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5 passos para se tornar um nômade digital

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

20 de February, 2019

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Apresentado por

Quem não conhece aquele amigo que tira foto trabalhando em uma ilha em Bali, fazendo um videocall diretamente de um safári na África, e morre de inveja do lifestyle? Essa ideia de você morar em qualquer lugar, ser seu próprio chefe tem nome: nomadismo digital.

A característica que todos os nômades digitais têm em comum é que eles costumam passar vários meses no exterior a cada ano, estão constantemente em movimento e mantém uma renda enquanto trabalham online. A verdade é que, de um lado, a mobilidade realmente permitiu isso. Inclusive, dependendo da moeda que você ganha trabalhando online, você pode viver em algum lugar com um custo bem mais baixo do que nas grandes cidades brasileiras.

Um nômade digital consegue com trabalhos simples ter um faturamento anual de 12 mil dólares e ter um estilo de vida agradável e confortável. Apesar de mil dólares não te levar nem no segundo pub do mês em Londres, Paris ou Sidney, você pode viver super confortável na Tailândia ou em Bali.

Tive essa experiência por um ano e meio: enquanto rodava o mundo, trabalhava picado aqui no blog e em projetos pessoais.  Nesse artigo, vou falar um pouco sobre minha própria experiência como nômade digital e alguns passos fundamentais que você deve estar atento antes de fazer as malas e pegar estrada. Não esquece o protetor solar :)

1 – O Minimalismo como estilo de vida

5 passos pra se tornar um nômade digital. Foto: Dean Pugh / Unsplash
5 passos pra se tornar um nômade digital. Foto: Dean Pugh / Unsplash

Vou contar que essa foi a lição que eu mais aprendi e que mais gostei de ter. Apesar de já ter voltado para São Paulo há dois anos, o minimalismo virou definitivamente meu lifestyle.

Se você quer ser um nômade digital, é preciso eliminar alguns excessos da sua vida. Caso você viva em um espaço próprio, alugue sua casa e coloque os itens mais valiosos em um depósito ou na casa de alguém de confiança que tenha espaço livre para isso. A minha casa, por exemplo, foi a minha principal renda: aluguei aqui e com o valor de R$ 3.000 mensais praticamente sustentava o meu estilo de vida no Sudeste Asiático. A sua casa vira a sua mala, e cada item desnecessário vai pesar nas suas costas – literalmente.

Você encontra pela estrada gente que vai procurando trabalho em hostels ou restaurantes. Mas o verdadeiro nômade digital trabalha de um bom celular com bastante espaço de memória, itens tecnológicos indispensáveis (carregador portátil para celular, capa para laptop, cabos USB, por exemplo) e um chip local a cada lugar.

2 – Definir uma forma de renda: quanto custa ser um nômade digital?

5 passos pra ser um nômade digital. Foto: Artem Bali / Unsplash
Foto: Artem Bali / Unsplash

Legal, você decidiu que quer ser um nômade digital. Está disposto a desapegar de um certo conforto de ter um lar fixo, já preparou suas coisas, já alugou ou conversou com o proprietário do seu imóvel para desfazer seu contrato de aluguel, já preparou suas malas, já conversou com o chefe que está pensando em pedir demissão.

Portanto, a menos que você venha de uma família rica e não precise se preocupar em como sobreviver, se alimentar, morar e pagar contas, essa é a parte em que nós vamos pensar em maneiras de sobreviver como nômade digital – e, acredite, hoje em dia são muitas.

Um dos grandes mitos das pessoas que tem medo de levar esse sonho a frente é de que “viajar é muito caro”. Isso não é totalmente verdade. Quando estamos viajando, vivemos de forma mais básica e podemos pagar lugares baratos por temporada (como hostels, por exemplo). O custo mais caro, muitas vezes, são as passagens aéreas, mas esse é um investimento que você poderá fazer poucas vezes pelo caminho.

Além disso, ao viajar você está mais aberto a conhecer novas pessoas e pode acabar fazendo amigos e vivendo situações que te proporcionarão caronas, hospedagens gratuitas… basta decidir em qual nível de aventura e engajamento social você deseja viver.

De toda forma, você vai precisar de dinheiro. Estima-se que 35% da população americana hoje viva como freelancer, ou seja, isso não é algo tão arriscado como sua avó te disse. Há vários clientes sem um regime de contrato de trabalho, e atualmente existem diversos sites que fazem a intermediação entre cliente e freelancer.

Outra vantagem de ser freelancer é que não necessariamente você precisa ter faculdade ou formação profissional na área que vai atuar. Se você sempre gostou de design gráfico, por exemplo, e tem habilidade profissional para criar imagens e logotipos, você pode trabalhar como freelancer nessa área. Se você tem habilidade para escrever textos ou para editar vídeos, você também pode trabalhar como freelancer em sites como o Workana, 99Freelas, dentre outros.

Outra possibilidade é fazer consultorias à distância na sua área, e produzir cursos digitais para hospedar em plataformas como o Hotmart. Se você entende de Marketing Digital, produtos digitais podem te trazer uma renda passiva e consultorias à distância podem ser feitas de qualquer lugar do mundo, apenas com acesso a chamadas de vídeo e uma sala silenciosa.

Tenha em mente o custo de vida dos lugares que você quer viver. Por exemplo, a Tailândia é um dos destinos prediletos dos nômades digitais por causa do baixo custo de vida, mesmo morando em uma metrópole como Bangkok. Chiang Mai, por exemplo, uma das cidades preferidas dos nômades digitais, tem um custo de vida de aproximadamente 2 mil reais por mês. Eu fiquei quietinha lá por esse período e economizei  dinheiro. A Europa, apesar de não ser um destino tão barato para brasileiros nas grandes metrópoles, pode oferecer pousos tranquilos e baratos nas cidades de interior, e um bom local para viver de uma maneira mais calma.

Caso você ainda não possua uma habilidade que você pode fazer online, esse é um bom momento de adquirir uma enquanto planeja seus próximos roteiros. Entre 6 meses a 1 ano, você pode aprender algo que te permita trabalhar de forma remota, e quem sabe até terminar aquele relacionamento que já não está bom para viajar com menos peso nas costas.  Algumas áreas que oferecem muitos freelas: marketing digital, conteúdo, SEO, programação, design gráfico, etc.

3 – Ler livros e acessar blogs e grupos sobre o assunto

5 passos pra ser um nômade digital. Foto: Rashtravardhan Kataria / Unsplash
Foto: Rashtravardhan Kataria / Unsplash

Ser nômade digital é realmente um estilo de vida: você passa a ser um “eupresário”, gerenciando seu tempo, suas finanças, sua hospedagem, sua energia, sua produtividade, seu marketing, etc. Para isso, ajuda aprender com o erro dos outros.

Para te ajudar nessa missão, selecionei alguns dos melhores livros sobre o assunto para você começar a entrar nesse universo. Mudar de mentalidade e passar a ter uma visão empreendedora vai ser fundamental no seu caminho. “Inventar” sua profissão pode ser necessário também se você, além de ser nômade digital, quer se sentir realizado e ter certeza de que está trabalhando realmente com aquilo que gosta. Agora que você é um nômade digital, prepare seu kindle (você não terá espaço para livros na mala) e encontre os seguintes livros:

Trabalhe Quatro Horas por Semana – Tim Ferriss: É o mais famoso dos livros sobre empreendedorismo e trabalho remoto, já que Tim Ferriss faz bem o que diz e é um especialista gigante do marketing, hoje atuando como consultor para as maiores empresas do mundo como Google e Facebook. É um livro sobre estilo de vida, e Tim Ferriss conseguiu ser ator, apresentador de TV, dançarino e campeão de luta no seu tempo livre, provando a sua teoria na prática. Apesar do título de livro clickbait, ele é um livro bom para repensar sua relação com o trabalho.

Pense e Fique Rico – Napoleon Hill: OK, o título é péssimo. É sim. É mais um dos livros clássicos que inspiraram a maioria dos livros moderninhos que vemos hoje sobre empreendedorismo digital. Ajuda a mudar de mentalidade, a planejar seu trabalho novo e a sair da sua zona de conforto. Spoiler alert: você não vai ficar rico pensando.

Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas – Dale CarnegieEsse é o melhor livro com o pior nome do mundo. Ele fala sobre relacionamentos e como eles funcionam em qualquer lugar do mundo. Supere o preconceito, lembre que é um livro antigo, e o que mais importa é que ele realmente extrai a alma humana. Você começa a fazer amigos facilmente na estrada – e isso vai ser preciso!

4 – Faça planos (e depois desista deles)

5 passos pra se tornar um nômade digital. Foto: Estée Janssens / Unsplash
Foto: Estée Janssens / Unsplash

Uma das minhas principais dificuldades como nômade digital era estabelecer metas e planos de produtividade. Para que o estilo de vida nômade funcione, você precisa ter clareza sobre o que quer, onde quer ir, quanto tempo pode ficar e o que precisa fazer para que isso aconteça. Se você, por exemplo, é uma pessoa que odeia praias e lugares cheios, não é uma boa ideia viver em um hostel em uma ilha tailandesa. Você precisa se conhecer bastante para entender o que quer e traçar metas para conseguir o famoso balanço entre vida e trabalho.

Na prática, entre viajar, mudar de lugar, fazer turismo e trabalhar, sua vida pode ficar bem caótica. Essa foi uma lição que aprendi da pior forma.

O Santo Graal do nomadismo digital é a ideia da renda passiva. Um curso que criou uma vez e recebe mensalmente por ele, um blog otimizado com SEO e afiliados, um livro que escreveu. Veja se você consegue pensar nisso antes de viajar.

Visto e leis locais são outra questão: a maior parte dos nômades digitais ficam apenas o tempo suficiente do seu visto de turismo, sem pedir licença ou permissão. Mas isso vai depender, claro, do seu tempo de permanência. E tome cuidado com a imigração: com visto de turista você não tem permissão para trabalhar em nenhum país, mesmo que seja para o Brasil.

Além de tudo isso, é importante não esquecer porque você se tornou um nômade digital: para construir sua própria rotina, ter tempo de lazer, trabalhar em um local sossegado e poder fazer tudo aquilo que um emprego regular não te permitiria, como sair mais com os seus amigos, construir rotinas saudáveis , viajar final de semana, conhecer lugares e pessoas novas. Não construa uma nova prisão pra você! Estabeleça metas diárias e cumpra-as de manhã. Depois, é hora de talvez fazer um curso de um novo idioma, conhecer novas pessoas ou trabalhar em funções que exijam menos da sua criatividade e disposição.

5 – Estabeleça seu primeiro destino

Ubud, Bali, um ótimo destino pra nômades digitais. Foto: Patrick Craig / Unsplash
Ubud, Bali, um ótimo destino pra nômades digitais. Foto: Patrick Craig / Unsplash

Não acredite que vai haver um momento perfeito, porque ele não vai acontecer. Siga seus planos, tenha uma reserva financeira para os próximos meses, se desfaça de tudo que for preciso antes de viajar, mas depois que todos esses passos tiverem sido executados, não hesite. Sua hesitação pode ser fatal e você pode acabar caindo de novo na zona de conforto da qual você lutou tanto pra sair.

Para alguns, ser um nômade digital é um caminho sem volta. Para outros, pode ser difícil lidar com a instabilidade e com o gerenciamento de tempo e produtividade. Porém, para pessoas ousadas, que são apaixonadas pelo que fazem, que tem disciplina e senso empreendedor, que amam viajar e conhecer pessoas e lugares novos, o nomadismo digital é um caminho para viver uma vida prazerosa, dinâmica e equilibrada.

É importante dizer que a realidade do trabalho remoto é muito, muito menos glamourosa do que as pessoas pensam. Mas o estilo de vida é extremamente recompensador, mesmo quando você precisa rastrear um café escuro e sujo que é o único lugar na ilha com internet.

Nós aqui do Chicken or Pasta somos nômades digitais parte do tempo. Seria mais se não tivesse uma empresa fincada na terra hoje. Mas aconselho firmemente que você encontre sua tribo de nômades para trocar figurinhas, buscar apoio nos momentos difíceis e ter dicas fundamentais de como construir sua renda passiva de forma remota. Sua rotina nunca mais será a mesma!

Tudo pronto? Hora de comprar sua primeira passagem aérea e alçar vôo!

*Foto destaque: Micaela Parente / Unsplash

Está de malas prontas pra cair na estrada? Aproveite e conheça o serviço de remessa internacional de dinheiro da Treviso Corretora de Câmbio.

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

20 de February, 2019

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Apresentado por

Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

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Comentários

  • olá! Aproveitando o que a Rafaela comentou, tenho 43 anos e há mais de 20 sou professor de Física. Tenho um inglês razoável e me dou muito bem com tecnologia em geral, mas, basicamente, a única coisa que sei fazer com mais desenvoltura é dar aulas. Como alguém com meu perfil poderia se tornar um nômade digital?

    - Fernando Pereira Lima
    • Oi Fernando, essa é a pergunta do milhão, hein? :)

      - Lalai Persson
  • Oie, uma dúvida que tenho desse assunto é que os perfis de nômades que vejo são sempre jovens. Como é ser nômade depois dos 40 anos? Há alguns perfis pelo mundo?

    - Rafaela Pereira Gomes

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