Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Existem muitas coisas nunca dantes mencionadas ou, cá entre nós, muito mal explicadas, em blogs e canais do Youtube sobre nomadismo digital. A verdade é que por trás do “lifestyle dos sonhos” é preciso trabalhar duro e assumir muitas responsabilidades. Pela minha experiência pessoal, trabalhar ainda mais do que sendo funcionário de alguém.
Assim também é a vida de freelancer, com os seus estrondosos prós e contras. Todo freelancer tem aqueles dias de incerteza, em que tudo o que se queria era trabalhar sem ter que pensar ao mesmo tempo em financeiro, gestão, atendimento e afins. Tudo o que se queria era trabalhar enquanto bebe um café, com aquela segurança de receber o salário todo quinto dia útil do mês.
É claro que é possível encontrar estabilidade assim – e nós vamos chegar lá – mas, antes disso, há uma bela de uma jornada pela frente, que precisa ser construída no passo-a-passo.
Eis que você decidiu ser um nômade digital (trabalhar viajando) e freelancer (vivendo de freelas). Seja bem-vindo ao clube! O objetivo deste guia é te ajudar a minimizar riscos, se empoderar dos processos, aceitar as tarefas e, de bônus, dar umas boas dicas de ferramentas.
Porque, seja lá qual for a tua área de atuação – consultoria, produção, estratégia ou gerenciamento – todos os nômades digitais freelancers deveriam saber disto.
É isso mesmo, você está agora por sua conta e risco. Então vamos começar do básico, pelo o que ninguém te diz, mas que pode ser a diferença crucial no teu trabalho.
Um nômade digital freelancer nada mais é do que um nome fancy para um autônomo. Quanto antes você aceitar isso para si mesmo e se empoderar dessa autonomia, melhor para você.
Um autônomo precisa ter maestria em muitas áreas distintas, ser um generalista para conseguir fazer a roda girar. Uma dessas áreas é o atendimento, que abrange desde o contato inicial até a entrega do projeto para o cliente, seja ele o cliente final (como uma empresa ou pessoa física) ou um terceiro (como uma agência de publicidade).
Como a primeira imagem é a que fica, seja extremamente profissional ao escolher o canal para conversar com o cliente. Sempre recomendo o bom e velho e-mail, afinal, nada melhor do que ter tudo registrado e não ficar jogando conversa fora com o cliente pelas redes sociais.
Acredite, isto faz a diferença no dia-a-dia e garante com que tudo seja sempre esclarecido tim-tim por tim-tim e sem “urgências” que não existem.
Outras possibilidades são plataformas pensadas para comunicação de equipes ou diretamente com clientes, como o Slack ou o novo Workplace do Facebook. Para chamadas de vídeo ou áudio, não há conexão melhor do que o Google Hangouts, mas o Skype é um clássico.
Não importa o grau de insanidade do cliente, não importa se você está certo e se ele está maluco (acontece às vezes risos), nunca responda nenhum e-mail com os sentimentos à flor da pele.
A máxima vale quando você está conversando com sua mãe, seus amigos e com seu namorado. Pare, respire. Dê tempo ao tempo e não faça a besteira de falar sem pensar. Não perca a elegância e esteja no controle da situação.
Nunca responda um e-mail com pressa. Dedique tempo de qualidade para esclarecer as coisas, explicar os processos e argumentar sobre certas decisões. Mesmo que você já tenha dito zil vezes, esclareça novamente se precisar.
Aí entra um aspecto muito importante da vida como nômade freelancer, é preciso calcular o tempo de trabalho incluindo este tempo de atendimento e até mesmo o tempo de gestão do projeto.
Faça isso por si mesmo, aceite ser pago para executar tudo com excelência, inclusive dando atenção aos e-mails dos clientes, que merecem serem relidos no mínimo duas vezes antes de enviados.
Então você é autônomo e viajante, e tudo o que precisa para trabalhar é um computador e uma boa internet. Certo?
Parece bom, mas o que não te contam é que existe uma série de ferramentas digitais que em algum momento você vai precisar. E, mesmo que não precise, elas poderiam otimizar os processos e garantir com que você tenha mais tempo na praia e menos tempo na frente da tela. Não é só de hardware que precisamos, é preciso software também.
Tudo começa com o famigerado “apenas quinze reais no Spotify”, depois com “apenas mais vinte reais no Netflix” e, quando você percebe, a conta fica monstruosa. O que é bem perigoso no início da carreira de um nômade digital freelancer.
Pois bem, fora as plataformas de entretenimento, agora seria muito inteligente você investir em plataformas para o trabalho, embutindo todos estes custos no valor dos seus projetos mensais.
Não importa a sua área de atuação. Ferramentas de gestão, organização e comunicação são o segredo para profissionalizar o seu trabalho, garantir com que você se comunique com equipes remotas e gerenciar vários projetos ao mesmo tempo.
Afinal, quanto maior o fluxo de projetos, maior o volume de trabalho, mais gente envolvida e mais fluxo de dinheiro no caixa. E isto é tudo o que queremos viajando: ter uma renda que assegure o estilo de vida, garanta o conforto e ajude na nossa poupança-segurança, caso ‘dê ruim’.
Para os viajantes, a vida essencialista é a melhor opção.
É melhor trabalhar menos, porém melhor. É melhor ter menos, porém o essencial.
Coisas básicas como pagar o Pacote Office e ter à disposição uma plataforma para armazenamento de dados na nuvem, como o Google Drive, o Dropbox ou OneDrive, são a chave para minimizar a enxaqueca.
Isso tudo, sem falar das ferramentas específicas para a sua área de atuação:
A verdade é que a lista é infinita. Todo dia há um novo software milagroso disponível no mercado. Para cada problema que você encontrar no caminho, lembre-se: há uma plataforma que poderia te ajudar a resolvê-lo mais rapidamente.
O que não te dizem sobre ser um profissional freelancer e nômade digital é que, seja lá qual for a tua área de atuação, a maior parte do teu trabalho daqui para frente será de gestão. Trabalhar sozinho ou com equipes remotas exige com que se tenha um processo organizado, com um fluxo de trabalho consistente e uma metodologia pessoal para colocar a mão na massa.
Você é a pessoa que vai explicar para o cliente coisas como: qual é o teu passo-a-passo de trabalho, quantas entregas por etapa serão feitas, quantas alterações e aprovações serão necessárias, qual o cronograma de trabalho e afins.
Por isso, assim como os canais de comunicação que recomendei anteriormente, existem algumas plataformas para gestão de projetos que serão imprescindíveis, como o Trello e o Asana.
Essa é aquela hora em que bate um medão. Mesmo que você tenha um contador ou qualquer outro suporte para te ajudar com o financeiro, embarcar nesta viagem sem data para acabar exige controle e disciplina na hora da administração.
A regra do universo é clara: o dinheiro só foge de quem tem medo dele.
A falta de segurança, a incerteza de um novo projeto entrar, o pagamento atrasado.
Você não é a primeira nem a última vítima disso, vai acontecer bastante. A melhor sugestão que posso te dar é: deite a cabeça no travesseiro, relaxe e dê tempo ao tempo.
É hora de engolir o choro e fazer tudo o que está ao teu alcance: administrar o que você tem.
A você cabe a prevenção e antecipação. Faça projeções mensais das suas entradas e saídas, cuide da sua conta corrente monitorando cada centavo investido e, se for viajar, se preocupe com o quanto custa viajar.
Não fique emocionado se a moeda em outro país “rende”, opte por entender quais são os valores reais para as pessoas que moram nesses lugares, o custo de vida de um local. Quanto custa uma refeição, acomodação, etc.
Não esqueça que, diferente de um turista viajando, você está trabalhando enquanto viaja e o teu foco é no longo prazo.
Estar com a parte financeira em ordem é o caminho para a independência financeira de qualquer freelancer e nômade digital. Quanto mais cedo você decidir encarar as finanças, mais facilmente você vai ter controle para continuar viajando.
Para fechar, se eu pudesse recomendar algo para quem quer ser nômade e freelancer, com certeza seria: se visualize como uma empresa. Isso vai garantir com que você se empodere do que faz e continue viajando. Afinal, é isto que queremos certo?
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*Foto do destaque: Unsplash
Designer, especialista em perrengues, comida de rua, gestão de marcas e trabalho remoto. Come, dorme e se teletransporta por aí no jeitinho simples da vida local. Radicada em Bali e procurando sempre a próxima ilha para ancorar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.