Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Mais uma vez, as portas do Castelo Egeskov na ilha de Funen estarão abertas para receber o público animado do Heartland Festival.
Com um local deslumbrante, o festival recebe debates sobre diversos temas, atrações musicais dinamarquesas e internacionais, arte para todos os gostos e muita comida gostosa.
Ano passado, fui conhecer o Heartland Festival e me apaixonei. Não só pelo espaço, mas pela proposta e pela organização ímpar – com banheiros limpos, yoga várias vezes ao dia, taças e garrafas de vinho e muitos outros perks quase impossíveis de encontrar no Brasil. Com um clima calmo, este é realmente um festival para todas as idades.
Eu já estava contando os dias para a edição deste ano, mas assim que o line-up completo saiu me surpreendi com este festival dinamarquês que, mesmo estando em um dos países mais igualitários do mundo, tem um line-up pouco favorável às minas. Por exemplo, das 49 atrações musicais, apenas 16 são mulheres! E nisso estamos contando bandas que incluem mulheres como o Die Antwoord. Mas ainda assim, está bem acima da média dos festivais no mundo que é de 16% de participação feminina nos line-up. A meta é ter esse balanço 50/50 até 2022.
Essa falta de igualdade não está só presente no line-up musical. Entre os bate-papos, arte e gastronomia, as mulheres ocupam apenas 28% do total de atrações. “Temos essa ideia geral de que já alcançamos a igualdade de gênero na Dinamarca, que a luta acabou e não há mais nada pelo que lutar”, diz Helena Gleesborg Hansen, vice-presidente da Danish Women’s Society, à BBC News.
O pessoal da Danish Women’s Society está certíssimo, porque se em um festival tão dinamarquês como o Heartland menos de 1/3 das atrações são mulheres, imagina em países onde a igualdade de gênero está longe do ideal (como no Brasil).
Mas as mulheres que fazem parte do line-up merecem uma menção honrosa, e claro que já estou contando os minutos para ver o shows das fantásticas Solange, Charlotte Gainsbourg e Jada, o bate-papo com a Vivienne Westwood sobre o futuro na moda e do consumismo em plena crise climática, os argumentos da filósofa Judith Butler sobre o o futuro da política de gênero e aprender a fazer queijos com Marie-Linea Østergaard.
O Heartland tem um line-up dedicado à gastronomia focada em produtos locais e da estação, além de ter um banquete feito pelo Kadeau, restaurante de Copenhagen com 2 estrelas Michelin; e o Tasteland, onde é possível colocar a mão na massa. Em “Talks”, além da Vivienne Westwood, alguns dos destaques são: O escritor Jonathan Fransen; o diretor Dan Reed (Deixando Neverland) com a escritora Margo Jefferson. A programação de artes sob o tema “É Urgente” ficou nas mãos do curador Hans Ulrich Obrist.
Preparados para acompanhar o Heartland Festival 2019 com a gente? O festival acontece de 30 de maio a 2 de junho, no Egeskov Slot, Dinamarca. Caso esteja pela Europa e se anima, pode vir que dá tempo.
*Imagem de destaque: Peter Kirkegaard Stemning via Heartland Festival
De longas viagens de carro no México a aulas de cozinha no Vietnã, para mim o que importa conhecer são as pessoas. Não há nada melhor para conhecer um país do que aprender com experiências autênticas (e às vezes malucas).
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.