Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
* Texto de Adriana Jardinovsky
Quando estávamos viajando pela América do Sul, em setembro de 2017, começamos a escutar de diversos europeus falarem sobre os encantos do Malawi, conhecido como “Warm Heart of Africa” (o coração caloroso da África) e nos apaixonamos pela ideia de vir para cá. O país mistura paisagens incríveis, pessoas receptivas e um turismo ainda pouco explorado. O Malawi é um dos países mais pobres do mundo, tem uma cultura tradicional ainda muito forte, e por isso achamos que fazer um trabalho voluntário por aqui seria uma oportunidade única de contribuir com causas que acreditamos.Em novembro de 2016, iniciamos nossa viagem de volta ao mundo. Dentro de milhões de inseguranças e dúvidas, a única certeza é que não poderíamos terminar a viagem sem conhecer a África, que para nós era um grande mistério, com uma cultura que sempre nos gerou muito interesse.
Entramos em contato com a D.I.N. Malawi (Development Initiative Network), uma ONG fundada por pessoas locais, situada em Dyeratu, um vilarejo no sul do país, que trabalha principalmente com empoderamento feminino e suporte a grupos de jovens.
O vilarejo é muito pobre, tendo como atividade econômica principal um pequeno mercado na estrada, onde grande parte da população trabalha vendendo produtos, ou como táxi-bicicleta (principal transporte local). Ainda assim, a maioria destas pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia. Para a alimentação, muitas pessoas têm pequenas plantações de milho e mandioca em suas casas para produção de farinha para fazer a nsima (fala-se sima): uma espécie de angu, comum em vários países na África e, em muitos casos, o único alimento na mesa. A maioria das casas aqui não tem água, e poucas tem eletricidade. Todos os dias falta luz e muitas vezes também falta água. Cisternas públicas podem ser vistas por todo vilarejo e filas se formam durante todo o dia para buscar água em baldes. Mesmo assim, as pessoas estão sempre com um sorriso no rosto, e as crianças a nossa volta brincando com a gente e gritando “Azungo hi!” (pessoa branca, oi!). Impossível não se comover.
Estamos aqui por três semanas, colaborando com a área administrativa da ONG e realizando atividades sobre educação financeira e desenvolvimento de negócio para um grupo de jovens mulheres apoiadas por eles. Estas mulheres tiveram que abandonar a escola muito cedo por causas como casamento infantil, gravidez precoce e até mesmo por menstruação, que ainda é um tabu aqui na sociedade. Hoje em dia, elas vendem produtos no mercado local, o que gera uma renda abaixo de 1 dólar por dia. Como a taxa de desemprego no país é muito alta e, como dissemos, faltam outras atividades no vilarejo, fica difícil que elas tenham melhores oportunidades.
A ONG está realizando uma campanha de crowdfunding com objetivo de oferecer pequenos empréstimos a este grupo de mulheres e a outros 3 grupos, e com isso melhorar os seus pequenos negócios para que eles possam realizar seus sonhos e ter uma vida melhor. É importante dizer que, após o empréstimo, a DIN continuará próxima dos grupos apoiados para garantir que os negócios criados estão crescendo, e, depois de um tempo, todos terão que pagar o empréstimo, que será utilizado para apoiar outros jovens.
Temos certeza que essa oportunidade poderá mudar a vida de muitos desses jovens. Qualquer contribuição é muito importante e para doar é só acessar o link da campanha aqui.
*Foto destaque: Malawi por Robert Alexandre Wilson / Unsplash
Sobre a Dri e o Leo que estão nesta linda missão em Malawi:
O Leo é mineiro de Belo Horizonte, a Dri paulistana. Se conheceram há 11 anos em Israel e desde então estão juntos. Apaixonados por viagens e causas sociais, em 2016 resolveram largar tudo para embarcar em uma viagem de volta ao mundo. Já visitaram 31 países e agora estão pela África na última etapa desta grande aventura. Eles contam mais deste “Mundo Bão” nas redes sociais: instagram e facebook.
Muito orgulho desses dois! O Malawi é de fato um país comovente, e retribuir a simpatia e o acolhimento desse povo com um trabalho tão bonito é de aquecer o coração mesmo. <3
Interessante e inspirador!!!
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.