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Faltam cinco semanas para a maratona de Chicago. Seus treinos estão no auge do volume, você já enjoou do gosto do gel, o corpo todo dói e você está se prometendo não correr outra maratona nunca mais (aham). Ah, essa sofrência que amamos. Passei por isso ano passado e dou algumas dicas para correr a Maratona de Chicago.
A corrida vai para a sua 41ª edição em 7 de outubro, e os 42,195km da prova fazem parte da World Marathon Majors, associação que reúne seis das maiores e mais renomadas maratonas do mundo.
A cidade de Chicago foi uma grata surpresa e recomendo se hospedar em Wicker Park para uma experiência bem mais cool e autêntica na cidade. Fica fora do Loop, a região central, mas aproveite para entrar no clima da prova e compre a versão especial do cartão do metrô para quem vai correr a maratona.
Uma dica que vale para qualquer maratona: vá na Expo no primeiro dia. Saindo no Brasil, você já terá chegado em Chicago com alguma antecedência, então retire o seu kit da maratona e faça suas comprinhas enquanto as filas estão pequenas e os estandes ainda têm muita mercadoria.
Em Chicago, a feira tem uma graça a mais: a organização disponibiliza ônibus escolares amarelinhos gratuitos, que saem de vários pontos da cidade até o McCormick Center. Essa espécie de Riocentro chicagoan não fica tão fora de mão assim, mas é um monstro de tão imenso. Para ter uma ideia, quando Chicago perdeu a chance de fazer os Jogos de 2014 para o Rio, o projeto previa a realização de oito modalidades esportivas só ali.
No sábado anterior à prova, historicamente rola um encontrão de brasileiros para dar um trotinho antes da prova. A galera se encontra Hilton da Michigan Avenue por volta das 8h45m da manhã. O trote rola no Parque, ao redor do Lago Michigan, onde é possível ver a linha de chegada da Maratona.
Desde 2017 há uma corrida de 5km oficial da prova, então ainda não sabemos sobre a viabilidade do trotinho dos brasileiros. De qualquer forma, não perca a oportunidade de soltar as pernas e treinar o coração pra aguentar a emoção do domingo da maratona. E na véspera da prova, já sabe: Netflix and chill. Deixe para bater perna por Chicago no dia seguinte, ostentando sua medalha. No máximo, eu libero para você um tour de barco da Chicago Architecture Foundation, conduzido por voluntários e que é incrível.
Já a temperatura na cidade é uma loteria. Pode dar 2 ou 30ºC. Vá com uma mala preparada para o que der e vier.
A maratona de Chicago traz duas grandes vantagens em relação às outras Majors: o percurso plano e o fato da largada ser no centro da cidade, no Grant Park. Não é preciso madrugar, e quem se hospeda pelo Loop consegue chegar tranquilamente a pé.
Tranquilamente até demais. Depois dos ataques na Maratona de Boston, Chicago adotou uns scanners de segurança que deixaram a entrada no Parque bem mais devagar, então calcule um tempo extra para isso. Depois de entrar no parque, procure o guarda-volumes correspondente ao seu número de inscrição para guardar suas coisas. Esse processo é bem tranquilo.
Deixe para acessar a pista de largada na última hora, porque por lá não tem banheiro químico e os fiscais não te permitem voltar. Se bater aquela dor de barriga de última hora, já era.
Como última recomendação: quando a buzina tocar, atenha-se ao plano original na primeira metade da maratona. E principalmente, sorria e agradeça aos mais de 10 mil voluntários a oportunidade de estar ali.
Minha parte preferida da prova foi passar pelos bairros de imigrantes como Greektown, Chinatown e Pilsem. Talvez por estarem lutando por sua própria integração à sociedade americana, eles torcem, gritam e animam os corredores como ninguém.
A maratona de Chicago é uma festa para quem corre e para quem assiste. Você receberá um chopp geladinho na chegada e rolam vários shows no Grant Park. Dá pra ficar curtindo por ali o dia inteiro. Viajei sozinha e fiz vários amigos. Depois de muita corrida, cerveja e música, fechei o dia com uma clássica Deep Dish Pizza e, de banho tomado, os maravilhosos drinks do speakeasy The Violet Hour.
*Foto: Chicago por pexels.com
Carioca da Zona Norte, hoje mora na Zona Sul. Já foi da noite, da balada e da vida urbana. Hoje é do dia, da tranquilidade e da natureza. Prefere o slow travel, andar a pé, mala de mão e aluguel de apartamento. Se a comida do destino for boa, já vale a passagem.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.