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A segunda edição do festival alemão Time Warp no Brasil acontece nos dia 15 e 16 de novembro, no Sambódromo do Anhembi. A DJ Eli Iwasa dá dicas de como curtir o festival e quais são os 5 DJs que considera imperdíveis.
Há 25 anos surgia o Time Warp na Europa – e com ele uma nova experiência para consumir o techno. O objetivo do festival foi criar uma ambiência única juntamente a um line-up impecável e show de iluminação com ênfase na entrega de uma experiência completa para o público Ele está em sua 2ª edição em São Paulo e acontece nos 15 e 16 de novembro.
Foi na Alemanha – entre Frankfurt e Stuttgart – tendo Manheim como berço, que aconteceu a primeira edição do festival. Na onda efervescente pós-queda do Muro de Berlim e com uma população que demandava arte, surgiu esse conceito singular de festival impresso pelo Time Warp.
Em 10 anos de existência, o Time Warp soma um total de 51 edições para cerca de 600 mil amantes do techno, além de mais de 300 artistas de renome do techno mundial.
Tendo em mente a importância desse festival que cresce e abrilhanta as cidades por onde passa, temos a dimensão do por que a estreia de Eli Iwasa é um marco tão importante na carreira da DJ e uma das maiores fomentadoras do techno no Brasil. Olha que chiqueza: Só em 2019, Eli está passando por 10 palcos de grandes festivais pelo mundo. A “Japa” ainda foi jurada no clássico concurso de produtores musicais da maior conferência de música eletrônica do mundo (o Amsterdam Dance Event).
O Time Warp é o penúltimo festival da maratona desse ícone estimulador do techno que é Eli Iwasa, como DJ e responsável pela curadoria de seus clubs (88 e Caos) que integram a rota de amantes da boa música. A “Japa” estreia no palco do festival no dia 15 (sexta-feira) e faz as honras para o alemão Rødhåd.
Eli, verdadeira ‘party-people’ e frequentadora assídua de pistas, já mandou a letra para curtir ao máximo o festival: “minha dica é chegar cedo e ficar até o final, aproveitando para ouvir DJs que não conhece ou nunca viu antes – isto é uma das coisas mais legais de um evento do porte como este, cuja curadoria combina estrelas da música eletrônica com algumas jóias como Denis Sulta e Axel Boman. Então, ouvidos e mentes abertas, lembre de se hidratar e se alimentar porque a festa é longa (e você não quer queimar a largada, não é mesmo?), cuide de si e das pessoas ao seu redor, e boa festa!”.
Para completar, pedimos a ela que nos indicasse 5 artistas imperdíveis para quem vai passar pelo festival. Confira:
Sem se apresentar no Brasil há anos, coube ao Time Warp a missão de trazer o chileno novamente ao país. Figura central da segunda onda do minimal e microhouse no começo dos anos 2000, com uma série de lançamentos históricos pela Perlon, Cadenza e Playhouse, Villalobos é uma das mais criativas mentes da cena – percussivos, profundos, espirituais, suas produções e sets influenciaram gerações de artistas e amantes de boa música (e de uma boa festa!).
O alemão, dono do selo Dystopian, é um dos mais consistentes representantes do techno moderno, e um dos pilares da cena de Berlin. Um dos meus DJs favoritos, seus sets hipnóticos, mentais, inteligentes, mostram sua capacidade em criar poderosas jornadas sonoras, que combinam força e fluidez como poucos. Para se jogar na pista sem medo de ser feliz.
Transitando entre os universos da música e da moda, e uma voz fundamental nas questões de gênero e direitos de pessoas trans dentro da cena eletrônica, Honey Dijon é conhecida por sets que percorrem diferentes vertentes, em que a influência do house de Chicago – sua cidade natal – de Detroit techno, de sons de Nova Iorque e nomes como Danny Tenaglia, podem ser reconhecidos em apresentações enérgicas, com uma seleção cuidadosa que mistura sons contemporâneos à clássicos, e uma impressionante habilidade técnica.
Um fenômeno. Assim podemos resumir a sul-coreana Peggy Gou, que é um dos nomes mais esperados do festival. Em alguns anos, ultrapassou os limites do universo DJ – seu rosto estampa capas de revistas de música, moda e arte, lançou por selos respeitados como Ninja Tune (cantando em sua língua nativa!) e seu próprio Gudu Records, assinou uma compilação da desejada série DJ-Kicks, foi elevada à posição de headliner em grandes festivais ao redor do mundo, e tornou-se a queridinha de marcas como Nike e Louis Vuitton. Carismática e DJ de mão cheia, o set de Peggy deve ser um dos pontos altos da noite de sábado do Time Warp.
Sou fã do RHR – sua música cheia de personalidade, que mistura influências nitidamente brasileiras e sons avançados que passeiam entre o electro, techno e breaks, ganhou apoio de nomes como Danny Daze, cujo selo Omnidisc lançou um EP aclamado pela crítica em 2019. Antes de uma iminente turnê pela Europa, RHR abre o Cave Stage, o palco gigantesco do festival que dividimos na sexta feira.
E nós aqui do Chicken or Pasta indicamos: a Eli Iwasa, claro!
Serviço
Time Warp Brasil 2019
Sambódromo do Anhembi
Dias 15 e 16 de novembro
Ingressos: a partir de R$210 no Eventbride
Evento do Facebook aqui.
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