Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Ame ou odeie, um dia ou outro você vai acabar passando por Orlando. Seja para levar seus filhos, seus sobrinhos, afilhados ou para matar essa vontade secreta que todos nós temos de passar alguns dias como criança. Com a baixa do dólar dos anos 90, as muitas opções de pacotes parcelados em mil vezes e a freqüência grande de vôos diretos, a pequena cidade da Flórida virou um quintal de brasileiros nas últimas décadas. Isso, claro, tornou o destino cafona, e hoje tem gente que não admite nem pensar em passar por lá. Mas quem engolir o choro e encarar a empreitada, pode realmente se divertir bastante.
Tem quem queira ver as princesas da Disney, quem quer andar nas montanhas-russas mais radicais, ou aqueles que querem mesmo é fazer compras. Orlando é um programa para a família, e tem coisa para fazer para todas as idades. Com uma boa programação, e evitando as roubadas, não tem quem não curta a terra do Mickey.
Não vá para Orlando esperando ver a cidade. A verdade é que poucas pessoas realmente vão até o centro, que é pequeno e bem pouco interessante. A ‘magia’ toda acontece mais ao sul, em uma área com cara de subúrbio calmo, mas que fervilha de turistas o ano inteiro. O aeroporto internacional, inclusive, fica ali por perto, fazendo tudo ficar ainda mais fácil. O preço disso é que tudo parece um pouco artificial. Tudo tem uma cara de cenário, feito para agradar ao máximo de gente possível, o que quer dizer que nada tem muita personalidade.
A língua oficial dos EUA é o inglês, mas em Orlando ela foi substituída pelo português. Brincadeira, claro! Mas com o fluxo assustador de brasileiros, realmente a maioria das grandes lojas já colocou pelo menos um vendedor que fala português para ajudar. A invasão tupiniquim é tão grande que quem ficar saudosista com a terrinha encontra por lá coisas como Jaber e Giraffa’s e Casa do Pão de Queijo.
As temperaturas por lá podem variar muito, e isso acaba influenciando definitivamente na tua visita. No inverno, a média diária pode ficar na casa dos 20 e poucos graus em dias quentes, e cair para a faixa dos 10 a 15 nos frios. Talvez por isso, a época do Natal não é a mais cheia, e pode ser bem agradável para quem vai aos parques. O verão, em compensação, é uma loucura. As temperaturas batem os 40 graus com freqüência, o que faz as filas no sol serem uma tortura. E que filas! Nessa época os americanos baixam em peso e tudo fica bem mais complicado. Melhor mesmo são as meias-estações, quando tudo fica mais tranqüilo.
Quem tem boca vai a Roma. Mas em Orlando, mais do que boca você vai precisar de muita perna, e paciência. Dá para circular pela cidade de ônibus? Dá, mas dá um trabalhão. O sistema da cidade é todo montado pela empresa Linx. Toda a área dos hotéis e parques é coberta por 6 ou 7 linhas, e as viagens são baratas (US$2 por uma viagem, US$4,50 pelo dia todo e US$16 pela semana). Mas as distâncias são enormes, as viagens demoram, e a chance de você não ter um ponto perto é considerável. Alguns hotéis oferecem linhas próprias circulares que levam até os parques e o aeroporto, então melhor se informar bem.
Pelos mesmos motivos, depender exclusivamente de taxis pode ser um transtorno. Você vai acabar gastando muito com as viagens longas, e pode acabar na mão se for depender de chamar um taxi no meio da rua. Os parques tem sempre um ponto na saída, mas na cidade eles não são tão comuns. Também existe um sistema de trólebus que faz um caminho pela International Drive, Universal e Sea World que é gratuito e conveniente, mas no caminho ele faz 42 paradas.
O melhor mesmo é alugar um carro. Os preços de aluguel nos EUA são bem convidativos se comparados aos da Europa, o trânsito é bem calmo e organizado, e tem estacionamento em absolutamente todos os lugares. No próprio aeroporto você encontra quase todas as operadoras e sai de lá dirigindo. O carro também é uma mão na roda quando você vai fazer compras, porque você pode de vez em quando deixar suas sacolas nele, e não tem que ficar carregando tudo o dia todo. Só garanta um bom GPS (ou 3G no celular) para não se perder nas autoestradas, e peça um tag de pedágios para não ter que ficar contando moedinha em cada parada. Nós tivemos o apoio da Avis, que nos ofereceu um carrão com um precinho, que foi ótimo para caber todas as malas sem apertar ninguém. A loja fica dentro do aeroporto mesmo, e você desce do avião já sai dirigindo, sem drama.
Mais ou menos 70% do que tem para fazer em Orlando fica ao redor da International Drive, uma avenida longuíssima, e ladeada por hotéis e restaurantes. O bom de se hospedar lá é que tudo fica mais ou menos à mão. E opção é o que não vai faltar. Só tome muito cuidado com preços muito baixos. Dá para achar acomodação por menos de R$70 por noite, mas além de você correr o risco de se deparar com um muquifo, recentemente muitos casos de roubos organizados a quartos de hotéis, e que raramente são solucionados. Tem até página específica para se informar sobre os casos ocorridos.
Para famílias e grupos grandes, alugar um monte de quartos pode não ser a melhor opção. Você acaba sem ter um espaço de convívio íntimo, e fica todo mundo espalhado pelos corredores. Alguns hotéis tem opção de quartos familiares. Geralmente, esse tipo de quarto tem duas suítes, uma sala bem espaçosa com um sofá cama e cozinha. Acaba saindo bem barato. Outra opção também é alugar uma casa. Em Kissimmee, cidade vizinha e bem próxima, dá para achar verdadeiras mansões, com sala de jogos, piscina aquecida e outras comodidades.
Quem for se dedicar mais aos parques da Disney pode procurar os hotéis do complexo deles. São muitos, geralmente muito bons, mas bem caros. As vantagens de se hospedar lá é que você tem acesso a todo o sistema de transporte do complexo gratuitamente (monorail, ferry boat, taxi aquático e ônibus), tem alguns dias na semana de horas a mais nos parques, e acesso a comodidades como o campo de golfe. Se você for para lá para dar umas tacadas, se joga. A Universal também tem algumas opções de resorts próprios.
Talvez um dos maiores problemas de Orlando seja justamente a alimentação. Uma cidade tão voltada para turistas, e principalmente para a família, não é de se estranhar que não existam bons bares e restaurantes. A grande maioria deles é do tipo cadeia, mesmo os que não são realmente fast-food. Então, quem nunca experimentou um Red Lobster, um Olive Garden, Outback ou Hard Rock Café, talvez essa seja uma boa oportunidade. Mas quem quiser fugir deles com vampiro da cruz, também existem alguns achados.
Na entrada dos parques existem verdadeiros complexos de entretenimento noturno, repletos de restaurantes, lanchonetes e cafés. Junto também tem lojas, cinemas e até boliche. A Disney está em eterna reforma do Downtown Disney (parece que vai até 2016), e por enquanto a melhor opção é o Disney’s Boardwalk. De lá, dá para sentar em algum bar do lado de fora e assistir à queima de fogos do Epcot Center de graça. A Universal tem na entrada dos seus dois parques o CityWalk, que fica bem agitado à noite. O estacionamento cai de US$17 para US$5, e as opções são realmente boas.
Os restaurantes mais bacanudos estão geralmente dentro dos hotéis mais chiques. Mas tente reservar com bastante antecedência e prepara o bolso, pois vai gastar parte do que economizou nos outlets. Se, por outro lado, quiser economizar bastante, muitos restaurantes cobram uma taxa fixa e você pode comer a vontade nos buffets enooormes, com saladas, massas, pizzas, sopas, muffins, sorvetes, doces, sucos e refrigerantes. Essa taxa é bem baixa e a quantidade de comida é absurda.
E outra boa opção é investir nos mercados. Além de um monte de coisa que a gente não tem por aqui e fica babando quando vai para lá, a comida de mercado americana é do tipo que você só coloca em um bom forno elétrico e está pronto. E recentemente o maravilhoso Whole Foods chegou a Orlando, com opções de comidas prontas deliciosas e minimamente saudáveis.
Não esqueça das gorjetas. Como em todo Estados Unidos, os garçons esperam sempre que você dê a caixinha. Vale a regra de 10% para serviço ruim, 15% para um serviço decente, e 20% para quando for bem atendido.
Tudo começou em 1971, quando o Sr. Walt resolveu fincar o pé em uma planície ao lado do lago Buena Vista, e lá construiu o Magic Kingdom, o principal parque da Disney, e estopim da cidade que conhecemos. Hoje Orlando recebe cerca de 59 milhões de visitantes por ano, o que faz dela a cidade mais visitada dos Estados Unidos (sim, à frente de Nova York). E pode ter certeza, a grande maioria está lá para ir aos parques de diversões. Eles são muitos, uns pequenos e simples, e outros formas grandes complexos com temas variados.
A melhor coisa que você pode fazer para evitar stress é comprar seus ingressos todos pela internet antecipado, e imprimí-los em casa. A entrada dos parques sempre tem filas, mesmo para quem só vai retirar os já pagos. Com eles impressos, você vai direto para o portão, passa o código de barra e pronto. Lembre-se também de escolher o ingresso certo. Todos os parques tem opções variadas como tickets de 1 dia-1 parque, 1 dia-2 parques, dias múltiplos park-to-park, e por aí vai. Os valores também caem bastante quando você compra combos. Todos os parques tem vendas de ingressos online (aqui, aqui e aqui), e os preços também são mais caros se comprados no guichê.
Junto com o ticket, você pode também desembolsar mais umas 20 doletas e comprar um fast-pass, um acesso direto aos brinquedos sem fila. Se não quiser gastar, alguns parques também oferecem 1 único pass por dia para todos mundo que entrou. Você vai até o brinquedo que quer agendar com o ingresso, marca o horário e volta só quando der a hora. Use com sabedoria. Outra forma de economizar tempo é usar as filas de single rider. Você vai por uma fila paralela e chegando lá na frente eles te colocam nos lugares vazios que sobraram nos carros. Mas essa opção só existe em brinquedos com carros longos, tipo montanha-russa.
Nos brinquedos mais agitados, eles recomendam que você não entre com nada nos bolsos, e claro, bolsas são proibidas. Mas a maioria deles tem lockers na entrada, e em alguns parques esses lockers são gratuitos por até 30, 40 minutos. E tudo com digital, então não precisa se preocupar em não perder a chave.
Comida lá dentro é cara e muitas vezes bem ruim. A grande excessão é a área dos pavilhões da Epcot Center, que tem gastronomia de vários lugares. Você pode levar um sanduíche na mochila se quiser, e também uma garrafinha plástica para encher nos muitos bebedouros. Fumar só é permitido em áreas específicas demarcadas.
No verão, os parques aquáticos são uma ótima opção para se refrescar do calor. Só não esqueça de levar um chinelo, porque o asfalto e as escadas ficam muito quentes. E mulheres devem evitar usar o tradicional biquini brasileiro. Além de causar espanto entre as outras nacionalidades, você pode acabar pagando peitinho, ou bundinha, em alguma descida mais radical.
O foco de uma viagem dessas é sempre os pequenos. Mas algumas medidas simples podem te safar de um verdadeiro pesadelo. Crianças muito pequenas podem se perder facilmente no meio de tantos parecidos. O melhor é sempre deixá-los com uma etiqueta com nome, nome do hotel e telefone de contato. Aluguel de carrinho e berçários tem por toda parte, então isso não é um grande drama. Outra coisa boa para se fazer é sempre ter uma troca de roupa. Alguns brinquedos jogam água e molham para valer.
Nos brinquedos é bom sempre verificar a altura e o peso mínimos necessários para levar o pequeno e não pegar uma fila desnecessária. Se ele não puder ir, mas os pais não quiserem perder e não tiver com quem deixá-lo, procure o child swap, uma área de espera onde um pai fica com o filho enquanto o outro vai, e depois trocam de lugar.
E se quiser chegar até o cair da noite, para a criançada ver as paradas iluminadas e as queimas de fogos, melhor não chegar tão cedo. Além de você pegar mais filas, os pequenos ficam mais cansados e provavelmente não vão aguentar por muito tempo.
Nos últimos anos, Orlando acabou virando destino corriqueiro de brasileiros não só pelos parques, mas também pelas compras. Miami foi desbancada nesse processo, porque as lojas de brasileiros andaram caídas, os outlets são muuuito longe, e claro, o preço dos hotéis é muito mais alto. Isso quer dizer que os vôos voltando de Orlando viraram uma muamba só. Parece que as pessoas estão se armando para o fim do mundo. Mas acontece que Orlando tem realmente muitos outlets, facilidade para achar as grandes lojas de rede (Best Buy, Bed Bath & Beyond, Home Depot, Walmart, etc.), e como já dissemos, atendentes que falam português. Assim fica difícil segurar o cartão de crédito.
Os outlets mais conhecidos são o Orlando Premium Outlet do norte e do sul. Isso porque cada um fica em uma extremidade da International Drive. São como enormes shoppings ao ar livre, com lojas gigantes das marcas liquidando tudo que é possível. Mas é bom saber o preço real das coisas porque nem sempre os descontos valem mesmo a pena. Mas se você pegar a temporada de sale, como no black friday ou depois do Natal, toma um ansiolítico antes de ir, porque é de enlouquecer. Cada dia que passa fica tudo mais barato ainda, e a cada compra que você faz, eles te dão algum cupom de desconto para você comprar mais. Os estacionamentos são enormes também, mas em horários de pico (fim de tarde) pode ser bem chato achar uma vaga. E preste atenção que as lojas dos dois outlets não são iguais.
Fora isso, em Orlando também tem dois shoppings de verdade, e gigantes: o Mall at Millenia, mas elegante, e o Florida Mall, mais povão. Se quiser fugir de shopping, o centro tem algumas opções de compras mais diferentonas, como o Flea World, o maior mercado de pulgas do país, e o Renninger’s Antique, uma grande feira de antiguidades e pulgas com coisa de melhor qualidade.
Os impostos por lá ficam entre 6 e 7%, o que quer dizer que está entre os menores dos EUA. Essa taxa não está nos preços anunciados, então sempre conte com um extrinha em cima do valor anunciado.
Apoio:
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsMuito bom o texto! Porém gostaria de fazer umas observações, pois já trabalhei como Cast Member na Disney duas vezes. O Downtown Disney agora se chama Disney Springs, com milhares de restaurantes e lojas novas. Seria legal atualizar o texto. O fast pass citado vendido por 20 dolares é encontrado somente na Universal, porém o preço hoje em dia é cerca de 90 doláres. Na Disney não é necessário comprar o fast pass, você consegue pegar de graça, 3 por dia. Os ingressos impressos não são mais permitidos, então caso compre-os pela internet, você precisa trocar em um Guest Relations por um ingresso de cartão ou por uma magic band, uma pulseira que inclui outros benefícios além do seu ingresso, como cartão de credito e chave do quarto. É isso! Parabéns pelo conteúdo de vocês.
Opa, vamos atualizar. Ele realmente é um pouco antigo. Obrigada pelas dicas :)
Muito bom o texto! Porém gostaria de fazer umas observações, pois já trabalhei como Cast Member na Disney duas vezes. O Downtown Disney agora se chama Disney Springs, com milhares de restaurantes e lojas novas. Seria legal atualizar o texto. O fast pass citado vendido por 20 dolares é encontrado somente na Universal, porém o preço hoje em dia é cerca de 90 doláres. Na Disney não é necessário comprar o fast pass, você consegue pegar de graça, 3 por dia. Os ingressos impressos não são mais permitidos, então caso compre-os pela internet, você precisa trocar em um Guest Relations por um ingresso de cartão ou por uma magic band, uma pulseira que inclui outros benefícios além do seu ingresso, como cartão de credito e chave do quarto. É isso! Parabéns pelo conteúdo de vocês.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.