Berlim 24 horas

O dia-a-dia de quem mora em Berlim com dicas culturais, gastronômicas e de passeios para todos os gostos e bolsos.

Decoding

Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.

Festivais de música

Os melhores festivais de música do Brasil e do mundo num só lugar.

Fit Happens

Aventura, esporte, alimentação e saúde para quem quer explorar o mundo.

Quinoa or Tofu

Restaurantes, compras, receitas, lugares, curiosidades e cursos. Tudo vegano ou vegetariano.

Rio24hrs

Feito com ❤ no Rio, para o Rio, só com o que há de melhor rolando na cidade.

SP24hrs

Gastronomia, cultura, arte, música, diversão, compras e inspiração na Selva de Pedra. Porque para amar São Paulo, não é preciso firulas. Só é preciso vivê-la.

SXSW

Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

SXSW EDU: O futuro da educação

Quem escreveu

Sheylli Caleffi

Data

11 de March, 2023

Share

Participei do SXSW EDU, em Austin, e o que eu posso adiantar é que responsabilidade será uma diretriz importante na educação! Responsabilidade social, responsabilidade com a saúde mental dos estudantes e com o aprendizado baseado em evidências – porque pasmem, o negacionismo também invadiu a educação e isso não será mais aceito no mundo.

Em “The Right to Read”, filme que estreou no festival ontem, profissionais da educação se reúnem pra exigir o direito básico à leitura, que em muitos lugares nos Estados Unidos é ensinado com métodos ultrapassados que prejudicam as crianças, especialmente as não brancas.

Outros profissionais discutem como lidar com a censura. Em determinados estados é proibida a discussão de identidade racial nas escolas ou qualquer abordagem com a palavra gay. A palestra do Paul Emerich France foi primorosa nesse assunto. Ele é autor do livro “Reclaiming Personalized Learning: a pedagogy for restoring equity and humanity in our classrooms”

Paul Emerich France / foto divulgação

Paul France dividiu conosco as estratégias para criamos turmas mais humanas e fortalecermos a equidade no mundo através da educação:

  • Seja construtivista, crie estratégias,
  • Seja parceiro, aproxime-se das instâncias de liderança e trabalhe junto;
  • Seja ativista, fale sempre sobre injustiças que você encontrar no currículo;
  • Seja lobista: escreva para a diretoria das escolas mas também para o governo e encoraje as pessoas a fazerem o mesmo
  • Seja questionador: faça muitas perguntas, as vezes as pessoas não sabem porque estão fazendo o que estão fazendo
  • Seja co-conspirador: pergunta as pessoas marginalizadas como elas querem receber suporte e quando elas falarem, faça o que estiver ao seu alcance pra que se sintam apoiadas
  • Seja pioneiro: tente novas coisas, Tenha coragem pra tomar riscos e cometer erros e compartilhe esses aprendizados com educadores e famílias
  • Tome a decisão justa mesmo que vá contra as políticas da escola. Saiba que isso pode ter consequências pra você e se prepare pra aceitá-las.
  • Seja criativo!

Fiquei encantada também com um projeto que ensina criatividade e programação a partir de problemas de negócios locais na comunidade, a Ed Farm, onde os alunos aprendem a programar e a fazer filmes para resolver as necessidades dos negócios do bairro, como uma padaria que precisa de automação, por exemplo, ou de um site, ou de mais presença nas redes.

Roblox educacional / foto: divulgação

Pois é, esperamos encontrar tecnologia, realidade aumentada e inteligência artificial e isso está aqui, ontem vi a palestra da Roblox, um metaverso que conta com 55 milhões de crianças em suas plataformas de jogos e está preparando lançamentos para a educação com experiências imersivas.

Fiquei bastante decepcionada quando perguntei para a diretora de desenvolvimento da plataforma o que eles preveem pra combater o conteúdo pornográfico associado à marca – já que os usuários podem criar suas próprias histórias e muitos deles fazem isso e depois postam no Youtube (pensa num show de horror). As crianças assistem achando que são cenas de jogo, mas na verdade é conteúdo adulto da pior qualidade. A resposta dela: “Não podemos fazer nada, isso é a internet. A única coisa possível é tornar as crianças consumidores mais responsáveis”. Será? Eu esperava ao menos uma resposta institucional de que apoiam algumas iniciativas, mas não. Voltamos para a abertura desse texto: Cadê a responsabilidade?

Comunidade, equidade, humanidade, tudo junto e misturado com tecnologia. 

E você, está assumindo a responsabilidade pela educação das próximas gerações?

Como disse o Paul  em sua palestra: “não fazer nada não é uma opção”.

Quem escreveu

Sheylli Caleffi

Data

11 de March, 2023

Share

Sheylli Caleffi

Ver todos os posts

    Adicionar comentário

    Assine nossa newsletter

    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.