanna do Le Tigre. Porém o show mais esperado da noite para a maioria era o Alt-J no palco Heineken. A galera empolgada cantava as músicas, porém muitos ficaram insatisfeitos com a falta de presença de palco dos caras. Dos 3 dias de festival, esse foi o dia mais morno de todos.

Momento Riot Grrrl com Sleater Kinney. Foto: Primavera Sound/ Eric Pamies
Momento Riot Grrrl com Sleater Kinney. Foto: Primavera Sound/ Eric Pamies

Terceiro dia

O último dia do Primavera é geralmente o mais esperado. Patti Smith e The Vaselines fizeram shows em lugares menores e quem assistiu teve que encarar uma fila para garantir os ingressos, já que aconteceram em palcos fechados e com capacidade limitada.

O show do Mac de Marco foi super divertido e eles mandaram uma cover de “Yellow” do Coldplay. Foxygen foi bem fofo e deixou a galera satisfeita. Interpol fez um show super bacana apesar de algumas desafinadas do Paul Banks mas todo mundo se emocionou com “Slow Hands”. Depois da última música “Stella was a diver and she was always down”, foi hora de todo mundo migrar para o palco Primavera para o show dos Strokes. Com muitos hits e um Julian Casablancas irreconhecível tanto no figurino como fisicamente, muita gente saiu decepcionada do show porque os Strokes não têm mais a energia de outrora. Ainda bem que o próximo show no palco Heineken (o em frente ao Primavera) deixou todo mundo dançando. O Underworld fez uma performance que levou a galera ao delírio do início ao fim, fechando com chave de ouro com o hino “Born Slippy. Já cansada, a multidão migrou para o palco Ray Ban para o show do Caribou, que estava lotadíssimo porém lindo.

Fechando (o meu) Primavera com Caribou. Foto: Primavera Sound/ Xarlene
Fechando (o meu) Primavera com Caribou. Foto: Primavera Sound/ Xarlene

Já eram 4 da manhã e depois de 3 dias intensos de festival, encontros e desencontros com gente que veio do Brasil e outras partes do mundo, foi hora de voltar para casa e abraçar o travesseiro.

Bônus

A festa foi até domingo no Parque da Ciutadela. Domingão ensolarado, muita gente fazendo picnic e shows grátis de algumas bandas como o The Ghost of a Saber Tooth Tiger, do Sean Lennon e Charlotte Kemp. Se todo domingo fosse assim, não ia ter como ter deprê.

Sean Lennon tocando grátis no Parque da Ciutadela. Foto: Primavera Sound/ Dani Canto
Sean Lennon tocando grátis no Parque da Ciutadela. Foto: Primavera Sound/ Dani Canto

 

5 Pontos altos do Primavera 2015 (além da música)

  • A quantidade de gente. Apesar de contar com milhares de pessoas, era muito tranquilo transitar entre palcos e também assistir aos shows. Zero muvuca.
  • As lojinhas de disco. Para quem quer comprar vinis, é impossível sair de mãos abanando.
  • O visual que durante o dia deixa todo mundo num clima de amor. A placa solar gigante à beira do mar é linda de morrer.
  • A oferta gastronômica estava melhor esse ano. A comida ainda está longe de ser maravilhosa, mas tinham muitas barracas espalhadas pelo parque e alguns eram de food trucks e restaurantes mais famosinhos na cidade.
  • As filas do banheiro feminino, que são bem rápidas.

3 pontos fracos do Primavera 2015

  • O som em alguns palcos, principalmente o Primavera, um dos maiores. Faltou pegada no show do Black Keys porque estava muito abafado. O mesmo aconteceu com outros concertos.
  • O preço da cerveja. Nos pontos de venda móvel da Heineken, um copo custava entre 6 e 11 euros. Nas tendas fixas, a partir de 3,50. Com o patrocínio da Heineken, um preço mais amigável cairia bem.
  • A caminhada entre um palco e outro. O tempo perdido indo de palcos como o ATP ou Pitchfork para o Heineken e Primavera é gigante e muito cansativa. Depois de 3 dias consecutivos de festival, as pernas não aguentam mais.

Ou seja, com 5 pontos altos além da boa música, localização e comodidade que a gente falou nos motivos para ir ao Primavera e 3 negativos somente, o saldo é super positivo. Fique de olho na pré-venda para o Primavera 2016 e vá para Barcelona!

Quem escreveu

Sarah Galvao

Data

11 de June, 2015

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Sarah Galvao

A Sarah morou em 5 cidades diferentes nos últimos 9 anos, seja a trabalho ou no sabático que tirou em Barcelona. Na hora de planejar uma viagem, gasta 70% do tempo pensando onde vai comer, porém tenta queimar as calorias conhecendo as cidades de bike . Já teve que renovar passaporte por falta de espaço para novos carimbos mas ainda tem a África e Oceania como pendências.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.