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Se três quartos do planeta Terra são compostos por oceanos, por que escolher Fernando de Noronha para as suas férias?
Primeiro, porque é muito bom viajar sem converter moeda, sem se preocupar se vão entender o seu inglês ou se aquele ingrediente que você leu no cardápio era aquilo mesmo que você imaginava. Férias, lembra? Servem para desligar um pouco a mente. E no caso de Noronha, para fazer detox de Internet também, pois o wi-fi é fraco por lá.
Além disso, Noronha tem menos de três mil habitantes. São admitidos, no máximo, 700 visitantes por dia e a única estrada asfaltada da ilha tem 7 Km. A natureza é tudo que Noronha oferece. Prepare-se para relaxar como nunca e querer voltar como sempre.
Apenas as companhias aéreas Gol e Azul voam para lá, saindo de Recife ou Natal. Os voos chegam e partem por volta das 16h, para dar tempo do Brasil inteiro pegar sua conexão.
O clima é o que você espera do Nordeste: quente o ano inteiro, com uma brisa suave, seco no verão e chuvoso no inverno. A baixa temporada, por outro lado, garante bons descontos e no verão dá para surfar algumas das melhores ondas do Brasil.
É caro, sim. Passagem, hospedagem, passeios, mergulhos… só as refeições que não parecem tão caras, principalmente para quem mora nas grandes capitais brasileiras. Prepare-se para pagar R$ 5,50 num litro de gasolina, R$ 180 num aluguel de buggy (um carro tão tosco que sequer porta tem, você pula dentro dele) e R$ 500 numa saída com dois mergulhos. Mas uma tapioca deliciosa é barata e serve como jantar, a praia é gratuita e a única linha de ônibus da ilha funciona muito bem e custa R$ 3,00.
Sabe aquela frase “as únicas coisas garantidas na vida são a morte e os impostos?” Isso é ainda mais verdade em Noronha. Paga-se uma taxa diária de preservação ambiental ao IBAMA para permanência no arquipélago. O pagamento pode ser feito antecipadamente pelo site www.noronha.pe.gov.br ou então no aeroporto, logo após o seu desembarque. É necessário fazer uma carteirinha para visitar as atrações do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, no valor de R$ 75 para brasileiros e R$ 150 para estrangeiros. A carteirinha é válida por até 10 dias de visitação no Parque e o pagamento pode ser feito via internet (www.parnanoronha.com.br) ou em um dos postos de atendimento na ilha. Mesmo pagando com antecedência, é necessário ir a um dos postos com o comprovante para receber sua carteirinha. Mas não desanime com o pagamento dessas taxas. Elas valem cada centavo.
Tem de tudo em Noronha: de pousadas domiciliares – basicamente, quartos na casa de ilhéus – a pousadas a R$ 3 mil a diária. Boas opções são:
Pousada Germana: é básica – mas muito melhor que as hospedagens domiciliares – e os quartos têm varandinha com rede, ar condicionado e frigobar. O atendimento é atencioso e o café da manhã tem tapiocas deliciosas. Bem no meio da Vila dos Remédios. Endereço: Rua Mestre Gouveia, 390, Fernando de Noronha (81) 4042-1778.
Suzimar: outra pousada simples e familiar, perto do centrinho da vila, onde você é atendido pelos donos, que se desdobram para agradá-lo. Mas corre para reservar, porque só tem dois quartos! Endereço: Alameda Pau Darco – Floresta Nova, Fernando de Noronha. (81) 9637-0063
Naiepe: talvez seja o melhor custo benefício da ilha: barata, bem localizada na Floresta Nova, mas escondida em meio à mata. São apenas quatro quartos. Servem um chá da tarde à disposição quando você chega da praia. Endereço: Alameda das Acácias, 555 – Vila Floresta Nova, Fernando de Noronha. (81) 9783-5080
Beco de Noronha: um pouco mais cara, no fim de uma rua na Floresta Nova, esta pousada tem ofurô, espaço zen e também oferece chá da tarde. O staff é uma fofura só e deixa até bilhetinhos no quarto dos hóspedes. Endereço: Alameda das Acácias, 3 – Floresta Nova, Fernando de Noronha. (81) 3619-1568
Colina dos Ventos: fica um pouco distante do centro – em compensação, a vista é espetacular e bem silenciosa. As varandas têm rede e o café da manhã é maravilhoso. Endereço: Estrada da Colina, 06 – Vila do Trinta, Fernando de Noronha. (81) 3619-1257
Triboju: é um excelente lugar para lua-de-mel. Os bangalôs no meio da mata têm decoração temática, são discretos e requintados. Dá para pedir o jantar no quarto, em sistema de menu confiance. Endereço: R. Amaro Preto, 133 – Floresta Velha, Fernando de Noronha. (81) 3619-1313
Teju Açu: é mimo puro. Bangalôs com varanda, amenities L’Occitane e cafeteira no quarto. O serviço é impecável e casais com crianças adoram essa pousada. Endereço: Estrada da Alamoa, s/n – Boldró, Fernando de Noronha. (81) 3619-1277
A Baía do Sancho é realmente tudo aquilo que você imaginou. E com pouquíssima gente, porque o acesso é por meio de uma escada numa fenda, não recomendável para claustrofóbicos. Papo de meia dúzia de pessoas em dois quilômetros de praia.
Já a Baía dos Porcos – a praia com os morros Dois Irmãos, o cartão postal do arquipélago – fica bem mais cheia, porque a faixa de areia é de apenas 100 m. A Cacimba do Padre, pico dos surfistas no verão, é logo ao lado e fica bem mais tranquila. O Boldró é outro oásis com algumas piscininhas naturais, pouquíssima gente, e pode ser conjugado com uma visita ao Projeto Tamar.
Com exceção da Conceição, a praia “urbana” de Noronha, não existe infra-estrutura em nenhuma das praias. Leve água, comida e filtro solar. É na praia da Conceição que rola aquele social de fim de tarde para ver o pôr-do-sol, com uma caipirinha preparada pelo bar Duda Rei. Locais e turistas também se divertem no slackline e no vôlei (com rede) por lá.
Se pudéssemos dar só uma dica seria: contrate um guia para nadar com você na praia do Sueste, o que custa módicos R$ 50 por 50 minutos. O mergulho de cilindro é uma pequena fortuna, mas dá para ver muitos animais, e muito mais de perto, nesse snorkel bobinho no Sueste. A praia em si não é nada de mais, mas no mar tem tartarugas, polvos, lagostas e tubarões. Achamos bom você não ter medo de tubarões e, principalmente, achamos bom você não ter medo a ponto de querer tocar neles. Aí os tubarões é que se sentirão atacados.
Outro snorkel super legal de fazer é gratuito e fica na praia do Porto de Santo Antônio. Sim, recomendando mergulhar no porto da cidade – muito mais limpo que 95% das praias onde você já esteve. A 50 m da praia há um naufrágio grande e raso, bem legal para explorar de snorkel – que pode ser alugado lá. E mais tartarugas! Aliás, no porto rola uma palestra com pesquisadores do Projeto Tamar, que monitoram as tartarugas da região e explicam uma aos turistas o tratamento dado aos animais e os objetivos do Projeto.
Mergulhão: é um restaurante lindo, com uma super vista para o porto, bons drinks e comida gostosa. Recomendamos muito o peixe empanado em castanhas. Há um lounge ao ar livre para beber aquele drink no fim de tarde e um chuveirão para tirar o sal do corpo antes do almoço. Peça entrada, prato principal e sobremesa e fique lá por horas. Até o cafezinho de lá é cheio de charme. Endereço: Porto Santo Antonio, s/n , Porto Santo Antonio. (81) 3619-0215. Horários: Diariamente, das 8 às 17h.
Xica da Silva: comida brasileira sofisticada com ingredientes típicos da região e um bom PF. Peça uma caipifruta para abrir os trabalhos, o peixe mestiço como prato principal e a melhor sobremesa de Noronha, com sorvete e doce de leite. Endereço: Avenida Al Das Acacias, 11, Floresta Nova. (81) 3619-0437.
Cheiro Verde: excelente custo benefício perto do Projeto Tamar. A moqueca é excelente, os pratos são bem servidos, o atendimento é super simpático e o restaurante oferece transfer grátis. Endereço: Rua Eurico Cavalcante, 238, Boldró. (81) 3619-1331. Horários: Diariamente, das 12 às 23h.
Pousada Triboju: tem outro restaurante excelente. Peça o risoto de limão siciliano ou a cauda de lagosta. Endereço: R. Amaro Preto, 133 – Floresta Velha, Fernando de Noronha. (81) 3619-1313. Horários: a partir das 6h30. Serve café da manhã, almoço e jantar.
O Pico: tem um excelente almoço executivo e é uma boa opção para quem cansou de moqueca – pense em ceviche, risotos e bruschettas. Os drinks são bem elaborados e, se você for no almoço, ganha de brinde a vista do Sueste. A loja, com roupas, acessórios e artesanato regional, é uma graça. Endereço: O Pico está localizado ao lado da escola de Fernando de Noronha, no bairro de Floresta Nova. (81) 3619 1377
O pôr-do-sol no Forte de Nossa Senhora dos Remédios é lindo. De lá, é possível avistar a vila, a praias do Meio e Conceição e o Morro do Pico. A subida é íngreme, então saia um pouco mais cedo para caminhar devagar.
As palestras do Projeto Tamar são super legais e os pesquisadores, muito simpáticos. Cada dia da semana tem um tema diferente: vida na ilha, tartarugas, golfinhos rotadores e tubarões. Às segundas e quintas-feiras, os biólogos saem na captura e marcação das tartarugas na Baía do Sueste e permitem que turistas acompanhem este trabalho.
Outra atração imperdível do Tamar é a soltura dos filhotes, durante a temporada reprodutiva, que vai de janeiro a junho. Em geral, a soltura acontece no final da tarde, às 17h30, antes do pôr-do-sol. A atividade é restrita a poucos visitantes por dia. Informe-se sobre a agenda da atividade na sede do ICMBio assim que chegar na ilha.
Além de peixes, tartarugas e golfinhos, outro animal super importante em Noronha é o cachorro. O Bar do Cachorro, mais especificamente, onde às quartas e sábados rola um forró imperdível. Por mais que você não seja forrozeiro de coração, vai curtir muito. As músicas são clássicos do gênero (Alceu Valença, Luiz Gonzaga), o ambiente ao ar livre é gostoso e a localização é ideal: no centro, mas em frente ao mar. É no Cachorro que todo mundo se encontra – locais, turistas e o povo que está trabalhando lá temporariamente. Já o reggae que rola no fim de semana ao lado da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios é sem graça e não merece a noite de sono mal dormida. Bar do Cachorro: Terminal Turístico do Cachorro, s/n – Fernando de Noronha (81) 3619 1229
Uma caminhada legal para fazer é na Ponta das Caieira, perto do porto. A Capelinha de São Pedro, o santo protetor dos pescadores, é uma fofura, com belos entalhes de madeira na porta e está esperando sua foto para o Instagram. Por uma trilha mais ou menos aberta na mata, é possível caminhar até um morro que termina numa piscina natural, onde os filhotes de tubarões vêm se abrigar ao cair da tarde. Dê uma olhada na formação rochosa chamada Buraco da Raquel e termine o passeio no Museu do Tubarão – é simples, mas gratuito e interessante. E tem bolo e café gostosos.
Falando em caminhada, prepare-se para alugar um buggy ou jipe (as únicas opções disponíveis) ou caminhar bastante por estradas e ruas não asfaltadas. A única estrada pavimentada é a BR. As distâncias não são longas – mas o calor, o piso irregular e os aclives e declives de uma ilha vulcânica podem ser cansativos. Sugerimos alugar buggy por alguns dias, para ir aos locais mais distantes e conjugar ônibus e caminhada para os pontos mais centrais.
Madrugue para ir à Baía dos Golfinhos, pois os mamíferos aparecem por lá cedo, a partir das 6h30. Nesse mirante, no Parque Nacional Marinho, dois estagiários do Projeto Golfinho Rotador catalogam o comportamento dos animais e respondem simpaticamente às suas perguntas. Há, inclusive, binóculos à disposição. Avistam-se vários golfinhos – infelizmente, bem de longe. Mas vale o passeio.
Noronha é também o melhor lugar para mergulhar no Brasil, pois a água é quente, a vida marinha é abundante e a visibilidade chega a 50 metros. Há três operadoras e os pontos de mergulho são definidos no dia, conforme as condições do mar. É lindo, mas muito caro em comparação às mecas mundiais de mergulho. A vantagem é que aí sim, dá para ver golfinhos de pertinho!
*Foto destaque: Baía dos Porcos – flickr/Leandro Macedo Gonçalves
Agradecimentos especiais à Luciana Guilliod pelas ótimas dicas :-)
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.