Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Entre as várias coisas que fiz em 2017, ter conhecido e vivenciado o Coworking Camp foi uma das mais legais e inspiradoras. Participei de apenas um dia dos sete oferecidos no programa, mas foi um dia intenso com uma agenda que me surpreendeu. Aprendi mais sobre mim, dei um respiro entre duas viagens grandes e me conectei com várias pessoas que acabaram se tornando amigas.
O Camp, como é carinhosamente chamado, é um projeto criado pela Onda, empresa focada na produção de imersões. O objetivo é direto e reto: inspirar e conectar profissionais enquanto focam em seu próprio trabalho. Mas como assim? Vamos lá! A ideia é levar o escritório para a Fazenda Santa Esther, onde o evento acontece. A programação engloba várias atividades e palestras por dia, mas entre um e outro é possível pegar o computador e trabalhar. Ou seja, se você é como eu, que não pode e/ou não consegue desligar 100% do tempo, não se preocupe. No Camp você faz a sua programação de acordo com seu tempo disponível. Mas claro, quanto mais participar das atividades propostas, mais bacana será sua experiência.
O projeto foi pensado a partir de três eixos: trabalho, inspiração e conexões. Como mencionei acima, os participantes podem dedicar o tempo aos seus projetos pessoais e/ou profissionais enquanto participam da programação, que contará esse ano com 20 palestras, workshops, performances, shows e celebrações. Como disse o Caio Werneck, sócio da Onda e organizador do evento: “É como se fosse um TEDx misturado com um festival, dentro de um espaço de coworking, mas esse espaço é uma fazenda, onde o tempo passa diferente e as trocas acontecem mais naturalmente.”
As atividades ocorrem no começo da manhã, após uma sessão de prática corporal, e no final do dia. Das 10:30 às 18:30, os participantes têm à disposição diferentes espaços de trabalho (como uma sala dentro de antigo armazém de café ou de uma capela dos anos 50), além das áreas externas (ao pé do coqueiro que margeia a piscina, na rede sob o quiosque, etc).
Todos os espaços contam com internet rápida via fibra ótica (e funciona super bem!), mesas e quadros. Durante o tempo em que não há atividades programadas, os participantes escolhem entre trabalhar ou aproveitar a piscina, cachoeira, rios, caminhadas ou até mesmo ajudar na horta, no jardim e em outras atividades produtivas da fazenda.
A próxima edição acontece entre os dias 8 e 15 de abril sob o tema “Conexões”. A curadoria ficou nas mãos da Renata Ávila, que escolheu várias mulheres super talentosas para liderar a programação. O jantar de abertura estará nas mãos da chef Elisa Fernandes, vencedora do 1º MasterChef Brasil. A performance de encerramento terá solos de 7 mulheres, “Copyleft” da Cia. Jorge Garcia.
O primeiro dia terá presença exclusiva de mulheres, como conversas e intervenções da antropóloga Hilaine Yaccoube sobre redes de colaboração nas favela, e da ex-consulesa da França, Alexandra Loras e show do Duó Szábok, de Bruna Lucchesi e Catarina Rossi.
Será possível ver em primeira mão o ensaio aberto da peça “Eu sou essa outra”, com direção de Vera Egito, e “Dellas17”, performance de Daniela Moraes e Layla Bucaretchi. Mayra Fonseca (blog Brasis), Piti Koshimura (blog Peach no Japão), Mayumi Sato (Sexlog), Nataly Bonato (WeWork) são algumas das outras convidadas do evento.
Fabro Steibel (Instituto de Tecnologia e Sociedade), Márcio Black (Bancada Ativista), Lage e Dimas Reis (Preto Império) são alguns dos convidados, sendo estes três últimos ativistas do movimento negro.
Para quem não consegue passar a semana inteira no Camp, a programação do final de semana está incrível. O sábado começa com um café da manhã com a artista trans Wallace (Teatro Oficina), que irá contar um pouco sobre a história de sua vida. Além disso, o sábado terá momentos de trocas entre participantes, que poderão oferecer oficinas e talks informais durante toda a tarde. À noite, uma surpresa: além da performance “Copyleft” da Cia. Jorge Garcia, haverá uma cerimônia de encerramento planejada por Rodrigo Guima, Artur Hiroyuki e Thum Thompson, artistas e promotores de eventos criativos.
O resumo do rolê é: relaxar, se inspirar e se conectar com a natureza e com novas pessoas. Impossível voltar de lá sem sentir renovado.
Os participantes podem adquirir ingressos para passar um dia, uma noite ou uma semana no evento. Quem se hospeda na fazenda pode escolher entre ficar em quartos duplos ou coletivos. O mais procurado? Alojamento da Tulha, um quarto compartilhado numa antiga construção da fazenda. O quarto é amplo e arejado.
Os ingressos incluem não só acesso a todos os espaços de trabalho, palestras, oficinas e performances, mas também a quatro deliciosas refeições diárias. O cardápio é vegetariano e traz um mix de pratos brasileiros e orientais, preparados com produtos frescos produzidos na fazenda e região. Eu só tenho elogios, tanto à experiência quanto ao time por trás do projeto: Bruno, Juliana, Bárbara e Caio.
E para chegar? A Fazenda Santa Esther está a 120 km de São Paulo. São pelo menos quatro ônibus diários que saem do Terminal Tietê e param em frente à fazenda. O trajeto dura 2h30 horas e custa menos de R$ 50.
Domingo, 08/04 | Conexão sensorial: paisagens e sabores
16h00 | Recepção dos convidados
17h00 | Tour | Caminhada silenciosa pela Fazenda
18h00 | Abertura | “Que Onda é essa?” por Onda
19h00 | Abertura | “Por que conexões?” por Renata Ávila (curadora)
20h00 | Abertura | Jantar de abertura por Elisa Fernandes (vencedora do Masterchef)
Segunda, 09/04 | Conexão em rede: colaboração e compartilhamento
09h30 | Talk | “Redes sociais de assistência mútua” por Hilaine Yaccoub (antropóloga do consumo)
14h00 | Intervenção | “Museu da Conexão: abertura” por Marcelle Xavier (Movimento Ímpar)
19h00 | Talk | “Mudar o mundo ou mudar de mundo?” por Alexandra Loras (jornalista e consultora)
22h00 | Cultural | Show Duó Szábok por Bruna Lucchesi e Catarina Rossi.
Terça, 10/04 | Conexões pessoais: histórias e momentos
09h30 | Talk | “Despertar cultural” por Mayra Fonseca (pesquisadora e consultora)
19h00 | Talk | por Lage (comunicador e produtor de conteúdo)
22h00 | Cultural | Ensaio aberto “Eu sou essa outra” por Vera Egito (diretora)
Quarta, 11/04 | Conexões sociais: algoritmos e ativismo
09h30 | Talk | “Conexão entre pares: mágica ou algoritmo?” por Fabro Steibel (ITS Rio)
19h00 | Talk | por Marcio Black (Bancada Ativista)
22h00 | Cultural | Ensaio aberto “DELLAS17” por Dani Moraes e Layla Bucaretchi
Quinta, 12/04 | Repensando as relações: experiências e histórias
09h30 | Talk | “Omotenashi, xintoísmo e coletivismo: como valores japoneses podem transformar nossas relações” por Piti Koshimura(Peach no Japão)
19h00 | Talk | por Mayumi Sato (Sexlog)
22h00 | Cultural | Show Cavalo Serpente por Bruno Gold e Mariano Sarine.
Sexta, 13/04 | Intercâmbios, trocas e comunidades
09h30 | Talk |”Afeto e afetações: a intencionalidade dos afetos” porDimas Reis Gonçalves (Preto Império)
17h00 | Workshop | Oficina de vozes, caras e bocas por Tiago Ots e Caio Werneck (Onda)
19h00 | Talk | por Nátaly Bonato (WeWork)
22h00 | Cultural | Exibição de Black Mirror e Master of None, com discussão por Renata Ávila
Sábado, 14/04 | Celebrando e se conectando
09h30 | Talk | Café da manhã com Wallace
14h00 | Workshop | Espaços de trocas e workshops
21h00 | Cultural | Copyleft by Jorge Garcia Companhia de Dança
22h00 | Cultural | Uma Incógnita Experiência por Rodrigo Guima, Artur Hiroyuki e Thum Thompson.
Domingo, 15/04 | Levando novas conexões para o mundo
10h00 | Encerramento | Brunch reflexivo
Quem vem com a gente? Para ingressos, clica aqui. Os valores variam entre R$ 150 (passar um dia) a R$ 1.838 (passe completo com hospedagem e refeições).
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.