Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Foi-se o tempo em que comida japonesa em São Paulo era sinônimo de sushi e sashimi. A cidade abraçou de vez a ideia dos izakayas, que são a versão nipônica dos nossos botecos. E por boteco, quero dizer aquele bar bem informal, às vezes meio sujinho, que vamos no fim do dia para tomar umas e outras. O termo izakaya quer dizer algo como ‘loja de saquê que permite que os cliente sente e beba’. Já falamos de várias boas opções, umas bem tradicionais e outras mais moderninhas, mas as novidades não param.
Nessa lista, o Izakaya Toki vai um pouco além. A nova casa, que abriu as portas em outubro em Pinheiros, faz uma boa mistura do conceito e da culinária japoneses com um ambiente mais cosmopolita. O balcão onde você beberica assistindo os cozinheiros na chapa está la firme e forte, assim como a sofisticada carta de saquê. Mas no lugar de lanternas de papel e tatamis, entram o concreto, as tubulações aparentes e lâmpadas de filamento, num galpão com a cara do Brooklyn. E no menu, a influência botequeira brasileira se revela no tamanho das porções. Se em muitos izakayas paulistanos os pratos são quase individuais, no Toki receitas como as suculentas missô wings (asas de frango com molho adocicado de missô e gergelim) são fartas, ideais para compartilhar. Nesse quesito, o Izakaya Toki é ideal para uma boa botecagem com os amigos.
O cardápio ainda traz delícias como os buns com shimeji ou carne de porco, o tataki (atum marinado com manga, pepino, rúcula e gergelim), e o karê, um ensopado de curry que pode vir com karaage ou tonkatsu (frango ou porco empanado). A cozinha está a cargo do chef Jean Yoshino, que com só 24 anos já passou pelo Emiliano e pelo Botanique, em Campos do Jordão. Ele e os sócios Arthur Seitsugo e Renato Issatugo, egressos do mercado financeiro, decidiram trazer para São Paulo as receitas do dia-dia que descobriram quando moraram no Japão, mas com um toque autoral e mais generoso, a cara do Brasil. E o melhor: com bons preços. As entradas custam quase todas R$19, e os pratos mais caros saem por R$31.
Do balcão também saem drinks refrescantes e originais, como o Yuzu Highball, que mistura bourbon, xarope de yuzu e club soda, e o Kombucha Spritz, que leva o chá fermentado com campari, aperol, espumante. A carta ainda conta com drinks clássicos bem executados, das mãos da Alana Domingues, que já passou pelo Frank e pelo Negroni. Completam ainda o menu as cervejas básicas (Heineken e Kirin), artesanais (Prime Bier), uma cerveja japonesa (Orion), e claro, os saquês, selecionados pela sommelière de saquês Sônia Yamane. Os 3 sócios não dormiram no ponto, e cuidaram de todos os detalhes para a experiência ser a melhor possível.
Essa onda de izakayas pelo visto chegou para ficar, e a gente só tem a agradecer. E se depender do Toki, o boteco nosso de cada sexta pode acabar bem mais de olho puxado.
Izakaya Toki
Rua Artur de Azevedo, 986 – Pinheiros
Almoço: de segunda a sexta, das 11h30 às 14h30
Jantar: de segunda a quinta, das 19h às 23h. Sexta e sábado, das 19h à 0h
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsPaulista adora estragar tudo, a pegada da vez são os Izakayas, que merda!
Alexandre, bom dia! O que seria estragar tudo na sua opinião? Só pra entender…
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.