Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A Virada Cultural é um evento de números superlativos. São 24 horas de programação ininterrupta, quase 1200 atrações espalhadas em mais de 60 palcos em todas as macro-regiões de São Paulo, para um público estimado em 5 milhões de pessoas. Não há, em nenhum lugar do mundo, evento deste porte e magnitude. Em meio a tantas atividades diferentes e variadas, que vão desde intervenções artísticas até feiras gastronômicas – passando evidentemente por muita música – é natural que muita coisa acabe passando batido. Por isso preparamos este pequeno guia em que selecionamos as atrações que consideramos imperdíveis, seja pelo ineditismo, pela qualidade ou por pura diversão. E a gente reforça a dica mais importante de qualquer Virada: transite pelos palcos e deixe-se levar pela animação, sempre com segurança e atenção. Vem com a gente que tem muita coisa boa!
A intenção original da Virada Cultural, quando foi criada há 15 anos, era a valorização e ocupação do centro histórico de São Paulo. Por este motivo e tradição, as atrações mais aguardadas e de apelo popular ficam concentradas nesta área, que consequentemente atrai a maior quantidade de público. Neste ano a Virada volta a ocupar lugares no centrão que não receberam palcos nas últimas edições, como é o caso do Parque da Luz, que vai receber o palco focado em música sertaneja, com destaque para Thiago Brava (sábado, 22h) e Mano Walter (domingo, 14h). Outro ponto que volta a integrar o mapa da Virada é o Pátio do Colégio, que este ano receberá bandas instrumentais, com destaque para o show da Orquestra Metropolitana junto com o rapper Rashid (domingo, 2h), um encontro pra lá de inusitado.
As atrações mais populares da Virada se apresentarão no maior palco, batizado de Plural, montado no Vale do Anhangabaú, embaixo do Viaduto do Chá. É por lá que passarão Caetano Veloso e seus filhos no lindo Ofertório (sábado, 21h), Criolo (domingo, 0h), Seun Kuti com participação da Iza (domingo, 3h), Anitta (domingo, 12h) e Lucas Lucco fechando (domingo, 17h).
Outro palco já tradicional é o Discos Completos, que será montado na Rua Barão de Limeira. Quem abre é a sempre diva Angela Rô Rô, tocando seu disco homônimo de 1979 (sábado, 18h), seguido do Odair José e seu clássico “Filho de José e Maria” (sábado, 21h). Por lá também passarão a Larissa Luz tocando Elza Soares e, fechando os trabalhos, a Fernanda Abreu tocando seu “Raio X” (domingo, 15h).
Para quem quer se atualizar das novidades que estão rolando na cena musical brasileira, pode colar em três palcos que não tem erro. O primeiro é o Experimenta, localizado na Praça do Patriarca e que contará com apresentações de Rincon Sapiência com ÀTTOOXXÁ (sábado, 19h), Edgar com Rico Dalasam (sábado, 22h), Teto Preto (domingo, 01h), MC Carol com Tati Quebra Barraco (domingo, 11h) e Céu com a dupla Tropikillaz (domingo, 14h). Já na Rua Barão de Itapetininga, o palco Brasil 360 traz as garotas do Mulamba (sábado, 19h), Carne Doce (domingo, oh), Cordel do Fogo Encantado (domingo, 3h) e Aláfia (domingo, 15h). Também vão rolar muitas bandas novas no palco Pop, localizado na Avenida Casper Líbero, como a Alice Caymmi (sábado, 23h), Karol Conká com Danna Lisboa (domingo, 01h), Tuyo (domingo, 09h), Onze:20 (domingo, 13h) e o sempre sensacional Silva (domingo, 17h).
Estilos que não podem faltar na Virada, o samba e MPB terão um palco na icônica esquina da Avenida São João com Avenida Ipiranga, com shows de Diogo Nogueira (domingo, 0h), Xênia França convidando Luedji Luna (domingo, 3h) e uma sequência final de tirar o fôlego com O Grande Encontro de Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho (domingo, 12h), Maria Rita (domingo, 14h30) e roda de samba da Ludmilla (domingo, 17h). Outro estilo que não pode faltar é o popular brega, que tradicionalmente ocupa o Largo do Arouche. Nesta edição, os destaques de lá são Márcio Greyck (sábado, 20h), o maravilhoso Genival Lacerda (domingo, 0h) e um final apoteótico com Luiz Caldas (domingo, 13h) e É o Tchan (domingo, 15h30).
Nosso bom e velho rock n’roll será bem representado, com shows do Nação Zumbi (sábado, 18h), Boogarins (domingo, 01h), Sepultura (domingo, 09h30) e um tributo mais do que necessário ao pai de todos, Raul Seixas (domingo, 12h), todos se apresentado na Avenida Rio Branco. E falando em homenagens, o “maldito” Itamar Assumpção recebe um palco inteiramente dedicado à sua música em frente ao Copan, com shows do Porcas Borboletas com BNegão (sábado, 23h30), As Bahias e a Cozinha Mineira (domingo, 5h) e Anelis Assumpção convidando Tulipa Ruiz e Negro Léo (domingo, 10h30).
A programação do Theatro Municipal também está caprichada, um mistura de música clássica para crianças (domingo, 11h) com o potente e inédito show Pretas, que reúne no palco sagrado do Theatro As Bahias, Drik Barbosa, Jup do Bairro, Linn da Quebrada e Luedji Luna (domingo, 2h). Já nas escadarias vai rolar uma das atrações mais divertidas da Virada, o Vira Honk!, um festival de fanfarras de São Paulo e do Rio de Janeiro, que inclui a Cumbia Calavera, Unidos do Swing, Bloco Skaravana e A Espetacular Charanga do França.
A Charanga do França também está na programação de cortejos e blocos que descerão a Rua da Consolação em direção ao centro da cidade, junto com o Bloco Casa Comigo, Gambiarra, Pagu, Tarado Ni Você e, fechando em grande estilo, um cortejo que reúne os maravilhosos Ilú Obá de Min com o Ilê Ayê.
O rap nacional também tem bastante espaço, tomando conta do marco zero do estilo no Brasil, o Metrô São Bento. Por lá passarão uma série de coletivos e crews de breakdance, DJs e pequenas apresentações de grupos de hip-hop, como o grande Nelson Triunfo (sábado, 20h) e as Soul Sisters (domingo, 12h). Logo em frente à estação, na Rua Líbero Badaró, um grande palco recebe as estrelas do rap brasileiro, como Black Alien (sábado, 22h), Baco Exu do Blues (domingo, 0h), Don L (domingo, 10h), Rimas & Melodias (domingo, 12h), um raro show do MC Marechal (domingo, 14h) e fecha com Emicida (domingo, 16h). Vish!
Fechando os palcos da região central, a Praça da República se torna mais uma vez o epicentro da diversidade e recebe os shows da Quebrada Queer (domingo, 01h), Jaloo convida Gaby Amarantos + Mc Tha (domingo, 13:30) e da maravilhosa Pabllo Vittar (domingo, 04h).
Os principais coletivos de festas de São Paulo também estarão presentes nesta edição da Virada Cultural. Ocupando as ruas de acesso entre um palco e outro, certamente você encontrará algumas delas enquanto circula tanto pelo centro velho quanto pelo centro novo. E tem para todos os gostos e gêneros, do funk batidão ao forró, da black music ao techno purinho, da música brasileira ao house descabelado. A cena das festas em São Paulo é plural e variada e a Virada Cultural comprova esse fato.
No chamado centro velho, nos arredores da Praça da Sé, estão localizados os pontos mais focados em música eletrônica, em seu imenso leque de possibilidades. Dedicado exclusivamente às minas, o Largo do Café terá a Blum, a House Of Divas e a Cremosa Vinil, transformando o calçadão de pedra em pista de dança. Ali pertinho, no cruzamento entre as ruas José Bonifácio e Paulo Egídio é o ponto da fritação gostosa, com Vampire Haus, Zaragata e Coletividade NÁMIBIÀ, assim como o Largo São Francisco, em que a galera da Mareh convida alguns dos DJs mais quentes de São Paulo como Tahira Tahira, Vermelho (ODD), Paulao (Patuá), Trepanado (Selvagem) e até o gringo Darryn Jones, vindo diretamente de Chicago. Agora, se seu lance é batidão, funk 150bpm e outros ritmos similares, a dica é chegar no ponto da Batekoo, Bandida Coletivo, Velcro, Chorume e do imperdível encontro da Batalha de Passinho com Jojo Toddynho, na rua XV de Novembro. Nesse mesmo espectro musical, também temos o ponto do Coreto da Bolsa, onde vai rolar as festas Chernobyl, Helipa LGBT e Lésbica Futurista.
Do outro lado do Viaduto do Chá, ao redor do Theatro Municipal e da Praça da República, vários outros coletivos animam o público que circula pela Virada. A Praça das Artes terá os meninos da Gop Tun dividindo o ponto com a dupla de DJs JetLag Music. Quem também não pode faltar é o sempre delicioso encontro da Venga Venga com a Pilantragi, desta vez acrescido com a psicodelia dançante da Psicotrópica, que encherão a Rua Marconi de brilho, plumas e paetês.
Para os fãs de música black e brasileira, a Virada também é um prato cheio. Pertinho do Sesc 24 de Maio vai rolar o ponto dos nosso querido Boteco Pratododia, que divide o mixer com a Calefação Tropicaos e a Procissão, garantia de música brazuca da mais alta octanagem. Já no vasto império da black music, vai ter muito funk clássico, rap, soul music e samba-rock nos pontos da Patuá DJs e Sintonia – que inclui o mestre KL Jay – na Rua Conselheiro Crispiniano e também na Rua Sete de Abril, onde vai rolar Charme de Madureira, Gosto Pessoal e Som do Bom.
Para o público LGBTQ+ a parada fica seríssima, pois praticamente todas as festas com essa temática estarão presentes, cobrindo o asfalto com muita alegria, descontração e bateção de cabelo, sem esquecer a luta pela igualdade de direitos. Na esquina da Rua Aurora com Avenida Vieira de Carvalho vai rolar a Ursound, a Brutus e a Toda Grandona, disputando com o ponto localizado no Largo do Arouche e sua programação enorme que inclui Minhoqueens, Meu Santo é Pop, Agrada Gregos, Desculpa Qualquer Coisa, Pardieiro, Queermesse e muitas outras.
Completando o circuito das festas, um corredor que vai da Rua Cásper Líbero até a Rua Washington Luís vai ser tomado pelos soundsystem da Dubversão, Radiola + Criolina e a grande arena Ampli-Fyah, garantindo reggae, dub, ska e outros ritmos jamaicanos para a massa presente.
Para deixar as ruas do centrão de São Paulo mais animadas, vívidas e coloridas, literalmente centenas de intervenções artísticas estão programadas para as 24 horas do evento. Desde de apresentações circenses itinerantes até karaokê aberto ao público, de cenografia com guarda-chuvas até apresentações de balé suspenso, de mapping até projeções interativas, várias expressões culturais estão representadas na Virada. Os destaques são as apresentações do Corpos Suspensos no Viaduto do Chá (sábado, 22h30), o VJ Robson Victor e suas projeções criativas no Páteo do Colégio (sábado, a partir das 18h), a apresentação circense Asas de Arquimedes na Praça da República (sábado, 19h) e as Intervenções Lúmicas, que passearão por todo o território do evento com seus malabares iluminados.
Com um público estimado na casa dos milhões, haja comida para alimentar toda essa gente. Este ano a organização da Virada voltou a dar uma atenção especial à parte gastronômica do evento, que parecia meio deixada de lado desde que uma multidão lotou o Minhocão há alguns anos, atrás de chefs badalados. Agora a proposta é apresentar a comida como uma das grandes atrações do evento, e por isso vão rolar mil coisas gostosas: oito praças gastronômicas espalhadas pelo centro com mais de 70 opções, festival Sabores do Mundo com opções internacionais, tenda Sabores da Coreia e mais de 100 pontos de food trucks e beer trucks. Além disso tudo, mais de 20 restaurantes e bares tradicionais do centro terão o horário de atendimento estendido noite adentro, como La Casserole, A Casa de Porco, Barouche, Orfeu e Drosophyla Bar. Quer mais? Então toma festival de churrasco, Praça de Cervejas Artesanais e a parte mais legal: a versão pocket do Smorgasburg!, a feira de comida de rua badaladíssima do Brooklyn, em Nova Iorque – que vai ter sua primeira versão brasileira em junho – e ganha uma amostrinha agora na Virada. Fome você não passa nessa madruga!
Pela primeira vez a programação estendida da Virada Cultural incluirá vários aparelhos culturais dentro do perímetro central da cidade. A que mais chama atenção é a Paulista Aberta, que receberá palcos oficiais com atrações como as festas Santo Forte, Lunática e Campo Minado e também o Bloco Jah É e o grupo de dança Bollywood Brazil Group. Também na região da Paulista, a Japan House, a Casa das Rosas, Centro Cultural FIESP, Itaú Cultural, MASP e Instituto Moreira Salles terão várias atividades gratuitas e alguns até com horário de visitação mais prolongado. No Centro Cultural São Paulo tem pelos menos 4 atrações imperdíveis como show do Rodrigo Brandão e Thiago França com o Azymuth (sábado, 18h), as poderosíssimas Ava Rocha, Luiza Lian, Alessandra Leão e Quartabê (sábado, 23h), a Virada Tarantino, só com filmes do famoso diretor (sábado, a partir das 15h) e a Virada Phenomena, só com filmes japonês com temática de monstros e deuses (domingo, a partir das 0h).
Na região central, o grande destaque dos parceiros é a Casa de Francisca, que escalou Fabiana Cozza (sábado, 20h), Karina Buhr (sábado, 22h), Tulipa Ruiz (domingo, 2h) e Mariana Aydar (domingo, 16h). Até a sacada da Secretaria Municipal de Cultura terá shows, incluindo o combo instrumental Bixiga 70 (domingo, 0h), Muntchako (domingo, 11h) e A Banda Mais Bonita da Cidade (domingo, 17h).
Parceiro tradicional da Virada Cultural, o Sesc preparou programações temáticas em cada uma de suas unidades. O Sesc Santana terá um excelente panorama da música psicodélica brasileira, com shows do Som Nosso de Cada Dia (sábado, 19h30), Bonifrate (sábado, 20h30), Ema Stoned (sábado, 22h30), Vitor Araújo (domingo, 16h) e uma homenagem ao Júpiter Maçã (domingo, 17h). No Sesc Pinheiros o foco é o groove com discotecagem da Rafa Jazz (sábado, 18h), show do Clube do Balanço com Nereu Mocotó (sábado, 20h) e o irresistível Baile do Swing (domingo, 14h30). Já a programação do Sesc Pompeia tem palestras, intervenções, filmes e exposições com temática da cultura negra no Brasil e no mundo. Também é de primeira as atrações que se apresentarão no Sesc 24 de Maio, com destaque para o magnífico Amaro Freitas (sábado, 18h), o lendário Tom Zé (sábado, às 19h e às 22h) e um inédito show do Cidadão Instigado tocando o “Dark Side Of The Moon” com projeção do filme “O Mágico de Oz” (domingo, 14h).
Tem muita coisa boa rolando também fora do centro da cidade nesta edição da Virada. Na Zona Norte, no Centro Cultural da Juventude, vão rolar shows da Karol Conká (sábado, 20h), Thaíde (domingo, 14h) e Elba Ramalho (domingo, 17h). Na Zona Oeste, o Tendal da Lapa abre a lona do circo e tem programação totalmente dedicada aos palhaços, malabaristas e outras atividades circenses, enquanto o CEU Parque Anhanguera recebe o pagode manhoso do Art Popular (domingo, 15h). Já na Zona Leste a coisa fica quentíssima com mais dois palcos voltados à cultura hip-hop, tendo MC Marechal (sábado, 21h), Rincon Sapiência (sábado, 23h) e Criolo (domingo, 17h) na Cohab 2 e Coruja BC1 (sábado, 22h), Emicida (domingo, 01h), Black Alien (domingo, 15h) e Iza (domingo, 17h) no Centro Cultural Cidade Tirandentes. Na Zona Sul, a dica é a Casa de Cultura Chico Science, que recebe a Nação Zumbi (sábado, 23h), Tássia Reis (domingo, 15h) e Rappin Hood (domingo, 17h).
Boa Virada pra todo mundo!
Tavapassando e cliquei. Danilo Cabral e Flavia Lacerda registram seu dia a dia e todos os lugares por onde estão passando, em um mini-guia de shows, restaurantes, ruas e pixos no Instagram.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.