Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Quando você for a Chicago, invariavelmente vai passar pelo Loop, a área central e turística da cidade. Como amantes do design, nos rendemos ao Loop. O grande incêndio que devastou a cidade em 1871 deixou uma tela em branco para arquitetos e urbanistas implementarem grandes projetos e inovações. De arranha céus centenários a residenciais contemporâneos de starchitects, não perca a oportunidade de admirar a arquitetura por lá.
Mas vou te mostrar duas áreas com uma pegada mais cool e intimista em Chicago: Bucktown e Wicker Park. Vizinhos, os bairros são mais ou menos divididos pela linha azul do metrô. O melhor acesso é pela estação Damen, na intercessão das avenidas North, Milwaukee e Damen- sim, uma esquina tripla.
Se a região te parece familiar, é porque “Alta Fidelidade” foi filmado no bairro. Desde então, Wicker Park deu uma boa gentrificada, mas a mistura de bares, lojas, cafés, galerias e brechós merece um dia (e noite) inteiros. Dá pra se hospedar por lá mesmo. O Robey Builiding não é só um arranha céu art deco com um café maravilhoso no térreo: há 69 quartos disponíveis, uma piscina no terraço e alguns bares e lounges espalhados pelos andares.
Após um latte no La Colombe Coffee Roasters, comece o dia com uma caminhada na 606. Essa antiga linha de trem abandonada virou uma mistura de ciclovia com área de lazer de mais de quatro quilômetros de extensão. Admire de cima os prédios de tijolinhos, confira as esculturas espalhadas pelo parque e pergunte ao chicagoan a passear com o cachorro que clube de comédia ele indica. O melhor acesso à 606 é a partir de Bucktown, pela Bloomingdale Trail.
Uma opção mais radical de atividade física é a Namasté Rosé na Tapster. Aos sábados de manhã, o bar self service (sim, você leu certo) com 32 torneiras de chopp e 8 de vinho oferece uma aula que mistura treino intervalado, ioga e aquela tacinha de espumante que você respeita.
Duas instituições do bairro para uma refeição a qualquer hora são a Dove’s Luncheonette, com uma cozinha mezzo sulista, mezzo mexicana, e a Goddeess and Grocer, delicatessen com um salad bar salvador. Se quiser matar sua curiosidade sobre a deep dish pizza de Chicago, há uma filial da Lou Malnati’s, mas não é grande coisa. Aos domingos dos meses quentes do ano, há uma feira livre no próprio Wicker Park com várias delicinhas artesanais.
Não faltam restaurantes descontraídos e gostosos em Wicker Park e Bucktown. O Cumin é um nepalês/indiano autêntico nomeado como Big Gourmand Michelin, classificação para lugares deliciosos com bom custo-benefício. O buffet de almoço é um achado. Se os Estados Unidos são a terra do hambúrguer, uma filial do Umami Burger promete entregar o sabor umani, o quinto gosto do paladar depois de doce, azedo, amargo e salgado). O restaurante grego Taxim tem um terraço super charmoso e uma infinidade de mezédes para dividir – não perca a couve flor frita. Uma opção elegante para jantar ou brunch é o Presidio, que também tem drinks maravilhosos.
Para alimentar o espírito, visite o Flatiron Building. O prédio é uma colônia de artistas visuais e músicos onde sempre há um evento rolando. Na primeira sexta-feira do mês tem um portas abertas nos ateliês. O prédio tem acesso público e a vibe é bem boêmia. O bairro conta ainda com as galerias Corbett vs. Dempsey, Monique Meloche e uma filial da Yellow Corner, rede de galerias de fotografia com preços bem acessíveis.
Sendo Chicago, há sempre uma arquitetura incrível para babar: nos quarteirões das ruas Hoyne e Pierce há mansões centenárias lindas. Repare nos retrofits da Damen Avenue e Division Street, com estabelecimentos funcionando atrás de fachadas industriais preservadas. Tem loja onde já foi corpo de bombeiros, tem caixa d’água em cima do prédio do restaurante…. Em Bucktown, até o Walgreeens é lindo, pois fica numa mansão onde funcionou um banco.
Mesmo que você não queira carregar peso na mala, não deixe de ir na Myopic Books. O sebo de três andares tem um evento de música experimental às segundas e, aos sábados, leituras de poemas. Mas se entrar na Mojo, não vai resistir a comprar ao menos um sabonetinho artesanal. Ciclistas, preparem o cartão de crédito para a BFF e a Rapha. Ambas as lojas organizam oficinas, palestras, treinos, tem um café ou cervejinha e servem como ponto de encontro para os amantes das magrelas.
Felizmente, a lei seca acabou há tempos e não faltam bares em Chicago. Os speakeasys – bares ilegais para fugir da proibição do álcool – não são mais necessários, mas conferem um super chame à cidade. O melhor speakeasy de Wicker Park é o The Violet Hour. O mural da fachada muda mensalmente, mas o interior é suntuoso e escuro (nada de marcar um primeiro encontro lá). Atendimento e drinks de primeira qualidade e um código de conduta rígido – são proibidos chapéus e celulares. Para um ambiente mais descontraído, há o Bangers and Lace e o Revel Room, que tem DJs nas noites dos fins de semana. Cheers!
*Foto do destaque: Vista do centro de Chicago a partir do The Robey, em Wicker Park – Divulgação
Carioca da Zona Norte, hoje mora na Zona Sul. Já foi da noite, da balada e da vida urbana. Hoje é do dia, da tranquilidade e da natureza. Prefere o slow travel, andar a pé, mala de mão e aluguel de apartamento. Se a comida do destino for boa, já vale a passagem.
Ver todos os postsParabéns . Guia explicativo , com texto enxuto.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.