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Você deve ter lido sobre a dramática crise hídrica que a cidade de Cape Town, na África do Sul, está enfrentando. O crescimento da população, uma seca histórica com raízes nas mudanças climáticas e a má administração dos recursos hídricos são os fatores mais importantes desse cenário apocalíptico. No começo do ano foi anunciado o ‘dia zero’, o dia em que todas as torneiras da cidade secariam: 23 de abril. A partir dessa data, só teriam água edifícios de relevância extrema como hospitais. A população vai ter à disposição 200 pontos de distribuição de água espalhados pela cidade, e cada cidadão terá direito a apenas 25L de água por dia. Apenas como referência: um chuveiro comum tem um consumo de 6 a 25 L de água por MINUTO!
Nos últimos meses a chuva até contribuiu um pouco, e o day zero foi adiado para julho, ainda sem data definida. Mas a maior angústia é que ninguém sabe ao certo o que vai acontecer no âmbito social quando esse dia chegar. Temos inúmeros exemplos de futuros distópicos retratados no cinema, em que a sociedade vai para o buraco por falta d’água. Segundo a National Geographic, outras cidades do mundo correm o risco de passar pelo mesmo processo em pouco tempo: Cidade do México, Melbourne, Jacarta e várias cidades na Índia. E não podemos esquecer o espantoso caso do racionamento que vivemos em São Paulo em 2015, que foi um grande alerta sobre os riscos da falta de planejamento de recursos naturais (estamos falando de uma cidade sentada sobre o maior aqüífero do mundo!).
O caso de Cape Town vai ser um grande termômetro do que o futuro no planeta pode ser. Por enquanto, várias ações foram tomadas para tentar minimizar o problema. Encher piscinas, regar jardins e lavar carros se tornaram ilegais. A prefeitura lançou uma campanha de economia de água, pedindo para a população reduzir o consumo a 50L por dia, mas a adesão foi de menos de metade da população. Casos de ‘roubo’ de água em fontes naturais foram reportados e acabaram em pancadaria.
Até o chef mais renomado do país tomou uma atitude. O estrelado Luke Dale-Roberts, dono do The Test Kitchen e do The Pot Luck Club, já tinha anunciado várias medidas para tocar seus negócios de forma mais econômica: colher a água do ar condicionado e ferver a água dos baldes de gelo para fazer a limpeza do chão, instalar difusores nas torneiras, adotar guardanapos e toalhas descartáveis. Agora ele anunciou um novo restaurante pop-up, o The Drought Kitchen (a cozinha da seca), onde todos os 6 tempos do menu-degustação serão servidos em uma folha de papel manteiga sobre uma base de madeira. Assim, ele deixa de lavar cerca de 5 mil pratos por dia.
Mas como se comportar se você estiver de viagem marcada para Cape Town?
Apesar dos pesares, a cidade continua ativa. Só nos próximos dias, vão acontecer o Cape Town International Jazz Festival (23 e 24 de março), o Cape Town Electronic Music Festival (entre 6 e 8 de abril), e a cidade ainda é base para quem vai participar do AfrikaBurn (23 a 29 de abril). A cidade deve receber só no próximo mês, milhares de turistas, que só fazem agravar a situação. Por isso, a indicação mais correta seria: cancele ou adie a sua viagem. Claro que isso pode não ser possível para muita gente, então a Secretaria de Turismo preparou uma série de dicas para os visitantes aproveitarem a cidade sem causar ainda mais problemas para a população:
*Foto do destaque: Jo Machado
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.